D A R K F A N T A S Y | +16
Yggdrasill tremeu com o estilhaço que se seguiu, suas montanhas desabaram, seus mares se agitaram, a fumaça e fogo cobriram os céus, enquanto a trombeta de guerra tocava junto ao brandir de espadas. E todos, fossem eles...
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A cada jarda mais próximos que chegamos de Kættegorn, eu sinto a lufada do vento tropical carregando o forte odor repugnante do sangue de trolls e falsos Dracônicos abatidos, se misturando com uma fumaça densa infestando meu olfato. Não demorei para confirmar minha percepção - meu povo já estava trabalhando em limpar a bagunça - e um sorriso orgulhoso se fez presente em meus lábios quando vislumbrei a gigante pira de fogo acessa no centro do vilarejo, as chamas silvavam e emitiam um forte brilho lúgubre enquanto reduzia em cinzas o que restou dos invasores.
━ Essa é Kættegorn, garoto. Nosso povo, sempre impassível e imponente. ━ Olhei de relance para Armanon quando escutei ele falar com a voz carregada de orgulho. Alfinetando meu irmão, que contorceu o rosto em uma careta de reprovação.
Ignorei. Voltando minha atenção ao meu reino que encheu-se de júbilo, e deixei um largo sorriso escapar pelas extremidades dos meus lábios quando; nossas temidas feras aladas rugiram, e os cavaleiros gritaram saudações com as armas afiadas e maculadas de vermelho erguidas ao céu assim que perceberam o som do tremular das asas dos nossos dragões acima de suas cabeças. Suspirei por fim.... cansado, desmanchando meu sorriso ao mesmo compasso que comecei a sentir meu sangue correndo como fogo em minhas veias e todos os músculos do meu corpo se enrijecendo assim que vaguei meu olhar mais atentamente pelo vilarejo, vistoriando todos os estragos.
Minhas mãos se fecharam com força no couro da correia de Draven, e me obriguei a reprimir a vontade que tinha de aterrissar e me informar sobre o relatório do ataque - não havia tempo para diálogo, não agora - e após exalar uma respiração longa, deixei minha mandíbula se afrouxar, acenei com uma mão para o povo, um gesto que todos retribuíram, e prossegui o meu percurso, sobrevoando a floresta dos javalis, seguindo o canal do rio que levava até a enseada do lado norte.
━ Tem certeza disso, Armanon? A anciã já perdeu o fio da meada há mais de dois séculos. Como ela pode nos ajudar? ━ Questionei olhando dubiamente para ele, assim que nossos dragões aterrissaram na frente de uma solitária cabana na enseada, e se afastaram indo até o lago beber água.
━ A única certeza que eu tenho é que se nenhum de vocês dois, filhos de Aegon, sabe onde o fragmento foi escondido. Então ninguém mais sabe, a não ser a anciã, Aegon recorreu a ela para pedir ajuda quando resolveu esconder o fragmento. ━ Respondeu quase como um resmungo, enquanto subíamos os degraus da varanda, ouvindo os estalos e rangidos da madeira que parecia que ia se partir a qualquer momento.
━ Eu só não entendi uma coisa.... porque nosso pai não lhe contou? Afinal era o melhor amigo e braço direito dele. ━ Ragnar comentou se recostando no pilar de madeira da varanda, e Armanon girou nos pés, olhando para nós.
━ Porque havíamos concordado que quanto menos pessoas soubessem, seria mais seguro para todos.... Nossos melhores e mais confiáveis amigos e Conselheiros, haviam começado a desaparecer sistematicamente. Não demorou para descobrirmos o motivo... Eles estavam sendo capturados, por causa do interesse no fragmento. ━ contou e suas sobrancelhas grossas quase se uniram ao franzir o cenho quando completou com amargor. ━ Afinal... que outro monstro, seria ardiloso e traiçoeiro o suficiente para conseguir invadir e dilacerar mentes buscando encontrar informações?
