Capitulo X

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"...Flores me são teus lábios.
Onde há a mais bela flor,
Em que melhor se beba
O bálsamo do amor?"
Machado de Assis


Camila entrou em seu quarto fechando a porta atrás de si, deslizou por ela até estar sentada no chão. Levou a mão até o rosto segurando a máscara e a atirando longe, aquele acessório  realmente lhe  estressava bastante.

- Céus!

Massageou o cenho tentando se recompor de tanta informação. Seu "namorado" misterioso estava bem ali em sua casa com uma máscara medonha na cara, e ela mentirosa teria de ser esperta para não acabar se revelando. Não queria que Fernand morresse como tantos outros ou tivesse uma má impressão sobre ela porque para ele, ela não passava de uma acompanhante da princesa, imagina a vergonha de ser descoberta e se revelar uma grande fingida.
Sua mente estava um turbilhão, o estômago embrulhado e um enorme sentimento de vergonha lhe envolvendo. Por isso odiava mentir.

Suspirou olhando para o teto bonito. Pensou um pouco acabando por decidir ir mais tarde  ver como Fernand estava. Finalmente o homem veria Camala outra vez como tanto aparentava desejar.

A princesa esteve ansiosa por todo o resto do dia.
Fernand ficava na porta de guarda como um bom cavaleiro faz, mesmo muito consternado ele trabalhava bem. Camila leu seus livros e ficou perturbando seu gato com abraços e beijinhos, não podia resistir a aquelas patinhas macias ou as bochechas redondas, ele ainda piorava miando reclamão, não compreendia que o tornava ainda mais fofo.
Teresa entrou com o chá da tarde, o gato agradeceu, teve de ser liberto para que sua dona cheia de amor para dar pudesse usar as mãos para comer.

- E então?

A ruiva começou colocando o pratinho de petiscos  para o felino.

- Oque?

- Como se sente? Sabe... a respeito do seu protetor ali.

- Ah.. e.. bem..c.. como assim?

Seu coração falhou uma batida, oque aquela mulher sabia sobre ele? Sobre os dois?

- Bom.. soube que caiu e depois ele caiu junto, foi um grande vexame pelo que soube dos criados.

Ficou aliviada.

- Ah isso..foi realmente vergonhoso mas eu já superei, sabe muito bem que não é o primeiro vexame que eu passo e provavelmente não o último.

- Oh sim!

Teresa teve de segurar o riso ao lembrar de tanto agravo que a princesa já cometeu.

- Bom.. mas pedirei desculpas em um momento oportuno, aposto que ele será compreensivo.

- Tem que ser, você é a princesa.

- Ele não parece se importar muito com isso.

- Olha só! Demonstrou ser corajoso, até já bateu  um tesão por ele.

A loira quase engasgou com o chá.

- Perdão?

- Seu guarda-costas, aparenta ser corajoso e muito bonitão.

- Ah.. só aparenta mesmo, se fosse bonito não precisaria se esconder.

Tinha de disfarçar a consternação da outra estar interessada em seu mosqueteiro.

- Independente do rosto, ele é altão, tem um porte atrativo, um traseiro bem redondinho e cheiro do campo.Oh nossa! Finalmente um que eu vou apresentar para minha mãe.

Camila obviamente gostou nada de ouvir aquilo, a cara fechada nem foi percebida pela amiga que já estava toda sonhadora. Onde está a Teresa amargurada, chatinha que não acredita em amor? Agora estava ali falando dos filhos que teria com Fernand e até dos nomes que daria a eles. A loira claramente se encontrava enciumada, estava pensando em jogar a ruiva da janela caso ela sequer se aproximasse do seu docinho. Sim.. Camila apelidou Fernand de Docinho. Resmungou baixo enquanto atacava os biscoitos.

O Cravo e a RosaOnde histórias criam vida. Descubra agora