Em 1918, na pequena vila de Eldergrove, existia uma família de três membros. Nessa família, havia uma garota de 14 anos chamada Clara. Inteligente, curiosa e cheia de energia, Clara sempre se aventurava na floresta ao lado de sua vila, acompanhada por sua irmã mais nova, Lila, de apenas 8 anos.
Certo dia, Thomas, um caçador e açougueiro local, decidiu explorar como sempre, a mata em busca de frutas silvestres e possíveis presas em suas armadilhas. Porém, ao invés de alimento, ele se deparou com marcas de garras em árvores e pedras. Um cheiro forte o guiou mais adentro da floresta, onde encontrou restos de cervos, dilacerados e sem vida. Os rastros de sangue o levaram a uma caverna próxima. Embora o medo o dominasse, ele decidiu retornar à vila para alertar os moradores sobre o possível perigo.
No dia seguinte, o pai de Clara e Lila se uniu a Thomas e outros moradores para formarem um grupo para investigar e encontrar a criatura responsável pelas marcas. Após uma semana de buscas, nenhum deles retornou. Logo, os animais dos moradores da vila começaram a desaparecer, um a um, sem deixar vestígios, apenas rastros de sangue.
Numa noite, enquanto dormiam, Lila acordou ao ouvir sussurros vindo debaixo da cama. Desesperada, exclamou por Clara, porém sua irmã parecia imersa em um sono profundo. Com receio, Lila espiou sob a cama, mas não encontrou nada. De repente, algo do tamanho de uma ratazana correu para fora do quarto, desaparecendo rumo a porta do porão e descendo suas escadarias velhas e frágeis.
Com uma lamparina acesa, Lila desceu até o porão e encontrou uma porta sombria que não estaria antes ali. Os sussurros continuavam, e com isso, aumentando seu medo. Ao voltar correndo para o seu quarto, um barulho alto ecoou do porão. Assustada, Lila se escondeu debaixo das cobertas, tentando conter as lágrimas e tentando não fazer barulho.
Então, um ser pesado começou a subir as escadas. Lila, debaixo das cobertas, prendeu a respiração e ficou ao máximo sem fazer barulho. A criatura se aproximou da pequena criança, agarrando-a pelos seus delicados pés e arrastando-a para o porão com uma força e rapidez sobrehumano.
Todos da casa despertaram na mesma hora com gritos de ajuda. Clara tentou salvar a irmã, mas foi impedida pela força da entidade. A porta do porão se fechou com um estrondo, fazendo as paredes tremerem, com isso, não conseguindo salvar sua irmã, apenas conseguindo ouvir seus gritos de socorro. Até que o silêncio predominasse novamente, em seguida, a porta do porão abrindo misteriosamente.
Após um ano da tragédia, a mãe de Clara, consumida pelo fardo, veio a falecer. Sem familiares vivos, Clara foi levada para um orfanato a 32 km de Eldergrove. Os traumas a isolavam das outras crianças, tornando difícil sua adoção. Os psiquiatras da época não conseguiam ajudá-la, e os remédios falhavam em aliviar sua angústia.
Eventualmente, Clara começou a ter alucinações, sinais de sua deterioração mental, e foi internada em um hospital psiquiátrico para sua própria segurança. Para lidar com as lembranças aterrorizantes, escreveu diários e fez desenhos sobre seus pesadelos. Contudo, ao longo dos anos, suas experiências não foram esquecidas, e os diários foram encontrados por uma enfermeira que, assustada, decidiu escondê-los em algum canto daquele local.
Sessenta anos depois do acontecido, Clara aparentemente havia melhorado e construído uma vida tranquila ao lado de seu marido e longe de sua antiga vila que um dia a mesma habitou, porém tendo frequentemente sessões de terapia com sua vizinha Beatriz, revivendo e tentando superar suas memórias dolorosas da infância com remedio.
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