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CLARISSE CRAWFORD não queria sair da cama

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CLARISSE CRAWFORD não queria sair da cama. Ela sabia que logo em seguida teria que se arrumar para finalmente ir para sua nova casa e no dia seguinte teria que novamente tentar se enturmar no colégio.

— Vamos, Clarisse! — A senhora Crawford a chamou enquanto entrava no quarto. A garota apenas bufou e se cobriu da cabeça aos pés como forma de demonstrar seu descontentamento com a situação, o que causou uma risada em Celeste.

Celeste Crawford era uma renomada advogada no ramo e uma mãe solteira. Clarisse sempre parava para pensar no quão estressante deveria ser ter que lidar com duas situações completamente diferentes. Número um: lidar com babacas sendo machistas no ambiente de trabalho; Número dois: duas filhas completamente diferentes e que brigam por tudo.

—  Angeline já está arrumada nossa espera, Claire. —  Sentiu a mulher puxando o cobertor do rosto da garota. — Se conseguir se arrumar em dez minutos aumento sua mesada.

— Hm? Acredita que me deu uma vontade imensa de me mudar? Uau. — A  garota se sentou na cama enquanto respondia com humor. — Senhora Celeste-

— Já nos conhecemos a quase cinco anos e você continua me chamando assim? — A mais velha reclamou puxando mais ainda o cobertor para longe da garota. — Vamos ou vai perder um aumento na mesada.

[...]

— Eu adoro quando você finge que não existe. — A Crawford mais nova murmurou enquanto entrava no carro. Clarisse apenas revirou os olhos quando se sentou no banco do passageiro. — Pode fazer isso quando chegarmos na nossa nova casa? 

— Ignorar sua minúscula existência? — Claire perguntou ironicamente. — Eu, com toda certeza, vou fazer isso, Angelita. — A mais nova odiava esse apelido e Clarisse sabia disso. Por mais que as duas parecessem cão e gato, a mais velha sempre protegeria a si e a menor.

— Garotas, por favor... — Celeste pediu. — Podemos fazer uma viagem silenciosa e sem intrigas? Vocês são duas moças tão lindas, mas, geralmente, minha vontade é de jogar as duas pela janela.

— É nossa "linguagem de amor". — Clarisse respondeu enquanto rolava o feed da rede social e a mulher riu em resposta. — É sério, Celeste. Eu e a Angel somos anjos iluminados que nunca vamos sair brigando de verdade.

— Mas, já fizemos isso. — Angeline respondeu confusa.

— Calada, meio metro. — A garota rebateu e voltou a atenção para as ruas deixando o celular bolsa. 

A Crawford observou parte de sua vida sendo deixada para trás. Apesar da infância conturbada em várias casas, a garota havia encontrado, por fim, uma família que a deixasse com a sensação de segurança e de felicidade. Crescer num ambiente com outras crianças que haviam sido abandonadas, havia sido difícil para a mesma. 

Ter que aprender a se proteger e cuidar das outras crianças havia a sufocado por anos. Até Celeste aparecer na porta do orfanato. Até esse dia, Clarisse já havia passado por diversas casas e tinha sido mandada de volta todas essas vezes, até conhecer a senhora Crawford.

Celeste Ann Crawford era um anjo na sua vida. Foi a primeira pessoa que perguntou o que Claire realmente queria fazer ou como queria viver no futuro, ela foi a primeira pessoa a esperar que a mesma se abrisse para contar as coisas que a machucavam e, Celeste, foi a primeira pessoa a fazer com que Clarisse se sentisse amada.

Era doloroso saber que acabaria deixando a sensação de conforto da primeira casa em que havia se sentido amada, mas, no fundo, ela sabia que essa sensação vinha de estar com Angeline e Celeste.

— Vai sentir saudades daqui? — Celeste perguntou.

— Um pouco. — Ela olhou para a mais velha. — Foi aqui que eu me senti em casa pela primeira vez.

— Angel e eu sempre quisemos que você se sentisse em casa, apesar dela ser um pouco na dela. — Murmurou. — Mas, foi ideia dela tentar te fazer ao máximo se sentir em segurança conosco.

— É... Eu sempre vou proteger ela. — Clarisse olhou para trás e viu Angeline com o fone de ouvido enquanto observava a rua pela janela.

 — Clarisse olhou para trás e viu Angeline com o fone de ouvido enquanto observava a rua pela janela

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001. Capítulo bem curtinho porque eu não queria prolongar por muito tempo.

002. A Claire trata a Celeste pelo nome dela por ter se acostumado com isso, mas não significa que ela não vá acabar chamando a mulher de mãe e etc.

003. Eu não penso em colocar a Claire como par romântico do Robby nesse primeiro ato porque eu quero construir a amizade deles primeiro antes de fazer eles se gostarem de forma romântica.

004. Desculpem por qualquer erro e espero que tenham gostado.

FIGHT OR FLIGHT ━ robby keeneOnde histórias criam vida. Descubra agora