12° Capitulo.

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Sete meses depois, Natasha acordou sentindo alguém pular ao seu lado.
- ACORDA NOIVA! – Wanda disse. – Hoje é o grande dia! – Saindo de cima da cama e abrindo as persianas.
Natasha sentiu os olhos arderem devido à claridade.
- Que horas são Wanda...? – Ela murmurou tapando os olhos com as mãos.
- Eu juro que eu não a deixei entrar. – Sarah entrou no quarto. – Eu acordei agorinha, só fui beber água! – Levantou as mãos.
Natasha sorriu ao ouvir a voz de sua filha e sentou-se na cama.
- Não tem importância, hoje nada nem ninguém acaba com minha alegria. – Sorriu boba, ao lembrar que dentro de pouco estaria oficialmente casada. – Nem mesmo a Wanda me acordando com esse escândalo.
- Nossa assim você me comove. – Wanda disse indo até a cômoda e pegando o café de Natasha. – Aqui está o seu café, eu mesma arrumei.
- Obrigada Wanda. – Sorriu enquanto Wanda colocava a bandeja na cama. – Onde está a Angel?
- Ainda está dormindo, vou já acordá-la hoje será uma correria! Salão de beleza, organização... – a morena dizia afobada saindo corredor afora.
- A Bruxa hoje está mais pirada do que nos outros dias... – disse encostandose ao ombro de Natasha e roubando um enroladinho de queijo e presunto da bandeja.
- Muito. – Disse mastigando. – Vai tomar café com a mamãe? – Disse com voz de bebê fazendo Sarah mostrar um bico.
Mãe para de falar como se eu tivesse três anos... – rolou os olhos. – Eu já tenho quinze anos! – Disse orgulhosa. 
- Sim, e o que tem? – Apertando o nariz dela enquanto comia uma torrada. – É a bebê da mamãe mesmo com quinze aninhos.
Natasha dizia enquanto lembrava-se da festa maravilhosa que Sarah teve, também como poderia esquecer? Fora sua primeira festa com sua filha, quando a viu valsar com Steve quase morreu de tanto chorar.
Lembrou-se do trabalho que teve organizando tudo, sim, ela fez questão de organizar tudo do jeito que Sarah queria, a menina queria tudo do seu jeito e os pais não puderam recusar, aconteceu em um dos maiores clubes de New York. Mas não importava, só de ver a carinha de felicidade dela no dia da festa valia a pena todo o esforço.
- Nem vem mãe. – Disse se cobrindo com o edredom da mãe. Fazendo-a rir.
- Ok, eu não faço mais. – Deu de ombros.
- Você sempre fala que não vai fazer e faz. – Disse debochada.
- Tem razão. – Disse maliciosa. Sarah rolou os olhos. – Alias, obrigada por ter dormido aqui com a mamãe.
- Com o papai que eu não podia dormir, ontem ele foi para tal despedida de solteiro. – Disse com fastio e Natasha sorriu do ciúme dela. – Não te incomoda o fato do meu pai ter passado a noite inteira na gandaia? – Ergueu a sobrancelha.
- Um pouco. – Ela tomou um gole do café. – Mas foi uma despedida de solteiro, é normal ele sair com os amigos para se divertir. – Riu. – E você sente ciúmes?
- Muito! – Cruzou os braços. – Eu sinto ciúme de tudo o que é meu. Mas o meu pai é dez vezes mais!
- E não vai ficar irritada de dividi-lo comigo? – Franziu o cenho.

Não. – Disse a encarando. – Antes eu não gostava de você. – Enrolando o dedo no cabelo de Natasha. – Ok, eu gostava um pouquinho... – enfatizou. – Mas agora eu gosto de você e não sinto ciúmes.
- Que bom meu amor. – Disse com um sorriso. – Não é minha intenção tirar seu pai de você, ele ama a nós duas, é claro de formas diferentes. – Dando um beijinho nos cabelos dela.
- Eu sei mamãe. – Ela suspirou. – O amor... – disse com seus pensamentos avoados.
- Huuum... – Natasha ergueu as sobrancelhas. – Por um acaso está pensando no Paul? 
