A escuridão Parte 2.

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Uma visão familiar e assustadora capturou a atenção de savía, por ente as nuvens pesadas abaixo ela avistou um lugar familiar, a cidade da qual ela escapara apenas a alguns dias atrás. Parando no ar, ela virou seus olhos em direção aos seus companheiros apenas para notar que não havia nada ali além do céu escuro. Em um bater de asas rápido ela tentou voar de volta na direção da qual veio, mas não importava o quão forte ela batesse as suas asas ou o quanto ela tentasse escapar, era como se as estruturas abaixo a seguissem.

-Toha!

Ela chamou, mas ninguém respondeu.

Cansada e sem outras opções, ela pousou atrás de uma das casas se escondendo nas sombras tentando não ser notada.

— Uma fêmea nova!

Ela ouviu uma voz exclamar.

Abrindo suas asas, ela se preparou para levantar voo novamente quando percebeu que não era a ela que a voz se referia. Na verdade, o dono da voz e uma pequena multidão pareciam atentos ao que acontecia na entrada da cidade. Se esgueirando pela escuridão do espaço entre as casas, Savía se aproximou para poder ver melhor o que estava acontecendo.

Um homem velho coberto em um capuz adentrava a cidade, ao seu lado uma garota com o mesmo tipo de vestimenta, a touca tampando o seu rosto.

— Bem-vindo a cidade de deus. Você deve ser Raphus o novo lavrador.

Disse um homem vestido de soldado se aproximando do velho.

— Sim, fico feliz em poder trabalhar em nome de deus.

O velho respondeu, mantendo sua cabeça baixa em sinal de respeito.

O soldado então se virou em direção a garota cabisbaixa ao lado do velho.

— Quem é essa, no seu relatório você não informou a presença de nenhuma fêmea.

Ele indagou em um tom de voz frio.

— Ela é a minha filha, me desculpe, mas eu precisava desse trabalho desde que minha vila foi amaldiçoada por deus nada que la planto cresce eu precisava de qualquer coisa que eu conseguisse e eu sei que tendo uma não amada de deus comigo, arruinaria minhas chances de conseguir moradia aqui na terra sagrada.

— Então você escondeu a existência dela, isso não é uma boa imagem. Falarei com o chanceler e ele decidirá qual punição será a mais adequada para a sua falta de honestidade.

O velho balançou sua cabeça concordando.

— Sigam me levarei você até o seu alojamento.

O velho concordou e seguiu atrás do soldado.

Savía decidiu segui-los, algo naquela situação parecia extremamente familiar.

~

Saindo da entrada principal, eles agora se encontravam na parte pobre da cidade.

O soldado abriu a porta e acenou para que o velho entrasse ali.

Savía sentiu um calafrio, aquele lugar nada mais era que sua antiga casa.

Se esgueirando pela escuridão, ela se aproximou de uma janela e olhando pelos cantos, ela conseguiu ver o que estava acontecendo ali dentro.

— Aguarde aqui, logo trarei o julgamento do chanceler a vocês.

O soldado concluiu indo embora.

O velho retirou seu capuz revelando uma enorme barba branca, seu rosto era enrugado e suas asas tortas como se houvessem sido quebradas e não houvessem recuperado direito.

A garota por sua vez retirou o capuz, revelando um rosto familiar que fez com Savía arregalasse seus olhos.

— Pai, me desculpe, eu não queria te causar pro bremas.

Disse a garota tentando consolar o pai, que se escorando em uma cadeira de madeira virou seu olhar para ela.

— Savía eu decidi te trazer comigo, eu não podia te deixar sozinha, os pesos das minhas decisões são só minhas, então não se culpe criança. 

Ele respondeu.

O velho dirigiu seu olhar para a janela, e Saviá em um reflexo se abaixou. Ela tinha certeza que ele havia olhado diretamente em sua direção, mas, alguns segundos se passaram e ela não recebeu nenhuma reação.

