(27) A chance de tentar chegará.

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2 duplas, uma chance.

Uma chance, um futuro.

— Jimin? — Meu psicólogo me chama fazendo eu raciocinar o que está acontecendo.

Já fiz o teste hoje de manhã, bem cedo por sinal. A aula teórica do Oliver foi substituída pra quem participa do concurso, então as aulas de Daniela a tarde foram suspensas por hoje.

— Como se sente depois de hoje? — Ele me chama novamente tentando de algum jeito chamar minha atenção. — Ficou tudo bem?

Mecho nas flores que estão ao meu lado em uma mesa de vidro, e observo como cada uma é linda e parece ser tão leves.

— Jungkook me faz feliz. — É a primeira coisa que sai da minha boca.

Dr. Minjum se acomoda no sofá e parece me olhar com mais atenção.

— Você se sente feliz quando ele também não está por perto? — Pergunta.

Tiro minhas mãos das pétalas da flor e olho pra ele arrumando minha postura.

— Sim. — Respondo sem dúvida na voz.

— Quais são suas felicidades quando está só?

— Fico feliz quando danço, na minha sala. — Respondo rápido. — E quando almoço com minha mãe.

O que me irrita é que ele não tem nenhuma expressão fácil, e nem do corpo! Nada se move.

— Semana passada você me disse que quando você dança sozinho sem pensar se pode errar ou não, você libera sentimentos. Então você não está exatamente feliz por algo que está fazendo, é na verdade uma frustração que você quer liberar, não acha? — Ele explica exatamente o que eu sei e não queria ouvir.

Eu não danço só por isso, olha... eu danço porque gosto! Gosto de aprender gosto de me desafiar, mas gosto ainda mais de colocar o que eu sinto na dança, mas não quer dizer que eu não seja feliz com isso.

— Eu sou feliz porque danço, porque é uma cura pra mim e sou totalmente dependente dela. — Minha voz sai mais alta mas eu não me importo. Não aqui. — Me desafio e tento ser melhor, e quando eu consigo eu fico feliz. Então sim, minha felicidade quando estou só, é dançando, doutor.

Ele aponta pra água que está em cima da mesa indicando para eu tomar um pouco.

Eu desvio o olhar e tomo água ao mesmo tempo que ele escreve algo naquele caderno que quero ler inteiro para saber o que ele acha de cada coisa que eu digo.

— Você almoça com sua mãe diariamente? — Ele pergunta novamente interessado.

Eu nego.

— Antes sim, mas faz muito tempo que não faço isso.

— Vamos tentar, sim? Na próxima consulta você me diz como foi, pode ser?

Faço um sim com a cabeça.

— Os remédios que eu te passei deram certo? — Ele pergunta e eu faço um sim de novo. — Ótimo, como se sentiu tomando eles?

Semana passada ele me passou alguns remédios para ansiedade que me fizeram um pouco melhor, mas nos primeiros dias eu me senti extremamente cansado como se algo estivesse errado. E olha está errado, com certeza foi meu corpo reagindo a algo diferente do que ele quer e sente.

— Os primeiros dias foram cansativos, mas depois eu me senti mais calmo em algumas situações... — Respondo.

Ele inclina o corpo pra frente e deixa o caderno de lado.

Além do Preto e Branco. • PJM + JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora