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05/07/2025 - Austrália, Melbourne.
16:00 pm

Respirava ofegante ainda segurando a guitarra que usei para golpear a garota de cabelos curto e escuro jogada no chão a minha frente, e que no momento se encontrava inconsciente.

Cretina.

Senti o ardor dos golpes causados pela garota em meu rosto, que não se comparava a dor aguda e intensa que minhas costelas sentiam no momento.

Tratei de levar uma das mãos diretamente ao local e passar ali, afim de aliviar a dor,  enquanto tentava me recuperar do que quase poderia ter acontecido.

O piso daquela sala de música havia ficado manchado com tinta preta, essa  que escorreu da lata que consegui usar para me livrar da garota.

Foi por pouco.

Por muito pouco.

Se eu não tivesse me agarrado aquela lata de tinta quando essa Lalisa me encurralou na mesa.

Se ela não tivesse ficado atordoada com o golpe que lhe acertei na cabeça, eu teria sido eliminada por essa mulher.

Ela realmente era mais perigosa do que parecia, e talvez a própria mulher que nós mandou aqui em sua busca soubesse disso.

Uma armadilha talvez?

Sim, era possível.

Meus pensamentos foram cortados quando uma das portas do estúdio se abriu, entrei em alerta novamente.

Mas a pessoa que se apresentava diante de mim, era uma figura masculina que eu conhecia muito bem.

Kai.

O homem de roupas brancas e tons vermelhos que tinha me acompanhado até aqui, e mesmo sendo um conhecido parado em frente a mim, meu corpo saiu do estado de alerta?

Não.

- Mas que merda é essa que aconteceu aqui Roseanne? - Ele me perguntou sério alternando seu olhar para mim e a garota ao chão um tanto chocado. - Que merda você fez? - Perguntou dessa vez se aproximando.

Recuei um passo.

E ele parou.

- Ela me atacou, foi a única alternativa. - Respondi apertando a mão em minha costela onde a dor era mais intensa.

Vi quando ele se abaixou até a garota, checando a pulsação e o ferimento que ela agora tinha em sua cabeça.

- Eu disse pra você conversar com ela, e não deixá-la inconsciente porra!! - Ele me repreendia negando com sua cabeça.

- E eu tentei fazer exatamente isso, mas a própria não colaborou. - Contei-lhe meus motivos, foi sobrevivência!

- Você tem ideia de quantos mortos estão tentando entrar aqui? Tem ideia que nossa munição está acabando?! - Ele me questionava como se eu fosse alguma criança birrenta que fez tudo de propósito  me culpando, me deixando com.

Raiva.

- Você não consegue fazer o mínimo pela missão não é mesmo? - Ele completou, e eu apertei o punho na guitarra, me segurando para não fazer o mesmo que fiz com aquela garota a alguns minutos atrás.

- O que aconteceu eu já lhe disse, ela tentou me matar e eu apenas me defendi, ou você preferiria que eu morresse?! - Me aproximei o suficiente o encarando nos olhos para olhar de perto sua reação.

Esperando, ansiosa.

- Ótimo, parabéns, você saiu dessa, agora me explica como vamos sair daqui com essa garota inconsciente, como vamos levar ela?! - Ele me questionava e eu tentava pensar em uma resposta rapidamente para sair daquela situação.

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