Erguendo novamente seu olhar para dentro da casa, ela indagou.

"O que está acontecendo, aquele é meu pai e aquela sou eu. Mas não pode ser."

Se aproximando do velho, a versão mais nova de Savía. Colocou sua mão sobre os ombros de seu pai.

— Por quê, por que se coloca em perigo para me trazer aqui? Porque mentiu para o soldado sobre a nossa terra ter sido amaldiçoada.

— Por muitos anos eu vivi nessa terra, eu ouvi sobre como as mulheres não escolhidas por deus são fêmeas com apenas um proposito, minha filha e eu um dia também acreditei nessas mentiras, até que eu conheci sua mãe, ela não era uma amada de deus e ela não tinha um marido, com a morte de sua família era questão de tempo até que alguém de sua vila a tomasse para-si, e foi por isso que ela a deixou para trás. Ela queria encontrar um lugar no mundo, ela queria se aventurar além da tempestade.

— Além da tempestade?

A garota perguntou.

— Sim, Além dessas nuvens carregadas existem terras abandonadas por deus, lugares perigosos, mas lugares onde alguém que sofreria aqui pode viver livre. Sua mãe, desesperada por sua liberdade, queria se aventurar ao desconhecido, se juntar aos hereges. E foi em seu caminho para a cidade de deus que eu a conheci. Uma noite eu escutei um movimento no meu jardim e encontrei sua mãe tentando roubar de meus folhartes. Seu rosto claramente assutado ao me ver, ela parecia fraca como se a jornada não houvesse sido boa para ela, seus olhos profundos como aqueles de alguém que não dormia a dias, eu pensei em denuncia-la para os líderes da vila, mas algo me parou. A imagem de alguém faminto roubando para se alimentar fez com que eu repensasse minhas ações e eu sou feliz que eu o fiz.

O velho sorriu e continuou.

-Eu a ofereci abrigo para a noite e ela aceitou relutante, ela me contou sobre a sua vida e o motivo de estar ali, disse que não tinha certeza do que faze mas sabia que viver sobre as regras de deus como propriedade de alguém não era a vida que queria, Seu objetivo atual era atravessar a tempestade eterna e ir viver nas terras dos hereges.

No outro dia, até do sol nascer ela já havia partido, eu achei que nunca mais a veria. Porém, Algumas luas depois eu ouvi um bater em minha porta. E la estava ela novamente, dessa vez em um estado muito pior do que a primeira vez que nos conhecemos, seu corpo coberto por sangue seco, cortes e marcas. Um de seus olhos havia sido permanentemente ferido, de modo que sua ires cor de mel havia se tornado totalmente branco. Ela me disse que ao pisar na cidade de deus os soldados disseram que uma mulher sem companheiro nas terras sagradas era uma heresia e que ela havia desrespeitado a Mordrik por entrar na cidade sem permissão. Os soldados a venderam para um grupo de homens de uma pequena vila na fronteira das terras sagradas. Sua mãe nunca me disse como escapou, mas eu conseguia ver pelo pesar em seu rosto que ela não se orgulhava de como o fez. Eu me senti movido pela história que ela contou, aquela mulher na minha frente havia sofrido tanto simplesmente por ser quem era, foi então que decidi ajudá-la, eu disse a ela que poderia ficar comigo o quanto quisesse, eu diria a todos que ela era a minha parceira e isso seria o suficiente para protegê-la. De início ela foi relutante dizendo que aquilo não era para ela, mas com o tempo ela se acostumou com a ideia. Daquele dia em diante ela sempre esteve ao meu lado, participando nos dias felizes e me ajudando a passar por momentos tristes, muitas vezes eu quis fazer o mesmo por ela, mas ela nunca se abria para mim, e foi por isso que um de seus pedidos me pegou de surpresa. Uma noite, enquanto eu me preparava para dormir, ela se sentou ao meu lado e me pediu um favor. Ela disse que não achava que sabia que seus dias estavam contados, mas que ela queria deixar algo dela para trás.

