sexto arco

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Tobirama queimava, e se sentia queimar. O fogo em suas asas era frio, mas tão frio que ardia como o inferno. Gritou enquanto esfaqueava um demônio que estava em cima de si, e tentou se levantar mesmo sentindo uma enorme fraqueza. Aquilo deixaria grandes cicatrizes. Matou mais alguns que se aproximavam com todo tipo de armamento, e decidiu recuar um pouco do campo de batalha — o que aconteceu com dificuldade pois não poderia voar para algum lugar mais deserto.

Seu irmão batalhava ferozmente, e no momento, com Madara. Nem ao menos poderia enxergar aquela luta direito, já que os golpes eram tão fortes que lançavam rajadas de ar, quebravam as árvores douradas do paraíso e queimavam a terra feita de nuvens. O resto não estava diferente; foram pegos totalmente de surpresa, por isso que no início, foram praticamente massacrados, tanto que o número de corpos divinos ainda era maior do que de demoníacos no chão, contudo, já haviam conseguido controlar a situação. Todas as almas puras haviam recuado para ficarem no templo de Hashirama, que era o maior e mais fortificado de todos os da terra divina, quase uma fortaleza. Tinham muitos demônios, e a batalha provavelmente duraria dias até conseguirem os expulsar de novo — principalmente agora que Madara estava dando conta de seu irmão e o próprio Tobirama estava debilitado com aquele fogo negro que não cessava por nada.

Em meio a manejos de espada e vários gritos de dor, conseguiu se afastar aos poucos, mesmo que o fogo ainda estivesse o queimando, deixando pálido e fraco, trêmulo. As chamas escuras percorriam suas penas claras, e chegou ao ombro em seguida, o fazendo sentir ainda mais dor e cair no chão sem forças, no meio do caminho para o Lago de Miguel, um profundo e interminável rio claro e de águas calmas e completamente bentas, que conseguiam afastar qualquer tipo de maldição ou ferida de quem tomasse algum gole do lugar. Tinha certeza que suas águas resolveriam o problema, porém, não conseguia nem se rastejar direito, com o fogo já absorvendo toda derme de seu braço direito.

Gritou e gritou, berrou por ajuda, só que todos estavam ocupados na batalha para conseguir fazer alguma coisa. Então, dessa vez, clamou por Deus, se virando para observar os céus, ainda o chamando. Nada. Ele não aparecia. Suspirou fundo por causa disto. Sabia que Ele não poderia ajudar. Ele nunca interferia nas batalhas a não ser que precisasse de verdade, e além disso, deveria estar ocupado cuidando das almas sagradas. Todavia, na hora que pensou naquilo, sentiu um brisa quase fresca e observou as árvores ao redor balançarem lentamente, além da sensação de ser observado por alguém. Ele estava ali.

No entanto, algo inusitado aconteceu. Ele não o ajudou como achava que faria, e se afastou antes que falasse alguma coisa. Ficou confuso, e iria o chamar novamente; entretanto, quando abriu a boca, sentiu algo se apoiar em seu ombro que não estava contaminado com o fogo. Estava agonizando tanto que havia deixado a guarda baixa, e não se atentou ao redor.

Gritou enquanto puxava novamente sua espada agora com a mão esquerda, já que a direita estava imobilizada, e pulou em cima do indivíduo, realizando um golpe que o levou ao chão também, e ficou em cima dele, a espada já começando a cortar o seu pescoço.

— Tobirama! — o demônio gritou, e a voz automaticamente o fez se estabilizar no lugar, parando de o mutilar — Tobirama, sou eu! — Izuna gritou mais uma vez, o sangue começando a sair do corte que Tobirama havia feito em seu pescoço. Tinham alguns traços de escama, corte e sujeira em seu rosto, os olhos vermelhos estavam apertados e os lábios franzidos assim como as sobrancelhas, segurando a mão do albino com força — Sou eu... — sussurrou novamente, finalmente sentindo a espada do outro se afastar de si assim como a pressão que ele exercia sobre si

O maior saiu de cima do Uchiha, praticamente se jogando ao seu lado enquanto suava, ofegante e exausto. O moreno se levantou de imediato, se aproximando do corpo extasiado. Havia o visto se afastar da batalha, e percebendo seu estado, resolveu o seguir, para se certificar de que ele ficaria bem, e aparentemente a resposta era não. O anjo não conseguia nem se mover direito, e foi por puro instinto e reflexo que atacou o menor, mas logo suas forças se esvairam mais uma vez.

seven wings (TobiIzu)Onde histórias criam vida. Descubra agora