Capítulo 16

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Izabely

— Então você quer ajuda para sequestrar seu amigo? — perguntou a mulher diante de mim.

Fazia apenas dez minutos que estávamos nesse bar e eu já tinha me arrependido completamente de ter ido até a prima ninja do Lucca para pedir ajuda. Eu estava com as emoções a flor da pele e com álcool no organismo, o que me fez ter um momento de insensatez que me colocou nessa situação totalmente errada.

Sentada em um banco no balcão do bar, tomando uma água com gás e estando mais calma, podia perceber como essa tinha sido uma péssima ideia e eu deveria sair logo daqui e ir para casa.

— Na verdade não é exatamente isso que quero fazer. Esse tipo de coisa é errado e não faria bem para a minha carreira. Acho que só estava tentando achar soluções para ele parar de fugir e acabei me excedendo.

Não tinha exatamente dito que queria sequestrar Jonathan, só perguntado se ela tinha mesmo sequestrado o marido e se isso tinha dado certo. Ter visto Darla, a prima de Lucca que Megan chamava de rainha sombria, me fez lembrar da história que ele contou e me dado a ideia insana de talvez arriscar algo parecido, mas eu não tinha intensão nenhuma de levá-lo contra a vontade para algum tipo de ilha deserta. Não gostava de vê-lo fugindo e me machucava não saber os motivos disso, mas ainda assim não faria uma coisa tão louca.

— Eu tenho que ir para casa, já está bem tarde — falei me preparando para me levantar.

— Sente-se — mandou me olhando de canto.

Engoli em seco e voltei a me sentar sentindo um frio na espinha. Eu lidava com todo o tipo de gente no trabalho e essa mulher exalava uma energia densa que fazia todos os meus alertas dispararem me deixando atenta.

Na festa de casamento do primo de Lucca na Itália há alguns meses, todos os meus sentidos de alerta dispararam perto daquela gente e cheguei a cogitar que Beatrix e Megan não eram loucas e talvez estivessem certas sobre aquela família estranha. Porém, depois de pedir alguns favores, meus contatos investigaram e não descobriram nada irregular na vida de ninguém, eles não tinham nem multa de trânsito.

Saber disso me deixou só um pouco menos preocupada, mas estar perto dessa prima estranha do Lucca, agora estando lúcida e sem sentimentos confusos me cegando, ainda me deixava um pouco apreensiva.

— Não seria sequestro se ele fosse de boa vontade — falou bebendo sua vodca.

— O que quer dizer?

— Pelo que entendi ele tem medo de se relacionar seriamente por causa de alguma ex que o traumatizou. Levá-lo para onde não vai poder correr de você é uma boa ideia e não seria um sequestro de verdade se ele concordasse em ir com você.

— E por que ele concordaria?

— Ele não fugiria se não sentisse algo por você e não tivesse medo de onde esses sentimentos podem levá-lo — disse me fazendo concordar. — Posso conseguir um avião e uma ilha particular se precisar.

— Mas a que custo? — A olhei desconfiada.

— Para sua sorte estou de bom humor hoje. Vou ficar na cidade por algumas semanas e tenho uma ilha desocupada, então pode usar meu avião.

Apesar de ser uma boa proposta, não sabia se deveria mesmo fazer isso, precisava pensar um pouco antes de decidir o que fazer.

***

Eu estava fazendo isso, estava mesmo fazendo isso. Depois de alguns dias daquela noite na boate eu estava pronta para fazer essa loucura descabida que poderia dar muito errado, ou muito certo.

Louca Decisão - Livro 5 Série: Paixão e AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora