As cartas haviam parado de chegar. Já faziam três semanas após a última carta de Fushiguro e ele não havia obtido resposta, todo seu estômago se revirava em calafrios e ele sentia o arrependimento o tomar. Ele estava fazendo a coisa certa, não estava? Se aquela era a coisa certa, porque doía tanto? Porque ele estava morrendo um pouquinho a cada dia e porque era tão difícil?
Ele foi interrompido de seus pensamentos, quando percebeu uma movimentação diferente no castelo, todos os criados andavam apressados de um lado para o outro e o príncipe seguiu para a sala do trono.Quando foi anunciado, ele entrou e encontrou seu pai e sua madastra sentados juntos em seus respectivos tronos. A sala era grande e possuía decorações em vermelho, havia um tapete vermelho e uma escada mediana até os tronos. Itadori estava ajoelhado abaixo da escada. Fushiguro sentiu seu coração se acelerar ao ver o motivo de seus pensamentos devassos e se aproximou em passos rápidos até o trono, sem olhar para o outro que ainda estava ajoelhado, ele se posicionou ao lado de seu pai e sorriu.
– Majestade, fico agradecido em dizer que a missão foi um sucesso. – Itadori levantou seus olhos aos três presentes. – Os atacamos durante uma de suas comemorações mais importantes, por conta das festas, eles não conseguiram nos localizar e conseguimos libertar os soldados que haviam sido feito de reféns.
– Estou muito orgulhoso de você, Itadori. – O rei sorriu terno. – Eu tinha certeza que conseguiria.Você está dispensado, pode ir comemorar.
Itadori assentiu e se levantou, fazendo uma reverência e deixando a sala.
Fushiguro sorriu genuinamente.
– Fico muito feliz por vocês dois serem como são. – O rei começou e Fushiguro o olhou surpreso. – Sei quando eu falecer, o reino estará em boas mãos. Sua inteligência e seu discernimento vai nos erguer, enquanto a liderança e força de Itadori vai nos proteger.
Fushiguro sentiu seus olhos marejarem. Céus, ele estava sendo tão bobo. Sabia que seu pai o amava muito e que ele e Itadori eram homens diferentes, mas que isso não o fazia inferior. Os dois tinham suas características e qualidades. O príncipe abraçou seu pai com força.
– Fico muito agradecido por tudo que me ensinou, senhor. – Ele se afastou e sorriu para sua madrasta, que os olhava com carinho.
Após isso, ele deixou a sala do trono e perguntou a uma criada aonde estava Itadori. Ela respondeu que o garoto havia saído para a comemoração e Fushiguro sentiu seu rosto se empalidecer. Ele sabia muito bem o que acontecia naquelas comemorações e seu estômago revirava de fúria apenas em pensar em outra pessoa tocando Itadori.
Ele simplesmente não aguentava mais tantos sentimentos conflitantes e trancafiados em seu coração. Céus, ele precisava de Itadori de volta. Sentia falta de apenas estar com ele, de dormir junto ao seu corpo, ou de rirem juntos. Seu coração estava doendo tanto. Com esses pensamentos, ele foi para seu quarto e se deitou na enorme cama, ele abraçou seu próprio corpo e começou a chorar baixinho, desejando não ter sido tão duro com o outro.
Em algum momento da noite, Fushiguro adormeceu. As lágrimas haviam secado em suas bochechas e agora ele havia embarcado em um sono tranquilo. Isso ocorreu até ele ouvir um barulho alto vindo de sua sacada, assustado, ele pegou o candelabro e observou que Itadori estava com algumas pedrinhas nas mãos e parecia bêbado.
– Oh céus... O que você está fazendo aqui? – Fushiguro perguntou, porém em seu âmago estava muito feliz em ver o outro.
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Snow white • Itafushi
Fanfiction"- Como é belo este constraste...- A rainha murmurou para si mesma. - Oh, deuses...- Ela proferiu enquanto se sentava no chão, sentindo que mesmo em suas roupas quentes, o frio ainda a castigava. - Peço que me enviem um filho... cujo a pele seja br...