Boss bitch

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    03/07/2025 Austrália, Clínica e hospital psiquiátrico YGE - Três dias antes...

A luz que batia sobre a mesa naquela sala era fraca, e me fazia forçar um pouco mais a visão enquanto eu mudava as lentes naquele microscópio.

Eu analisava aquela lâmina com atenção tentando pegar qualquer indício ou características diferente do tecido em que eu avaliava.

Já se passavam da amostra 220, desde o dia que consegui continuar meus estudos.

Atenta a resposta que poderia ter observando a interação daquela nova variante epidêmica pude ver no exato momento em que o vírus começou a destruir as defesas do tecido celular.

Não demorei para perceber que o mesmo comportamento estava sendo reproduzido em frente aos meus olhos.

Merda!

Afastei rapidamente o meu rosto do microscópio e me sentei com as costas apoiada na cadeira.

Lamentável.

Enxuguei o pouco do suor que escorria na minha testa por conta do laboratório abafado e por estar a muito tempo aqui em em baixo.

Olhei para o lado vendo minhas cobaias esperando a sua vez de serem examinadas.

E testadas.

Eu tive sorte, muita sorte de estar no local apropriado quando toda essa loucura se agravou.

Aqui era um dos hospitais mais equipados, com um laboratório de pesquisa de ponta, possuindo uma tecnologia impressionante.

Eu tinha vindo a Austrália para fazer novas pesquisas e estudar alguns pacientes das alas acima de mim.

Então como um grande tiro no escuro, aqueles ratos de laboratório estavam disponíveis para mim.

Antes eu iria usá-los para fazer pesquisas psicológicas usando tratamentos com fármacos e comparar suas respostas neurais.

Agora eu estava os usando para descobrir como esse novo vírus se comporta no tecido humano.

Mas não estava sendo nada fácil.

Era previsível.

Pois mesmo que o tecido daqueles pequenos ratos tivessem os processos bioquímicos semelhantes aos dos seres humanos, os resultados não eram exatamente iguais ao nosso.

Elas não voltavam como nós.

E por isso, eu constatava que os animais eram imunes.

Mas mesmo com essa dificuldade, o vírus se adaptava com facilidade.

Assim que eu estimulava as cobaias para ficarem doentes, a maldita variante era como uma bomba com inúmeros parasitas mortais.

Levando então a morte das minhas cobaias de uma forma rápida e dolorosa.

Fracasso.

Olhando para um pouco mais a diante, encontrava minhas outras cobaias que já se encontravam todas sem vida.

Mas quantos ratos ainda restariam para que eu pudesse fazer mais testes? Não haveria o suficiente e eu sabia disso.

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