Los Angeles, 9 de maio de 2024
Para Sadie,
(...) Essa certeza de que você era meu propósito era tudo o que eu tinha. É tudo que eu tenho, Sadie.
Sei que está com ele agora, prestes a começar uma vida que talvez seja um milhão de vezes melhor do qu...
Oii 💛 Hoje faz um ano que comecei a postar essa história, queria agradecer a todos que estão acompanhando até aqui. Cada comentário, mensagem, elogio me motiva e me deixa extremamente feliz. Pouring Rain foi um jeito de escapar da realidade na fase difícil que estava passando, e o fato de ter dado tão certo ainda me surpreende muito. Espero continuar agradando vocês. Boa leitura!
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Londres, Março de 2022
Brown observava enquanto Jammie Dodger se dependurava pelos móveis desajeitadamente, curioso por toda a movimentação de Sadie, que caminhava de um lado para o outro pelo quarto de hotel juntando suas coisas em uma mala para partir na manhã seguinte, e deixá-los sentindo sua falta outra vez.
Vinha sendo uma rotina cansativa, Millie não poderia negar. Viagens constantes entre Nova York, Atlanta, Los Angeles e Londres. A cada novo final de semana uma nova cidade, um novo quarto, novas preocupações. A exaustão era visível como uma nuvem escura sobre suas cabeças. Tinham os melhores motivos e intenções mantendo esse ritmo tão frenético. Mas na maior parte do tempo era como se nem sequer estivessem sentindo a vida passar, como se tudo aquilo estivesse sendo feito em modo automático.
Obviamente essa sensação desaparecia quando estavam juntas. Só elas poderiam dizer o quanto vinham apreciando os momentos a sós, o quanto toda a proximidade vinha sendo essencial para o bem-estar de ambas. Mas bastava a despedida para que o mundo desabasse novamente, e elas vinham sendo contantes.
Millie pensou que seria mais fácil, pensou que toda a energia da paixão, e a felicidade de estarem em um relacionamento estaria sempre tirando de foco o fato das coisas estarem sendo tão complexas e excruciantes. Mas suas crises de ansiedade vinham sendo cada vez mais constantes; seus pais exigindo cada vez mais dela; Sadie estava dormindo cada vez menos; e na carreira, o sucesso cada vez maior das duas também era sinônimo de trabalho multiplicado. Nada era fácil.
Sonhava com o dia que nunca mais teriam que se separar, com o dia em que estarem juntas seria natural, com o dia que não haveria nenhum esforço nisso, nenhum tormento, apenas a alegria de poderem se estabilizar no ponto de paz que eram uma para a outra.
Havia sido sua decisão que a namorada não fizesse uma pausa em seus projetos para estar junto dela, e apesar das discurssões constantes sobre isso, e do fato de que Sadie ainda não estava totalmente conformada, sabia que fez o certo. Ainda assim, não conseguia se desprender da ideia de como seria se houvesse sido egoísta o bastante para aceitar sua proposta. Estava cansada das despedidas, cansada das complicações, cansada da saudade. Seria tão feliz se pudesse lhe pedir para ficar, ou se simplesmente pudesse abrir mão de tudo para estar junto dela.
A cada dia parecia fazer menos sentido que estivesse aceitado o acordo com o pai. Suas motivações para isso sempre pareciam menores em relação a tudo o que tinha com Sadie, a tudo o que ainda poderiam ter. Mesmo assim, em sua cabeça, essa foi a única alternativa possível. Ela não podia compreender a si mesma na maior parte do tempo. Era estranho e inacreditável que Sadie compreendesse.