Raphus lutava contra as lagrimas que se formavam em seus olhos.

-Foi por causa desse pedido que você nasceu e como você sabe sua mãe nos deixou pouco tempo depois de seu nascimento. Mas não antes de me fazer prometer que eu te daría uma vida melhor do que a dela de que você tivesse uma chance do que ela não teve. E é por isso que eu te trouxe aqui. A tempestade se abre no horizonte desta cidade em um ponto que é a unica entrada segura para a cidade dos hereges.

"Faz tanto tempo que isso acoteceu que eu mal me lembrava desse dia. Ele sempre quis que eu tivesse algo mais por mais.

-Me desculpe, eu não quero te desrespeitar, mas eu não posso fazer isso. Eu não posso te deixar auqui sozinho.

Antes que o Raphus pudesse responder a sua filha ele ouviu um bater na porta.

-Siga-me.

Disse o soldado que acabara de retornar.

O velho cocordou e caminhou em direção a porta cabisbaixo.

-Você também Femia.

O Soldado disse olhando para a versão mais jovem de Savía.

Ainda caminhando pelas sombras, sávia seguiu o grupo, saindo da parte pobre e feia da cidade, para o topo, onde as casas eram como palácios e as pessoas eram bem vestidas, seus mantos brancos como as nuvens no céu.

O grupo entrou uma construção que se assemelhava a um templo em sua extrutura.

Savía abriu suas asas e subiu e com um rapido bater das memas se impulsionou em direção a uma janela proxima ao teto.

De ela conseguia ver uma sala enfeitada por quadros e estautas com um tapete vermelh se erguindo da porta até um trono onde o chanceler se encontrava sentado.

Poucos segundos se passaram até que o velho e sua filha entraram na sala ambos se curvando perante a autoridade a sua frente.

-Levantem-se

Disse o chanceler analisando ambos, um sorriso surgindo em seu rosto.

-Você é Raphus certo? O novo lavrador dos campos das terras sagradas.

-Sim senhor.

O velho respondeu, suas mãos termulas demonstrando seu nervosismo.

-Embora a sua aplicação dissesse que você viria sozinho me parece que trouxe alguem contigo. Sua filha?

Ele perguntou gesticulando em direção a garota.

-Sim senhor, eu sinto muito senhor. Ela está de passagem.

O chanceler riu.

-Não se preoucupe, tenho boas noticias para você eu não acho que será um problema te-la aqui. Desde que ela de algo para a cidade em troca por sua estadia é claro.

-Si... sim, ela tem uma enorme habilidade com pergaminhos se você...

Uma gargalhada do chanceler interrompeu Raphus.

-Uma fêmia, habilidosa com pergaminhos, não me faça rir. Não você sabe exatamente o que eu quero dizer.

-Senhor eu te imploro, minha filha é especial para mim, não ha nada que eu possa fazer para evitar a ela um destino tão degradante.

-Silencio!

O Chanceler urrou, sua face demonstrando seu disgosto do pedido do lavrador.

-Seu apego a essa fêmia me parece similar a uma atitude erge, valorisa essa ninguém como uma amada de deus ou como um filho mas foi como o nosso deus disse "Uma femia não por mim abençoada pode traser a desgraça..." seu valorisação a dela te trará a ruina é isso que você quer?

O velho se manteve calado seus olhos firmementes presos ao chão.

Um sorriso diabolico surgiu nos labios do servo de Mordrik como se uma ideia acabasse de surgir em sua mente.

-Pois bem, se quer que sua filha viva aqui sem contribuir para os homens de nossa sociedade, então você tera que fazer valer a palavra de nosso deus, eu estou disposto a aceitar que ela viva em nossa maravilhosa cidade pelo resto da vida patetica dela se você trabalhar dia e noite pelo resto da sua.

