CAPÍTULO DEZESSETE¹⁷

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Encaro meu namorado, não sabendo como o fazer desgrudar de seu irmão ou começar a comer qualquer coisa. Faz duas horas que ele e Isaac se mantem abraçados como se o fim do mundo estivesse marcado para o final da noite e eu nem ao menos posso os julgar, visto que ficaria igual se qualquer pessoa da minha família tivesse caído e estivesse no hospital em uma situação grave.

— Aqui, meninos.

Cora põe um prato com panquecas na frente dos dois, tentando os convencer a comerem alguma coisa. Usando da estratégia de chamá-los com sua comida favorita, ao menos a de Isaac. Anoto mentalmente de perguntar a Liam sobre sua comida favorita ao perceber que não sei isso. Para falar a verdade, acho que a única coisa concreta que sei sobre meu namorado é o seu intenso amor por história, sua família, seus ataques com bebida e, bom, Brett. Que de bom não tem nada de bom realmente.

Vejo os olhos de Liam crescer para os alimentos antes de suspirar e negar, apertando mais seu irmão mais velho entre os braços. Em um geral, Liam mais parece um apoio a Isaac, do que estar sofrendo. Todavia, não serei eu a falar isso a ele. Meu melhor amigo parece certo de que meu namorado está sofrendo na mesma quantia que ele e não irei quebrar isso.

— O que vocês acham de tomar banho e depois dormir?

Papai oferece ao perceber que nenhum dos dois irá comer, ousando ele mesmo de tomar para si uma das panquecas e enfiar de forma quase grosseira na boca, me fazendo sinalizar os dois, tentando buscar algum tipo de respeito. Peter ignora isso, sempre um doce.

— Você pode dormir comigo.

Laura propõe a meu cunhado, e ele aceita. Um fato simples e direto de Isaac, ele ama Laura tanto quanto me ama. E mesmo eu querendo muito o abraçar e proteger de tudo, sei que minha prima fará um trabalho tão bom quanto o meu. Então focalizo meus olhos em Liam, porque as meninas não tem contato com ele. Hoje é a droga do primeiro dia com elas e sei de uma forma quase estranha que ele deve estar se sentindo um patinho feio no meio de nós. Por isso, obviamente ele ficará comigo. Sem sombra de dúvidas.

— Acho que ele deveria dormir com o irmão dele. — meu pai declara, empurrando os vestígios da panqueca com um pouco de água — De preferência o mais longe possível do quarto de Theo.

— Pai! — grito, porque é incrivelmente tosco que ele esteja pensando nisso, enquanto os dois estão sofrendo com a notícia da vó deles.

— Foi só uma ideia.

— Idiota. — Malia completa, rindo de nosso pai.

Seu Peter cruza os braços, como quem não gosta da coisa. Entretanto, nossa atenção não está nele e sim em Liam que resolve aceitar a oferta de se banharem e leva Isaac para cima junto a Laura. Deixando a mim, Cora, Malia e meu pai na sala. 

Aguardo até que os três estejam a uma distância segura antes de voltar meus olhos para Peter.

— Que merda foi essa?

— Não fala palavrão, porra. — ordena, fazendo Cora soltar uma risadinha com Malia.

Viro para as duas, as fazendo erguer a mão, como quem se rende a algo. Nego com a cabeça, lançando um olhar nada bom a meu pai, antes de resolver seguir os outros. E é colocar os pés nas escadas e a porta é aberta, revelando um recém-chegado Alexander.

— Hey! — existe um sorriso enorme em seu rosto.

— Onde você estava? — questiono, vendo um roxo nada discreto em seu pescoço.

— Boa noite, pai. — debocha, batendo seu braço no meu, antes de seguir para a cozinha.

E eu tenho certeza de ouvir a voz de Peter atrás dele e de minha irmã indo atrás, porque Malia não perde qualquer oportunidade de nos ver sendo interrogados por Peter. Assim como nós não perdemos quando é sua vez.

(NÃO) SE APAIXONE | 𝓣𝓱𝓲𝓪𝓶Onde histórias criam vida. Descubra agora