seven wings (TobiIzu)

último arco

— Você tá gostando? — Izuna perguntou, passando a mão por seus cabelos arrepiados, os acariciando enquanto assistiam a um desenho antigo da DreamWorks

Tinha uma televisão no quarto do Uchiha, ao qual só havia ido uma vez, somente para o deixar lá para dormir. Agora percebeu sua decoração mínima, mas no momento estava meio bagunçado, talvez pela presença do amigo dele fazia algumas horas. Estavam na cama, de frente para a TV, e sua cabeça estava no peito dele. Não sentia o coração bater, e nem mesmo o ouvia, isso significava que ele não estava vivo.

— Estou.

— O que devemos assistir depois?

— Não sei, escolha você.

— Escolha você, eu tô sempre escolhendo ultimamente.

Suspirou quando ele lhe entregou o controle remoto, já quando estava no final do filme, e ao invés de retirar de lá e colocar outro, resolveu pausar a tela, atraindo a atenção do outro, que o olhava confuso enquanto Tobirama se ajeitava na cama, apoiando a cabeça sobre a mão para poder o observar.

— O que foi? — ele riu ao perguntar, pelo olhar insistente do outro e também o silêncio que predominava

Tobirama corou, engolindo em seco e crispando os lábios. Suas sobrancelhas se franziram, ao mesmo tempo que o coração começou a bater mais rápido.

— Você está bem? — o moreno indagou, agora levemente preocupado por suas ações incomuns

— Estou, eu só... Preciso te falar uma coisa.

Ele negou com a cabeça, o encarando agora mais atento.

— Pode falar.

— Eu... Estou me sentindo estranho em relação à você estes dias.

— Estranho como?

O albino suspirou, desviando o olhar.

— Acho que você sabe como.

Por um momento o silêncio se predominou, até que o menor se erguesse, ficando quase na mesma posição que si, além da mesma altura. Voltou a fitá-lo, encarando seu sorriso fraco e sincero, quase triste por conta expressão.

— Também acho.

Ele se aproximou, pondo ambas as mãos em seu rosto, e o beijando no mesmo instante, o beijo mais singelo que poderia descrever que aconteceu entre eles. Sua mão foi parar em sua cintura, por debaixo da camisa, só para ter a leve satisfação de sentir sua ele quente na ponta dos dedos, afundando quando o apertava demais. Não foi rápido, e sim totalmente o contrário. O demônio demorou propositalmente, contudo, o selar de lábios foi tão terno que mais uma vez que o maior não perdeu o ar somente por conta da duração do ósculo. Se separaram ainda com os lábios grudados, ofegantes e com os hálitos se misturando.

— Eu gosto de você. — Izuna sussurrou, abrindo os olhos e passando a mão sobre o cabelo do anjo, que abriu os olhos logo em seguida, mostrando as íris rubis

— Eu... — suspirou outra vez, fechando os olhos novamente e encostando as testas — Eu acho que eu te amo.

O Uchiha soltou um som trêmulo, ainda meio ofegante.

— Oh, Tobirama...

Ele iria o beijar, conseguia sentir as bocas quase se encostando; porém, antes que conseguissem, uma dor insuportável o atingiu, o fazendo gritar e se contorcer, se afastando do outro que olhou assustando para a cena. Ele gritou alguma coisa, todavia, nem ao menos conseguia o escutar. Tudo era insurdecedor, e tudo o machucava, até mesmo as mãos cuidadosas dele que o acolheram num abraço segundos depois. Encontrou conforto ali, não somente a dor, então se contentou com aquilo, se agarrando a ele e berrando em seu ouvido, sentindo como se os ossos da vértebra estivessem quebrando e todos os tecidos das costas rasgando.