4. rubro e brilhante

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O sol brilhava no céu, no entanto, o reino continuava coberto pelo frio.
A família real estava fazendo seu desjejum em silêncio, Fushiguro e Itadori muitas vezes acabavam se olhando cúmplices e sorriam um para o outro de forma contida.

– Itadori. – A voz do rei se fez presente, como se ele tivesse se lembrado de algo. – Ouvi alguns rumores sobre a missão, gostaria de saber se eles são verdadeiros.

– Sim, majestade. – Itadori se levantou de sua cadeira em sinal de respeito e deixou seu lenço sob a mesa.

– É verdade que em willyward eles praticam... magia negra? – O rei perguntou desconfortável.

Itadori se lembrava de algumas pessoas que havia visto desfiguradas andando pelo reino, e de seus estranhos costumes na comemoração, mas aquilo não se passava de um mito para ele.

Magia? Vossa graça, isto é um mito. Não existe tais práticas. – Itadori disse cético.

– Eu não teria tanta certeza... – A rainha se pronunciou, sua voz parecia cautelosa e de certa forma, sombria.

Fushiguro sentiu um arrepio cruzar seu pescoço. Magia negra?

– De toda forma, pedirei para os meus homens vasculharem qualquer traço de atividades suspeitas, senhor. – Itadori se curvou e em seguida saiu da mesa deixando seu prato pela metade.

Fushiguro olhou para o próprio prato e o afastou de si com cuidado, ele se levantou e se curvou, antes de deixar o local.

– Você não acredita que... É muito cedo? – O rei se pronunciou.

– Eles não são mais crianças, vossa graça. – A rainha murmurou pensativa. – Sei que queremos protegê-los, mas estamos falando do comandante e do herdeiro do trono, não de dois bebês.

– Você tem razão... – O rei suspirou cansado e pegou os dedos da mulher os levando até sua boca e beijando-os com cuidado. – Eu só espero que eles estejam prontos para isso.

– Eles vão estar. – Ela murmurou e tentou sorrir o mais convincente que conseguiu.

****

– Ei... – Fushiguro se aproximou cautelosamente.

Itadori estava descansado sob a árvore onde deram seu primeiro beijo. Ele parecia aflito e pensativo.

– Oh, olá. – Ele abriu os olhos e se ajeitou no local, com Fushiguro sentando em sua frente e o olhando curioso.

– O que houve?

– Não quero preocupa-lo, príncipe. Apenas coisas do exército, nada importante.

– Mas é claro que é importante. É o nosso povo. – Fushiguro disse firme e Itadori sorriu.
A forma que ele falava "nosso povo" fazia com que ele se sentisse pertencente.

– Certo... – Itadori recobrou sua postura e respirou fundo antes de começar. – Eu já havia ouvido rumores em relação a magia no povoado de Willyard. Mas acreditei que fosse tudo invenção e... – Itadori puxou os fios de seu cabelo para trás, de forma aflita. – Pensar que essas coisas podem realmente existir me deixa muito apreensivo. Não estou com medo, mas penso em sua segurança.

Fushiguro o olhou terno e estendeu sua mão para fazer um leve carinho em seu rosto.

– Fico muito feliz em saber que se preocupa comigo, comandante. Mas estou seguro. Não há com o que se preocupar.

Snow white • Itafushi Onde histórias criam vida. Descubra agora