Dia 1

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Olá meus amores, vi que vocês gostaram então vou dar continuidade a fic, comentem para que eu possa saber o que vocês estão achando. Desculpa qualquer erro e boa leitura a todos!

Pov Camila

"Qual é o preço que você esta disposto a pagar pelos seus objetivos?"

- QUEM VAI SER O PRIMEIRO OU A PRIMEIRA A DESISTIR PARA DEIXAR MINHA NOITE MAIS FELIZ EM? - gritei para os cadetes sorrindo.

Os cadetes estavam na minha frente na praia os refletores acessos, todos estavam com os braços levantados a mais de 3 horas segurando um fuzil acima da cabeça, eu podia ver vários braços tremendo para abaixar a arma e quem fizesse isso estava fora, eles estavam fazendo tudo isso com as roupas molhadas depois de 2 horas nadando na praia do final da tarde até o sol se por.

Desde o momento que eles entraram pelo portão não sentaram, não comeram e não tomaram água a mais de 6 horas atrás, eles ainda tinham mais 14 horas antes deles descansarem por 4 horas apenas.

A primeira semana era dita como a semana do inferno passando por ela você já tinha praticamente completado o curso, a primeira semana era pra eliminar os fracos, aqueles que não davam conta de aguentar a dor física, o esgotamento mental e nem controlar a si mesmo.

Eu tinha 30 anos, me formei como fuzileira os 19 e fui pra minha primeira missão no Afeganistão onde me tornei Tenente com 22 anos, depois fui pro Iraque me tornando Capitã aos 26 na minha terceira missão onde fiquei por quase 3 anos, voltei porque acabei atinginda por estilhaços de bomba a 6 meses atrás por isso estou aqui.

O Coronel das bases da Califórnia Mike Jauregui me colocou como instrutora de cadetes até eu me recuperar por completo, eu não gostei disso, eu gostava de ação e não de ficar tomando conta de crianças mas a minha perna ainda não estava tão boa assim pra voltar.

Eu sou de uma família de militares, meu pai é um Major aposentado depois de completar 6 missões e acabar machucando o braço o que impossibilita ele de trabalhar, agora ele faz trabalhos administrativos e de consultoria, minha mãe é médica do exército já participou de algumas missões em uma delas acabou se apaixonando pelo meu pai durante a Guerra do Vietnã e aqui estou eu hoje, minha mãe da aula na base de médicos fazendo treinamentos. Além disso eu tenho uma irmã mais nova Sófia, ela tem apenas 14 anos mas sei que um dia vai se tornar uma militar também, tá no sangue da família a anos.

Eu nasci e cresci em um berço bem patriota, acredito muito no que nos defendemos, no nosso país e ideais por isso eu sou o que sou hoje, porque se não é pra acreditar porque eu daria a minha vida a isso? É claro que as guerras deixam marcas em cada um de nós, eu mesmo tenho pesadelos com as pessoas e amigos que eu perdi, as vezes nem consigo dormir mas eu sabia das consequências das minhas escolhas.

Fazer o que fazemos deixa marcas que o tempo não é capaz de apagar, as coisas que fazemos e vemos ficam com a gente para sempre, não tem como fugir disso, quando fechando os olhos é aí que o pesadelo real começa mas eu tento não pensar muito nisso, quando eu acordo no meio da noite eu simplesmente tenho que desligar pra seguir meu dia, é assim que sobrevivo, é assim que sigo sendo o que fui programada pra ser.

Não existem muitas mulheres no comando, ainda mais mulheres que chegam onde eu cheguei de forma tão rápida, eu fazia o meu trabalho da melhor forma possível e fui recompensada pelo meu esforço e nesse treinamento de cadetes não vai ser diferente, só vai passar quem merecer.

As mulheres e homens tinham o mesmo treinamento, sem diferença nenhuma, 11 anos atrás tinha menos mulheres que hoje, em 60 cadetes 18 eram mulheres o que significa 30% da turma, na minha época era 8% e eu fui a única mulher a terminar o curso.

Batalhão 27 (camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora