Veritaserum

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— Capítulo trinta e cinco: Veritaserum — Angelina Johnson, capitã do time de quadribol da Grifinória, leu. 

— Veritaserum? — um sextanista da Grifinória questionou. — Tipo, a poção? 

— Por Rowena! — uma corvina do quinto ano reclamou, pondo a mão na própria testa. — É cada pergunta. 

Harry sentiu que caía chapado no chão; seu rosto comprimiu a grama, cujo cheiro invadiu suas narinas. Ele fechara os olhos enquanto a Chave de Portal o transportava, e os mantinha fechados até aquele momento. Não se mexeu. 

— Depois de algo assim, acho que qualquer um ficaria em choque. — Lavender comentou baixinho.

Todo o ar parecia ter sido expulso dos seus pulmões; sua cabeça rodava tanto que ele sentia o chão balançar sob seu corpo como se fosse o convés de um navio.

— Até aí, tudo normal para uma viagem por Chave de Portal. — disse Charlie Weasley. 

Para se firmar, apertou com mais força as duas coisas que continuava a segurar – a asa lisa e fria da Taça Tribruxo e o corpo de Cedric. Tinha a sensação de que ia deslizar para a escuridão que se formava na periferia do seu cérebro se largasse qualquer das duas. O choque e a exaustão o mantiveram no chão, inspirando o cheiro de grama, esperando... esperando que alguém fizesse alguma coisa... que alguma coisa acontecesse... e, todo o tempo, sua cicatriz ardia surdamente em sua testa...

— Achei que ela só ardesse quando Você-Sabe-Quem estava por perto. — Zacharias Smith comentou. — A taça tirou você de lá, né? — sem perceber, o lufano havia acabado de preocupar ainda mais os pais de Harry. 

Uma enxurrada de sons o ensurdeceu e confundiu, havia vozes por toda parte, passos, gritos... ele continuou onde estava, o rosto contraído contra o barulho, como se aquilo fosse um pesadelo que ia passar... 

Então duas mãos o agarraram com uma certa violência e o viraram de barriga para cima. 

— Por favor, que não seja outro comensal. Por favor, não seja outro comensal. — Marlene repetia seguidas vezes. 

– Harry! Harry! 

O garoto abriu os olhos. 

Estava olhando para o céu estrelado e Albus Dumbledore se debruçava sobre ele.

— Ah, graças a Merlin! — exclamou Lily, enquanto ela e o marido sentiam como se pudessem finalmente respirar apropriadamente pela primeira vez em um bom tempo.

As sombras escuras das pessoas que se aglomeravam ao seu redor se aproximavam; Harry sentiu o chão sob sua cabeça vibrar com a aproximação dos seus passos. 

Ele voltara ao exterior do labirinto. Via as arquibancadas no alto, os vultos das pessoas que se movimentavam nelas, as estrelas no céu. 

Harry largou a Taça, mas segurou Cedric mais junto dele e com mais força. Ergueu a mão livre e agarrou o pulso de Dumbledore, enquanto o rosto do bruxo saía de foco e tornava a entrar. 

– Ele voltou – sussurrou Harry. – Ele voltou. Voldemort.

— Ouvir isso algumas horas depois foi uma das piores sensações que eu já tive. — o Sr. Weasley comentou, enquanto alguns membros da Ordem da Fênix concordavam silenciosamente. 

Na verdade, o impacto daquela frase afetou a todos nos dias que seguiram a morte de Cedric, mesmo para aqueles que não acreditaram. 

Os adultos eram, e com razão, os mais abalados. Anos atrás, muitos deles enfrentaram aquela guerra como meros adolescentes ou, ainda, recém chegados à vida adulta. Muitos ali não tinham noção do que significava viver em paz, ou de como era uma vida fora da guerra. Em 1981, quando tudo parecia ter acabado, todos os que restaram imploravam silenciosamente para que aquilo nunca mais se repetisse, mas, no fundo, a maioria tinha noção de que aquele final não era definitivo. 

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⏰ Última atualização: Feb 27, 2023 ⏰

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