Yellow - Michaeng

Capítulo VI

Chaeyoung acordou na manhã seguinte com uma cama vazia. Demorou alguns segundos para lembrar os acontecimentos da noite anterior e, quando ela lembrou, sentou-se rapidamente e examinou o quarto. Mina não estava ali.

— Mina? — chamou, levantando-se e andando até a porta do seu quarto. Houve um farfalhar atrás dela assim que ela foi abrir a porta. Parando por um momento, Chaeyoung se virou lentamente, após perceber que a fonte do ruído vinha de seu armário. Cautelosamente, ela abriu a porta, arregalando os olhos quando viu Mina.

— O que você está fazendo?! — Chaeyoung engasgou. Ela abaixou-se e pegou seu caderno de esboços das mãos de Mina, olhando para a menina menor. — Onde você conseguiu isso?

— Eu achei. — ficou de pé sorrindo amplamente. A menor franziu as sobrancelhas quando viu as mãos de Mina manchadas de marcador.

— É meu. — Chaeyoung bufou, caminhando de volta até sua cama e abriu a primeira página hesitante. Sua raiva aumentou quando percebeu que Mina tinha coberto cada um de seus esboços com rabiscos sem sentido. Horas e horas de seu trabalho duro foram por água à baixo.

— Que diabos você estava pensando?! — Chaeyoung gritou, jogando seu caderno de esboços até o outro lado do quarto. Ele bateu na parede, espalhando papel por todo lugar. Mina instantaneamente se encolheu e cobriu as orelhas. — Você sabe quanto tempo eu gasto com isso? — Chaeyoung continuou, cruzando os braços e olhando para a menina maior.

— Eles são bonitos. — Mina acenou com a cabeça, andando para pegar um dos desenhos que Chaeyoung havia jogado no chão.

— Eles eram bonitos, Mina, até você os arruinar! — Chaeyoung cuspiu. — Assim como as flores. O que eu disse à você sobre deixar as coisas bonitas em paz?

Mina apenas olhou para ela sem expressão por alguns momentos, antes de caminhar em direção a menina mais nova com o desenho nas mãos, entendendo-o em frente ao seu rosto para que ela pudesse ver. Chaeyoung gemeu e empurrou o desenho do rosto.

Confusa, Mina inclinou a cabeça para o lado. — Chae?

— Esse não é meu nome. — a voz de Chaeyoung era baixa. — Eu não quero falar com você, sai do meu quarto. — ela resmungou, apontando na direção da porta.

Mina deu um passo lento para trás, ainda segurando o desenho. — Eu sinto muito. — ela segurou o pedaço de papel, lançando a Chaeyoung um olhar suplicante.

— Eu não me importo! — Chaeyoung estalou, agarrando Mina pelos ombros e empurrando-a para o corredor. — Me deixa sozinha. — ela advertiu, batendo a porta na cara da menina mais velha, certificando-se de que estava trancada. Ela esperou até que o barulho dos passos estavam longe de seu quarto, caindo de volta em sua cama.

O caderno de esboço de Chaeyoung era seu bem mais valioso. Ela nunca deixou ninguém tocá-lo, muito menos abri-lo e desenhar nele. Meses e meses de trabalho duro agora eram inúteis. A menina coreana sentou-se e olhou para coleção de papéis espalhados pelo chão. Ela deveria ter pensado melhor na ideia de deixar Mina em seu quarto.

Com um suspiro de frustração, Chaeyoung arrastou-se para fora da cama e começou a recolher todos os papéis que tinha saído do bloco. Tudo parecia ser apenas rabiscos sem sentido. Ela checou cada um de seus desenhos, para ver se Mina tinha poupado um ou dois de seus esboços.

Claro que não tinha. Cada página estava rabiscada. Um desenho em particular chamou sua atenção, no entanto. Seus traços meio acabados de ontem. Parecia que Mina havia tentado terminá-los, acrescentando flores em cima das hastes que Chaeyoung tinha esboçado a lápis. A menina nova fechou os olhos e suspirou, colocando os desenhos de volta em seu bloco e os empurrando em sua mochila.