- O que? – Sarah arregalou os olhos. – É claro que não.
- Pensa que eu não vi como ele te olha? – Natasha acariciou os cabelos dela.
Sarah estava completamente vermelha. – Já ficaram meu amor?
- MÃE! – Espantada, sua mãe era louca.
- Ué, qual é o motivo do espanto? – Natasha disse tranquila. – Na sua idade é normal esse negócio de ficar, até pouco tempo atrás eu ficava com seu pai. 
- É que é estranho conversar assim, não é? – Disse encarando Natasha.
- Claro que não meu amor... – Natasha sorriu. – Eu quero saber de tudo, quero que confie em mim como confia na Ana, na Mellu.... Eu sou sua amiga. Diz para a mamãe.... Já deu beijinhos?
Sarah sorriu e assentiu vermelha.
- Olhe só. – Disse dando cosquinhas nela. – E quem foi o felizardo? Eu pergunto apesar de ter um leve intuito... – ela assoviou.
- Foi o Paul, no dia da minha festa! – Pôs a mão no rosto. – Não conta para o papai, senão é capaz de ele matar o Paul. – Riu.
Eu sabia! – Natasha assentiu. – Não se preocupe da minha boca não sai nada. – Riu e fez um zíper na boca. – E você gostou?
- No começo não, achei que era meio nojento. – Fez uma careta. – Mas depois eu me acostumei e achei legal.
- E você gosta dele? 
- Eu acho que sim.... Como uma pessoa sabe se gosta da outra? – Perguntou confusa.
Natasha sorriu e suspirou demoradamente.
- É quando você se sente boba cada vez que vê aquela pessoa especial, quando as borboletas voam sem parar na sua barriga quando ele te olha e te toca, ou quando sente seu ar faltar quando ele fala contigo... – dizia toda boba pensando em Steve.
- Você sente isso pelo papai?
- Sinto. – Virou-se para olhar a filha. – Amo muito o seu pai.
- Eu acho que gosto do Paul. – Sarah assentiu olhando para o teto. – Mas não sei se ele gosta de mim.
- Dê tempo ao tempo. – Natasha murmurou. – Logo saberá. – Piscou.
Sarah sorriu e assentiu.
Angel entrou e pulou em cima da cama ficando ao lado delas.
- TIA NAT! – Berrou.
- Ai meus tímpanos. – Sarah reclamou com os ouvidos queimando. Angel deu de ombros e deu um abraço em Natasha.
- Feliz casamento! – Angel piscou.
Obrigada meu amor. – Natasha disse. – Onde está a louca da sua mãe? – Rindo.
- Está no telefone com tal de Amaral. – Rolou os olhos.
- Ah sim é o decorador do casamento. – Colocando a bandeja ao lado para levantar. – Wanda está neurótica tadinha. – Mordeu o lábio. – Vou já ver se ela me deixa ajuda-la.
- Acho difícil. – Sarah disse olhando as pontas do cabelo.
- Eu também acho. – Angel disse. – Mas tentar não custa nada. – Deu de ombros, enquanto via Natasha sair com a bandeja.
- Feliz Sarah? – Angel perguntou enquanto deitava ao lado da amiga.
- Com o casamento? – Angel assentiu e ela suspirou, se lhe perguntassem há um ano atrás o que ela acharia de um casamento de seu pai, ela enlouqueceria e daria muitos chiliques. Mas agora já não sentia isso.... Sentia certo ciúme sim, por saber que seu pai não será mais exclusividade dela, mas em compensação, sua mãe a amava e além de fazê-la feliz com esse amor, também faria feliz a seu pai, que sem dúvida alguma merecia toda a felicidade do mundo. – Estou sim! – Abriu um sorriso e Angel gritou.
- Fico feliz por isso! – Disse a Morena com um sorriso.
- Eu sei... – Sarah ficou de joelhos. – Agora toma essa! – Batendo com o travesseiro em Angel.
- Ah sua tratante! – Disse devolvendo e começaram uma guerra de travesseiros.
