Era cada vez mais difícil ignorar sua presença. Algo em você em você, Yeonjun, me atraia mais do que o campo de gravidade da terra.
Eu só queria que você me olhasse, me enxergasse ali.
Mas por que você se quer olharia para mim quando todas as garotas começaram a cair aos seus pés como insetos atraídos a luz?
Yuna sempre achou toda essa atenção uma idiotice. Por isso, guardei essa admiração dentro de mim, junto com pequenas memórias roubadas que me faziam corar. Como te ver sem camisa pela casa ou então, distraído no seu mundo, jogando bola sozinho.
Aquelas eram minhas preciosas memórias.
Até que um dia, num surto de coragem, devido a ausência de seus amigos e a Yuna estar no banho, caminhei com o coração disparado ao seu quintal.
"O que tem tão legal em jogar bola?"
Você ergueu as sobrancelhas e me olhou.
"Acredito que você não é do tipo que gosta de esportes, certo?"
Não havia como negar, meus hobbies eram mais livros, do que manter meu corpo ativo. Mas mesmo assim, você chutou a bola até mim.
Durante os cinco minutos em que você tentou me ensinar a jogar, eu me senti o único ser humano que importava na terra. Eu não podia evitar de sorrir.
Mesmo que você já parecesse estressado de tentar me fazer acertar e começasse a perder o interesse, aquele momento foi mágico.
Mas meus segundos no céu duraram menos do que eu desejava. E logo estava no inferno. No momento que ela passou, sua atenção se desviou de mim, como se nem estivesse ali.
Eu vi em primeira mão você se apaixonar, Yeonjun.
Mesmo que jogasse sua maldita bola de futebol em meu rosto, teria doído menos do que presenciar seu olhar a ela. O jeito que você nunca, em nenhum momento olhou para mim.
E naquele momento, eu só queria chorar.