6ª Consulta: Gênese físico-virtual

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6...7...8...9...10...11...12...DING!

O elevador chega no andar e a porta se abre. Paulo então respira fundo e sai do cubículo, trajando uma blusa de flanela estilo lenhador, mas ao invés de contornar peitoral definido e uma barriga tanquinho como nos filmes, ela sofre para conter uma pança bem protuberante com, novamente, botões a ponto de explodir e, claro, sem colocar a pochete para dentro da calça, o que deixa sua barriga pendurada mais ainda por cima dos botões da calça.

Paulo então chega ao consultório da Dra. Joana e se senta e lembra-se da primeira consulta: nem parece que foi há quase um mês, afinal, tanta coisa mudou, especialmente o tamanho da sua barriga, ele pensa enquanto a acaricia. Claro que a dieta da Dra. Joana ajudou muito: muito carboidrato, gordura e aqueles shakes que fazem maravilhas, mas quem lhe ajudou demais também foi a Maria. Paulo ainda tem gravado em sua memória todas as palavras de incentivo e ela lhe chamando de "Gordinho gostoso" com aquela voz macia deliciosa.

Ah, Maria, finalmente iria lhe conhecer, Paulo não parava de pensar nisso: eles tinham marcado um encontro hoje de noite, num rodízio de comida japonesa, claro que tinha que ser rodízio, ela queria me ver enorme. Nesse último mês, parece que a cada caloria por ele ingerida, cada centímetro que sua barriga aumentava, aumentava também seu sentimento por ela, apesar de ainda não ter visto seu rosto, somente seus cabelos ruivos. Ele estava tão apaixonado que iria pular o lanche da tarde para poder ter mais espaço ainda em seu já completamente dilatado estômago, só para impressionar ela.

Eis que então o trinco da porta do consultório se abre e sai de dentro uma voz chamando seu nome: "Paulo, pode entrar". Ele então levanta e vê a Dra. Joana, que agora possuía um cabelo cor de fogo, substituindo suas madeixas douradas, o que chama muito a atenção de Paulo, especialmente pois eram da mesma cor que a de Maria.

Mas Paulo não era o único impressionado, pois quando ele se levanta para entrar no consultório, Joana também fica atônita com o quanto que a barriga dele havia crescido e o quanto aquela camisa realçava ainda mais esse fato. Ela também percebeu que suas coxas estavam bem mais roliças, provavelmente raspando umas nas outras quando ele andava. Ela então estendeu a mão, cumprimentou Paulo com um sorriso e lhe disse:

— Vamos? — e estendendo a mão, ela guiou Paulo, que foi na frente. A doutora fez isso de propósito só para poder conferir a retaguarda de Paulo e poder confirmar que tudo nele tinha crescido, inclusive sua bunda, que estava mais estapeável ainda, exigindo dela um autocontrole imenso para não lhe dar um tapa.

"Essa consulta vai ser muuuito interessante", disse ela pensando, enquanto seu paciente se dirigia a sua cadeira, sendo seguindo de perto por ela. Eles então se sentam em seus lugares e Joana começa a conversa:

— Então, Paulo, como você está? Pelo que pude perceber, a dieta deu bons frutos, hein?

— Pois é, acho que foi literalmente juntar a fome com a vontade de comer — e de impressionar uma certa pessoa, pensou Paulo consigo mesmo.

— Vamos então conferir isso? Vou pedir para você se despir da mesma maneira e subir na balança e não se preocupe, a capacidade dela é de 160Kg, você não irá quebrar

— Ainda, né? — disse Paulo rindo.

Ele então se despe, enquanto Joana observa embasbacada como o corpo de seu paciente está maior, mais flácido e aparentemente muito mais macio, tentando se controlar para não apertar aquele culote gostoso dele. Antes de subir na balança, Joana o interrompe:

— Opa, espera uma coisa antes. Você está fazendo o yoga que te falei?

— Estou sim, ó.

Paulo então curva o seu corpo e mesmo com uma pança enorme no caminho, ele consegue agarrar seu tornozelo, fazendo a "Uttanasana".

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