***
Depois de alguns minutos, Wanda chega interrompendo a brincadeirinha das duas, dizendo que teriam que ir para o salão de beleza, onde se embelezariam

para o casamento que ocorreria à tarde. As duas concordaram e foram com elas. Natasha foi para outro lugar ter seu dia de noiva e elas ficaram na parte convencional do salão. Já eram dez da manhã e o casamento aconteceria às três da tarde. Tinham exatamente seis horas.
***
Do outro lado da cidade.
- Cara acorda! – Buck sacudiu Steve. - Hoje é o dia do seu casamento, meu cara!
- Eu sei. – Abriu um sorriso.
- Acorda, vamos comer alguma coisa que o Sam está chegando aí, para a gente ir para o nosso dia do noivo. – Buck disse secando os cabelos.
- Nosso dia do noivo? – Steve perguntou irônico. – Eu sou o noivo!
- E daí? Eu já sei.
- Então o dia do noivo é meu. – Disse se espreguiçando. – MEU! 
- Então ok. Mas vai logo para a gente ir para o SEU dia do noivo!
- Vou ligar para a Nat.
Buck rolou os olhos e assentiu enquanto ele pegava o celular e ligava. Quem atendeu foi Wanda alegando que ele só a veria e falaria com ela na hora do casamento, pois do contrário daria azar, falou um pouquinho com Sarah e depois de muito pelejar tentando fazer Wanda mudar de ideia e deixa-lo falar com Natasha, ele desligou derrotado.
- Viu, nessa sua enrolação perdemos o que? – Buck disse olhando no relógio. – Quinze minutos. – Steve deu de ombros. – Agora anda logo meu amigo, que já são onze horas!
Onze horas? – Ele arregalou os olhos. Buck assentiu mostrando o relógio. – Nossa, nós temos que ir.
Buck levantou as mãos aos céus e não demorou em que Sam, outro amigo deles chegasse para o tal dia do noivo inventado por eles.
***
As horas passaram rapidamente, não demorou a que chegasse a hora do casamento. O clube onde seria realizado o casamento estava devidamente organizado, tudo muito lindo e fino. Seria realizado ao ar livre para trezentos convidados.
- Estou muito nervosa. – Natasha sussurrou antes de sair da limusine. – Será que ele está lá mesmo mãe?
- Claro que sim menina! – Melinda disse. – Acabei de vê-lo. E qual seria o motivo de ele não vir, sendo que tem uma linda noiva aqui esperando por ele. – Natasha sorriu ternamente. Sua mãe tinha mudado tanto durante esse tempo. Não vivia mais enfurnada dentro de casa como antes, agora até soltava o cabelo e usava roupas mais alegres, fora a maquiagem, que Sarah insistia para que a avó usasse, até que conseguiu. Sem contar que estava de paquera com o Doutor Otavio. Mas Melinda ainda insistia que não queria meter os pés pelas mãos, e não dava muita bola para o pretendente. – Agora vamos logo, que essa enrolação não vai nos levar a lugar nenhum.
- Está bem. – Natasha assentiu enquanto Melinda fazia o sinal da cruz nela.
- Que Deus a abençoe filha.
- Amém! – Disse com um sorriso em seguida abraçando a mãe.
As duas saíram da limusine e Natasha foi levada até os convidados, por Amaral, o organizador.
Não demorou em que estivesse caminhando em direção a Steve, que a olhava fascinado, ela estava maravilhosa, mal podia acreditar que estava casando com Natasha, enfim! Ele a amava muito e sabia que ninguém o faria feliz como ela. Olhou para sua filha que sorria para ele e fazia um coração com as mãos mandando um beijinho em seguida. Estava feliz, ninguém podia explicar sua felicidade, era gigante. Natasha chegou e ele a pegou pela mão.
- Você está linda. – Ele sussurrou.
- Você também. – Ela sorriu enquanto iam até a frente do juiz.
A cerimônia ocorreu tranquilamente, o juiz por fim os declarou marido e mulher, enquanto Wanda e todo o resto se matavam de chorar, Melinda chorando e rezando pedindo que sua filha fosse muito feliz, Dona Sarah sorrindo, sabendo que agora a felicidade de seu filho estava completa. E Sarah... Bem Sarah estava se sentindo uma pessoa completa. Enfim completa, apesar de saber que não demoraria em lhe aparecer certas criaturinhas em sua vida.
