Através do Tempo

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Takemichi entrou na enfermaria irritado, o coração aos saltos enquanto olhava em volta, Marco estava conversando com um Ace com bandagens no rosto e em algumas partes do braço, o Hanagaki caminhou até os dois acertando um soco certeiro na cabeça do Portgas antes de ser segurado por Marco, os dois surpresos com a ação do menor enquanto Thach, Yui e Izo riam da porta.

Koji apenas suspirou enquanto voltava ao que fazia, não querendo se envolver diretamente na confusão que esse grupo era.

- O que deu em você seu suicida infernal?! - Takemichi esbravejou - Agora além de suicida virou masoquista?! Você está louco, Ace?! Por que não lutou a sério?! Se estava pedindo para Marco te matar era melhor avisar ao invés de nos dar um susto desses!!

Ace resmungou, os socos de Takemichi agora doíam, lembravam os punhos do amor de seu avô, apenas que o Hanagaki queria mesmo o causar dor.

- Takemichi, ele ainda está seriamente ferido-yoi, não deve piorar a situação - Marco o lembrou.

- Bem, se ele quer tanto morrer então eu vou adiantar a hora da morte!

- Mas foi você quem pediu para eu não depender tanto do fogo! - Ace bufou, chateado, levava bronca se fazia como sempre e levava se tentava mudar?!

- Você... oh! Céus, por que todo D. tem que ser complicado?! - Takemichi bufou enquanto se sentava respirando fundo para se acalmar - Eu disse para que aprendesse a lutar sem depender da fruta, isso é algo gradual, você é idiota ou o quê? Não pode pedir para lutar com um dos mais fortes do navio e sequer cogitar usar o fogo! Você precisa começar do básico, se quer aprender a lutar, precisa pensar que é iniciante no assunto, não importa quão forte seja, pense que é a primeira vez, lute sabendo que não vencerá e dê o seu melhor, isso vai te fazer ver cada falha e no que pode melhorar.

- É como você faz? - Ace se interessou, um sorriso surgindo em seus lábios, Mithy estava o dando conselhos, o mesmo homem que chegou tímido, assustado e covarde estava dando conselhos a Ace sobre como lutar, isso o encheu de orgulho.

- Basicamente, olhe, se escolheu Marco por ele ser um dos mais fortes então você está no caminho certo, mas, por qualquer divindade em que acredite, avise que não vai usar o fogo! Não é uma luta séria, estamos treinando, então deixe-nos ciente do que vai fazer, quer matar Oyaji do coração já que não conseguiu de outra forma?!

Marco apenas ria, achando extremamente fofa a forma que os dois dialogavam esquecidos do resto deles.

- Certo, vamos deixar Ace-yoi descansar - Marco pediu expulsando os outros, Takemichi se sentou ao lado da cama, obrigando Ace a deitar.

- Eu estou bem! - Ace protestou, chateado de ainda estar ali, ele já tinha acordado, estava bem!

- Não você não está - Marco o olhou cansado, era sempre uma luta!

- Certo, deite e se comporte, Ace, e eu prometo contar mais sobre meu passado.

Isso pareceu animar o D. que se deitou sem reclamar e fez Marco erguer uma sobrancelha curioso.

- Marco, o que faz aqui?! Ele não vai contar com você e Koji aqui! - Ace reclamou fazendo os dois médicos revirarem os olhos, decidindo sair, afinal podiam contar com Takemichi para dar um jeito de manter Ace na cama, nem que fosse com outra das apostas idiotas dos dois.

Takemichi riu enquanto encarava o maior com carinho antes de desviar o olhar para as paredes de madeira, um suspiro saindo de seus lábios enquanto pensava no passado.

- Acho que parei pouco antes da luta contra Valhalla não foi?

- Foi! Você não quis me contar o desfecho daquela luta! Eu quase morri de ansiedade!

Takemichi riu quebrado fazendo Ace franzir o cenho preocupado.

- Eu estava preocupado, Baji-kun e Kazutora-senpai poderiam morrer ali, mesmo com Chifuyu me apoiando, ainda tinha muito em jogo, eu precisava fazer algo, impedir que coisas ruins acontecessem, impedir que Kisaki nos manipulasse.

- E o que aconteceu?

- Eu vi como era fraco - Takemichi riu amargo - Mitsuya-kun teve que me salvar, quase caindo por causa disso, Chifuyu mal podia sair do meu lado e eu caí tão facilmente, mas, ainda sim, eu não podia desistir, a vida de tantos estava em risco dependendo do que aconteceria naquela luta... então eu decidi, me levantei e gritei a todos que eu iria derrotar a Valhalla porque eu iria subir ao topo da ToMan e ser forte era a única forma.

Ace assobiou.

- Você é realmente um suicida.

- Você também - Takemichi revirou os olhos arrancando uma risada de Ace - Eu não pensei que isso incentivaria todos que tinham caído, de repente, o jogo tinha virado, todos pareciam prontos para se levantar quantas vezes necessárias até derrubarmos Valhalla, mas nem Baji nem Kisaki tinham aparecido ainda, isso estava me preocupando...

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2017, Tóquio, Japão.

Sanzu Haruchiyo soltou um longo suspiro ao ver o estado de seu chefe que parecia a ponto de surtar enquanto tentava achar qualquer pista sobre o Hanagaki, Sanzu também se preocupava, Hanagaki era o amor de seu rei, ele pessoalmente o verificava, mas, a data do sumiço de Takemichi, batia com a data da viagem internacional que fizeram para negociarem com alguns grupos no Canadá.

Isso só tornava pior, se tivesse sido um de seus homens, provavelmente tinham se livrado de tudo antes deles voltarem e, mesmo que tivessem descoberto, já era tarde.

Takemichi havia desaparecido e isso estava enlouquecendo Mikey, o que estava enlouquecendo Haruchiyo por tabela.

O único benefício que vinha disso tudo era que Mikey vinha estando cada vez mais com seus antigos amigos, todos empenhados em achar algo sobre o paradeiro de Takemichi, Mikey, obviamente, deixou claro que era um arranjo temporário, que logo sumiria da vida de todos novamente e que não deviam nutrir esperanças, mas, bem, Haruchiyo esperava que não fosse temporário.

Ainda mais quando Hitto Kakucho, amigo de infância do Hanagaki e terceiro no comando de Bonten, fez questão de estreitar dos laços, afinal era o menos ligado aos ex-delinquentes, usando a oportunidade para se tornar amigos deles.

Como os irmãos Haitani seguiam Kakucho em tudo, eles também aproveitaram para isso, os outros seguindo por tabela, é, apesar do desespero com a situação, coisas boas pareciam estar vindo dali.