A hora do crime

Peter Blair

Alice Kateman
escritório de contabilidade
13/09/2017

Resolvi insistir um pouco mais em Peter, ele sabe de alguma coisa que não está querendo contar e que provavelmente é de grande importância para descobrir a verdade acerca desse caso. Ele trabalha em um escritório de contabilidade, ele e Owen devem ter se conhecido por conta de trabalhos parecidos, pensei em dar uma passada sem aviso prévio no escritório dele para não evitar que em uma ligação ele negue me ver novamente. Talvez eu precise provar para ele que pode confiar em mim, para assim me contar a história daquele dia por inteiro.
Entrei, mas não vi nenhum sinal dele, a secretária que estava na recepção logo me atendeu.
— Como posso lhe ajudar?
— Gostaria de falar com Peter Blair, ele está por aqui?
— Ele está em uma reunião agora, creio que em vinte minutos poderá recebê-la. Como devo avisar de você para ele?
— Diga que Alice Kateman deseja falar com ele. -peguei minha caderneta e comecei a fazer algumas anotações a respeito das coisas que recentemente haviam sido descobertas.-

Passado os vinte minutos, Peter aparece novamente de terno -acredito que seja o traje que ele mais usa-
— O que deseja senhorita Alice? já lhe disse tudo o que eu sei. -disse, assim que entrei em sua sala.-
— Acredito que não senhor Peter. Olhe, confesso que eu não sou a melhor e mais confiável pessoa que você pode conversar, mas estou a procura de respostas sérias que só servirão para achar o culpado e escrever meu artigo. Eu estou nessa missão de ajudar a investigação para que me ajudem na realização de meu trabalho. O que faço é minha profissão e eu não faço nada mais do que relatar fatos que são reais. Talvez nem tudo que eu descubra eu precise colocar no que irei escrever para todas as pessoas saberem, mas eu só peço sua ajuda nessa parte. Conte-me tudo o que sabe e provavelmente será uma informação valiosa não só para mim, mas também para as autoridades envolvidas, todas as informações que eu descubro eu passo para eles, não estou trabalhando sozinha e muito menos tentando fazer algo que prejudique alguém. Peço sua ajuda nisso, por favor termine o que estava prestes a falar no nosso último encontro.
— Tudo bem, você me convenceu, só por favor deixe o meu nome fora quando for citar isso em seu artigo, fonte anônima.
— Dou minha palavra.
— No dia da morte de Owen, quando estávamos na galeria, ele estava estranho, ao meu ver estava distante. Ele falava que era só o trabalho que estava o pressionando, falava isso pra não nos preocupar, mas eu conheço Owen bem demais e sabia que tinha algo a mais, além de que, estava um clima estranho em geral, até mesmo entre ele e Suzie, não sei ao certo o que aconteceu, mas eles estavam estranhos como se estivessem brigados ou algo assim. Eu sou amigo de Suzie, nunca falaria algo que a prejudicaria se não tivesse certeza, mas eu senti algo diferente.
— Você sabe o porquê?
— Não, como disse, eles evitavam falar e demonstrar isso, não tenho a mínima ideia.
— Tudo bem, isso já foi o suficiente e de grande ajuda, se tiver algo mais que seja válido, só me ligar por esse número. -entreguei meu cartão para ele, me despedi e fui embora.-

Se minhas contas estão certas, quando conversei com Suzie, ela afirmou que ele estava completamente normal aquele dia. Não sei, acho que nessa história tem mais coisas polêmicas do que eu esperava.