Capítulo 9

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Izabely

Minha intenção era ir embora e deixar para trás aquelas duas crianças imaturas, mas fui impedida quando aquele palhaço chamado Jonathan Zaiker se colocou na minha frente com as mãos levantadas na frente do corpo querendo me parar.

— Espere um pouco, precisamos conversar — falou rápido e soltou uma longa respiração. — Você é baixinha, mas mesmo assim essas perninhas são rápidas.

— Não me chame de baixinha! — ordenei batendo nele com a minha bolsa.

Jonathan tentou se afastar e conseguiu se esquivar na segunda vez que tentei acertá-lo.

— Desculpe, não foi um insulto, só um pequeno comentário — disse tentando conter um sorriso ao dar ênfase na palavra pequeno.

— Quantas vezes vou precisar bater em você para não falar mais da minha altura? — indaguei nervosa, mas ao invés de tentar acertar minha bolsa na cabeça oca dele, parei para observá-lo e sorri sem humor. — Na verdade acho que essa sua implicância com minha altura deve ser porque não fico tentando compensar nada, ao contrário de você, que claramente faz isso.

— O que está querendo insinuar? — perguntou colocando as mãos na cintura.

Desviei os olhos para a frente das suas calças e soltei um pequeno riso debochado. Jonathan seguiu meu olhar no mesmo instante e me olhou inconformado.

— Está dizendo que... você acha que o meu... — balbuciou um tanto perdido e então me olhou com uma mistura de indignação e irritação. — Como ousa falar tal blasfêmia?!

— Depois de tanto tempo tendo que te aturar, acho que entendi porque você precisa cuidar tão bem da aparência e se gabar disso. É tudo para compensar as coisas pequenas.

Deixando-o sem reação, de boca aberta e com um olhar ofendido, passei por ele esbarrando no seu ombro e voltei a seguir meu caminho.

Depois de mais de um ano conhecendo Jonathan e um pouco menos do que isso que nos aproximamos bastante, era fácil saber o que fazia ele ficar ofendido o suficiente para acabar tendo uma pequena pausa no cérebro que o fazia precisar de um tempo para voltar a raciocinar.

Não sabia se o que eu disse era verdade, mas também não queria saber, de jeito nenhum, e também não precisava ficar pensando nisso, porque acabaria me levando a pensar em outros momentos que não seriam bons caminhos para minha mente seguir agora.

O que eu sabia era que Jonathan se imaginava o espécime masculino mais lindo do mundo e amava se gabar de tudo que fazia e principalmente de como se achava bonito, inteligente, carismático e com ótimo cabelo. Felizmente ele não chegava a ser um narcisista e talvez só agisse daquela maneira porque sua mente ainda era a de um adolescente sem muita maturidade.

Na realidade faltava maturidade para os três meninos poderosos, porque quando não estavam trabalhando eles eram terríveis, mais ainda quando se juntavam. Lucca, mesmo sendo o líder de toda e qualquer confusão e ideia maluca, por incrível que pareça era o que tinha mais juízo, isso depois de casar e estar prestes a ser pai, ele era excêntrico, metido e carente, mas após conhecer Beatrix não se envolveu em nada que pudesse mandá-lo para a prisão ou aparecer na primeira página de um jornal de forma negativa, como nadar pelado em uma fonte pública.

Pelo o que sabia haviam poucas diferenças entre Mikael e Jonathan, as vezes podia até chegar a considerar os dois irmãos gêmeos, pois eram muito semelhantes e se entendiam de um jeito assustador. Porém, o que percebi desde que todo mundo ficou mais próximo com tantos noivados e casamentos acontecendo, era que Mikael era mais aberto do que Jonathan, que mesmo não parecendo era sim uma pessoa um pouco reservada.

Louca Decisão - Livro 5 Série: Paixão e AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora