Capitulo XI

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"Use os meus beijos,
para se satisfazer.
Cada um com um sabor
todos dedicados a você..."
Enide Santos

Fernand agradeceu mentalmente por seu turno ter acabado. Caminhou quase saltitando até os próprios aposentos se enfiando ali como o morcego antissocial que era, estava exausto, não imaginava que seguir uma menina para cima e para baixo fosse lhe dar tanto trabalho. Se bem que..ficou em pé na porta a maior parte do tempo, mas isso explicava os pés doídos.

Retirou as botas as jogando em qualquer canto antes de deitar-se na cama macia bem aconchegante. Foi lhe designado um bom quarto, geralmente os aposentos daquele corredor eram mesmo um espetáculo. Achou linda a decoração e toda pompa do castelo, mas só se lembrava que enquanto os cavaleiros das rosas usufruíam de tudo o povo simples passava fome. A indignação era crescente.

Ponderou em ir até a cozinha comer alguma coisa, não comeu nada substancial dês do chá desastroso. Seu estômago reclamava mas a preguiça falava bem mais alto, estava no quinto andar e a cozinha era no térreo, imagina quantos lances de escada deveria descer por um sanduíche?

-  Ah vou dormir, amanhã como algo.

Disse a si mesmo enquanto retirava as luvas e o colete. Deixou os itens dobrados sob a mesinha para então poder se deitar melhor, já iria fazer um bico para soprar a vela ao lado quando ouviu a porta. Achou estar enganado até ouvir as batidas outra vez.
Revirou os olhos um tanto consternado.

- Quem será uma hora dessas?

Resmungava conforme descia da cama e caminhava preguiçosamente até a entrada, já ia se esquecendo da máscara, a pegou no armário a colocando no rosto antes de abrir a porta. Quase caiu para trás ao ver Camala ali toda linda segurando uma cesta meiga com bolinhos, até se perguntou se tinha dormido e se encontrava em um sonho agradável.

- Boa noite! Me chamo Camala sou a acompanhante da princesa e.. bom soube que é recente no palácio então trouxe essa cesta para o senhor. Desculpe vir tão tarde, é que estive fora o dia todo.

Camila foi bem convincente fingindo não saber quem ele era, usou sua voz gentil e ronronante para tentar seduzir aquele homem que ela queria tanto. Obviamente conseguiu. Fernand estava completamente a sua mercê era só lhe dar as ordens que ele obedeceria. Pena que era tão ingênua para notar.

-  É muito atencioso da sua parte, my lady.

Agradeceu mas a voz quase não saía. Inclinou a cabeça verificando se não havia ninguém no corredor. Após averiguar puxou a menina de uma vez para dentro e fechou a porta. Camila obviamente não gritaria ou negaria qualquer coisa para Fernand até perguntou-se se estava a usar uma boa peça íntima, só que o homem se apressou em retirar a máscara e revelar-se a ela. Não era uma tentativa de coito e sim uma conversa.

- Fernand?!

Conseguiu fingir surpresa.

- É sou eu!

- M.. mas como? Por que? Pra que?..

- Calma, uma pergunta de cada vez.

- Certo..  er.. por que está aqui? Digo.. você disse que faz entregas e também.. para que serve essa máscara medonha? Não fica esquisito dois usando máscaras? Tipo.. você e a princesa?

- São muitas perguntas, você não faz ideia mesmo de quem eu sou? Digo.. mascarado.

- É o Fernand, ué!

- Sim, só que.. nada mais?

- Hmm.. não, por acaso faz parte de alguma seita?

O Cravo e a RosaOnde histórias criam vida. Descubra agora