°NÃO ACEITO ADAPTAÇÕES°
Kwon Micha se vê em um delicado dilema. Precisando de dinheiro para consertar seu recém batido carro, recebe uma proposta inesperada e um tanto indecente de seu 'amigo de amigos' Jeon Jungkook. A proposta do jovem soa tentado...
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Assim que abri meus olhos e percebi que estava em um hospital, eu entendi.
Entendi que todas as vezes em que me questionei se estava fazendo as escolhas corretas, era porque no fundo eu sabia que acabaria assim, machucada física e emocionalmente. Sabia que gostar de Jungkook da forma como estou gostando me machucaria, tentei tanto evitar esse momento, para no fim acontecer exatamente como tanto temi.
O primeiro rosto que vi foi o dele, parecia tão preocupado, segurava a minha mão e falava manso, cuidando de mim como se eu fosse a coisa mais preciosa de sua vida. Em outro momento ter o conforto de seus braços era tudo o que eu iria querer, mas naquele momento eu só queria ficar sozinha e tentar digerir o que sentia, de preferência o mais longe possível dele.
Tudo doía e eu não conseguia dizer se era por causa do acidente ou por causa do meu coração se partindo em milhares de pedaços.
Eu sabia que Jungkook não fez nada. Sabia que provavelmente havia uma explicação para a cena que vi na biblioteca, mas mesmo tendo plena certeza disso não conseguia me sentir em uma zona segura. Os sentimentos ruins me tomavam com força e não era possível entender o que se passava dentro de mim, eu só queria… Só queria ficar só.
Me entender.
Saber até onde meu coração partido era culpa de Jungkook e até onde era culpa de mim mesma e as expectativas que pus nele.
Sabe quando você planeja uma viagem, imagina tudo, traça cada plano e quando chega lá algo é diferente do que você imaginava? Mas a frustração por experimentar algo diferente do que você idealizou é culpa do lugar ou minha?
Afinal eu idealizei muito além do que o lugar poderia me oferecer e não parece justo culpar o lugar pelas minhas altas expectativas, assim como não me parece justo culpar apenas Jungkook.
Sinto a brisa que balança meus cabelos para lá e para cá enquanto busco a minha caneca de chá que repousei sobre a mesa da varanda da casa dos meus pais. Adoro a brisa fria de fim de outono e adoro mais ainda admirar o pôr do Sol daqui, quando fui embora para o dormitório da faculdade em Seoul sempre falei que essa vista seria minha maior falta e isso irritava a minha mãe, porque de tudo e todos, a vista era minha maior saudade.