O velho ergueu a cabeça, uma expressão assustada em seu rosto.

-Isso mesmo, Trabalhará dia e noite apenas parando para dormir, O que me diz, está disposto a desistir de sua vida, para assegurar que aquela fêmia inutil continue inutil.

O velho abaixou a cabeça e acenou em concordancia.

-Pois muito bem, que sofra pela sua escolha estupida. E quanto a você fêmia, considere-se com sorte. bem vinda as terras sagras muitas como você dariam de tudo para estar em seu lugar mas você consegiu entrar aqu de graça mas não abuse de minha hospitalidade se você for encontrada fora de sua moradia sem um acompanhante, não me responsabiliso pelo que acontecer.

O rosto de Sávia se contorceu em nojo, reviver aquele dia, ouvir novamente aquelas palavras era como se alguem ha houvesse acertado com um soco no estomago.

"Depois desse dia, eu mal vi o meu pai, ele saía ao nascer do sol e voltava exausto quando seu mal coseguia se mover."

-E é tudo sua culpa.

Disse uma voz vinda dos céus

Savía se virou procurando a pessoa que respondeu aos seus pensamentos apenas para não encontrar ninguém.

-Você diz que não queria o abandonar não é mesmo? Mas ao não deixa-lo você causou a ele o seu fim.

A voz continuou em um tom de voz sadico.

Aquelas palavras tocavam em uma ferida profunda no coração da garota, lagrimas se formaram em seus olhos escorrendo pela pele de seu rosto paldido.

— Não, eu nunca quis machucá-lo, eu só estar ao lado dele.

— Suas intenções podem ter sido boas, mas não muda que ele estaria muito melhor sem você, mas o seu medo de ficar sozinha não te impediu de usá-lo até que não pudesse mais. Você lembra daquela noite chuvosa, os relâmpagos cruzando os céus, enquanto você se protegia escondida dentro de sua moroda.

Como que em um piscar de olhos o topo daquele templo se transformou no cenário descrito.

Sentada no chão, a versão mais jovem de Savía lia um pergaminho, sua visão de tempos em tempos se desviando levemente para a porta esperando algum sinal de seu pai.

— Você se lembra?

— Não, por favor.

Savía clamava em sussurros.

— Você trouxe isso a si mesma. Seu egoismo trouxe a você essa notícia e suas consequências.

A voz concluiu.

A porta da casa abriu de arranque acertando a parede, fazendo com que um barulho ensurdecedor ecoasse pela casa.

Três silhuetas escuras aguardavam adentraram a casa, sorrisos diabólicos em seus rostos.

— Quem são vocês?

Perguntou a versão mais jovem de Savía largando o pergaminho no chão.

— Seu pai não conseguiu aguentar o trabalho nos campos, ele está morto.

— Não pode ser!

Ela exclamou em um sussurro.

O homem então gargalhou se aproximando da garota que lentamente recuou tentando ganhar de volta a sua distância.

— Mas, não se importa, você não vai ficar sozinha, você pertence a nós, agora disse o homem avançando em direção a ela.

— Não!

Gritou Savía se jogando em frente a sua versão mais jovem e abrindo os braços e as asas.

O homem por sua vez ergueu seu braço enterrando seu braço na mulher ha sua frente. Porém ela por sua vez não sentiu dor, era como se o braço ha houvesse atravessado como se ela não estivesse ali.

Virando sua visão para a sua versão mais jovem, ela percebeu que a mão do homem a pressionava contra a parede.

— Um raro momento de bravura vindo de você, eu suponho, mas infelizmente não se pode mudar uma memória.

A voz concluiu e uma gargalhada sinistra tomou o ambiente.

Savía se ajoelhou no chão, lagrimas escorrendo pelo seu rosto enquanto a escuridão engolia aquele lugar lentamente.


Dragon Ball A New Dawn (Um Novo alvorecer)Onde histórias criam vida. Descubra agora