Amando Uma Deliquente

Clube do Gorila

Tori:

— Quer falar de amor? Pra mim? Meu peito coça sentindo que está lhe perdendo, meu coração treme se preparando para mais uma partida, minha mente queima por acreditar em suas mentiras, meu corpo, como um todo está em ruínas, e mesmo assim continuo aqui, mesmo sabendo que você me destrói, isso é sacrifício, só fazemos sacrifícios por quem amamos.

Falei deixando algumas lágrimas escaparem.

— Sacrifícios? Dos muitos suicídios que já tentei, lhe amar, foi de todos, o pior que encontrei.

Beck disse sentido.

— Ok, crianças, por hoje é isso, continuem ensaiando suas falas.

O professor disse liberando a turma.

— Uau, essa peça é intensa.

Falei tomando um pouco de água após descer do palco.

— Achei deprê.

Ele disse folheando o roteiro.

— Eu gosto, drama é uma das minhas categorias favoritas.

Falei saindo do teatro, ele me acompanhou.

— Uh, uh, uh, nota máxima bebê.

André nos encontrou no corredor e fez uma dancinha esquisita enquanto sacudia o boletim.

— Meus parabéns, conseguiu gabaritar todo o exame de matemática.

Falei olhando o boletim.

— Consegui.

Falou orgulhoso.

— Pensei que fosse péssimo em matemática.

Beck disse.

— Era, mas passei a semana inteira estudando depois das aulas com a Jade e ela me ajudou, sério, a garota é um gênio.

— Agora me dêem licença, o papai vai colocar isso aqui em uma moldura.

Disse pegando o boletim e saindo fazendo a dança estranha de antes.

— Dá pra acreditar que ele é um dos melhores dançarinos do colégio?.

Perguntei e demos risada.

— Preciso falar com uma pessoa, te vejo depois.

Beck disse olhando uma mensagem no celular.

— Tchau.

Continuei andando até chegar no meu armário, peguei o livro para a próxima aula que infelizmente seria matéria comum, o guardei na bolsa e depois fui para a escada sentar um pouco.

— Vou cometer um assassinato.

Jade disse sentando ao meu lado.

— Por que?.

— Tem um garoto que não larga do meu pé, e não para de me comparar com o Batman.

— Como é?.

Perguntei rindo.

— Pois é, só porquê sou órfã, gata, inteligente, bilionária, uso preto e chuto pobres.

— Chuta pobres?.

— Foi só uma vez, e o Robbie mereceu.

— Deus, você é o Batman.

Falei.

— Não começa você também.

Falou irritada.

— Ah, é engraçado, não seja tão ranzinza.