Amando Uma Deliquente

Sonho

Jade:

Como queria voltar pra casa, detesto tudo aqui, o lugar, as pessoas, tudo mesmo.

Essa mulher fica me encarando o tempo todo e sorrindo como uma maluca, e a filha é uma entojadinha que me faz querer cometer um crime.

— Estou cansada, vou me deitar.

Falei e fui para o quarto.

Coloquei um pijama comprido por que sou bem frienta, me enfiei embaixo dos lençóis me cobrindo por inteiro.

Contei de 100 à 0 para relaxar e dormir, minha psicóloga disse que ter algo para ocupar a  mente que não me deixasse ansiosa era muito bom.

— Já dormiu?.

Tori perguntou entrando no quarto.

— Já.

— Olha, pode tentar ser legal com a minha mãe? Ela colocou o casamento em risco pra te trazer pra casa, sei lá só tenta.

Falou puxando o lençol do meu rosto.

— Não pedi nada, ela fez porque quis.

— É, eu sei, foi porque quis, mesmo assim não é desculpa para você agir de forma tão babaca, ela tentou conversar com você várias vezes e sempre respondia de forma seca ou sarcástica.

— Não vou fazer o menor esforço para ser legal, nem com ela, nem com você ou com qualquer outra pessoa dessa família.

— Se não se adaptar vai ser mandada para outra casa, planeja o quê? Ser mandada de casa em casa até completar 21 anos?.

— É, e me parece um plano excelente.

— Por que?.

— Não preciso de outra família, já tive uma.

— E eles se foram, vai ficar sozinha o resto da vida?.

— Não, pretendo adotar um cachorro.

— Txh, impossível falar com você.

Disse revirando os olhos e deitando na cama ao lado.

Voltei a cobrir a cabeça e comecei a contar do início.

Pela metade dos números adormeci.

(...)

" — Você precisa ver, é lindíssimo, a água é quente a qualquer hora do dia, a areia é tão fina e fofinha que nem machuca quando a gente deita, o sol parece golden hour o dia inteiro, meu amor eu juro, é divino.

Mamãe falou de olhos fechados sorrindo enquanto falava.

— Me parece maravilhoso, por que nunca me levaram antes?.

Perguntei brincando com o meu colar que ganhei a poucas horas.

— É um lugar muito especial, foi onde Esmeralda e eu nos conhecemos, queríamos te levar apenas quando soubesse apreciar o lugar.

Papai falou colocando a mão sobre a da minha mãe.

— Tenho certeza que vou adorar.

Falei sorrindo.

Minha mãe me deu um colar lindíssimo, é simples, mas muito bonito, é um cordão dourado fininho com um pingente de duas pedrinhas , uma esmeralda e um rubi, me disse que representa ela e o papai, a esmeralda claramente é ela, e o rubi, é o meu pai, Ruben.

Eu me apaixonei assim que coloquei os olhos nele, coloquei no pescoço e não pretendo tirar nem tão cedo.

— Quem sabe você também não conhece o amor da sua vida lá.