Natasha sorriu enquanto eram aplaudidos durante o beijo, depois separaram e se encaram.
- Eu amo você.
- Eu também amo você, meu amor. – Disse enquanto viam vários convidados se aproximarem, para lhes dar os parabéns. 
Depois de muitos abraços e depois que a euforia acabou, todos foram curtir a festa.
- Onde está a Sarah? – Steve perguntou à Natasha.
- Eu também não a vejo em lugar algum. – Procurando com os olhos até que a encontra na beira da piscina sentada. – Ali está. – Apontou. – Acho que você precisa conversar com ela. – Natasha disse.
Eu também acho. – Ele assentiu. – Eu não demoro. – Deu um selinho nela se afastando.
Natasha apenas o observou saindo orgulhosa de saber que partilharia sua vida ao lado de alguém tão maravilhoso como Steve.
- Ei. – Ele disse sentando ao lado dela, não se importando se sujaria o smoking.
- Oi papai. – Ela sorriu. – Cadê a mamãe?
- Sua mãe achou que merecíamos esse momento a sós. – Ele disse a observando. – Está tudo bem princesa?
- Sim. – Assentiu.
- Certeza? – Ela continuou assentindo. – Como se sente agora?
- Ao mesmo tempo em que eu me sinto completa por ter minha mãe e você ao meu lado, me sinto meio aérea. – Ela suspirou. Ele riu.
- Como assim aérea?
- Me furtaram meu pai, queria o que? – Começou a rir.
- Apesar de amar a mamãe, nada filha... – ele ergueu o rosto. – Nada vai me fazer deixar de amar você da forma que eu amo, eu te amo mais do que tudo o que você possa imaginar.
- Demorou papai... – ela mordeu o lábio. – Demorou, mas eu entendi que você é meu pai, e nada nem ninguém vai tirar isso de mim. Seja quem for. Não se preocupe, eu acho que o que eu estou sentindo agora é natural e logo passará. 
- Fico feliz que tenha entendido isso, mostra que você está crescendo, não só no físico, mas mentalmente também. E não, nada vai mudar o meu amor por você, nada querida, por que você me ensinou muitas coisas, apenas você. Você me ensinou a ser pai, me ensinou a ter fé... – Sarah começou a chorar. – Você transformou um pirralho em um homem responsável. E isso ninguém vai mudar. – Com uma lagrima. – Entende o papai?
- Entendo. – Assentiu. – Você é o melhor pai do mundo.
Ouvir essas palavras de sua filha nunca foram tão impactantes para ele. Sentia-se bem ao ouvi-las, e não se arrependia de absolutamente nada do que renunciou quando Sarah nasceu. Só um pai sabia o que era ouvir de um filho que era “o melhor pai do mundo”. Era demais!
- E você é a melhor filha do mundo... – deu um beijo na testa dela. – Amo você.
- Também te amo.
Ficaram algum tempo ali se curtindo, até que viram Natasha os olhando de longe com um sorriso, Sarah a chamou para se unir a eles e ela foi até lá. Sentou-se ao lado deles, também dando pouca importância se estragaria seu vestido caro.
- Sabia que eu sou a melhor filha do mundo? – Ela disse para a mãe.
- Eu sabia. – Natasha deu um beijo na testa. – E também é a filha mais amada do mundo.
- Isso ela já sabe meu amor... – Steve disse.
- O que mais eu sou papai? – Perguntou com um sorriso.
- É linda, inteligente...
- Corajosa. – Natasha continuou. – Solidária. – Steve a encarou. – Sim amor, nossa filha é solidária. – Ele assentiu.
- E mais uma, nossa filha mimada... – Sarah fez bico. – No bom sentido, pelo menos por agora.

Os três riram, parecia que tinham por fim se entendido.... Se eles seriam felizes? Claro que sim! Com seus altos e baixos como uma boa família moderna, mas é claro que seriam felizes.

Nossa Filha MimadaOnde histórias criam vida. Descubra agora