Dois dias depois Sarah voltou à escola, já se sentia muito melhor, tinha conversado com o pai que a mimava a todo o momento, para sua felicidade.
- Pronto, está entregue filha. – Parando em frente à escola da filha.
- Valeu pai. – Ela sorriu pegando sua mochila no banco de trás.
- Me prometa que não vai fugir outra vez...? – Ele murmurou apreensivo, arrancando uma gargalhada da filha.
- Não papai... – se recuperando e vendo que ele a olhava seriamente. – É sério, eu não vou fugir.... Acha que eu vou mesmo deixar você aqui sozinho com a maluca da minha mãe? – Ele riu negando com a cabeça.
O fato de Sarah ter descoberto que Natasha era sua mãe não mudou nada os tratamentos da menina para com Nat, ao contrário, agora implicava ainda mais e tinha lhe presenteado um novo apelido: “reprodutora”. A filha não tinha jeito e ele apenas sorriu balançando a cabeça em negação.
- Menos mal... – deu um beijinho nela.
- Você volta quando pai? – Mordendo o lábio.
- Amanhã à noite, espero que você se comporte e não apronte nenhuma durante a minha ausência e procure não implicar com sua mãe, ela está fazendo de tudo para conseguir seu carinho e você só zoa ela.... Assim não dá filha.
- OK, então manda ela não se meter na minha vida que eu não me meto na dela. – Deu de ombros.
- Sarah, ela gosta de você... – disse com meio sorriso. – Quer ser sua amiga.
Ok, papai, sem exageros... – disse abrindo a porta do carro. – Ela também não é nenhuma santinha. – Ele riu. – Boa viagem, eu te amo pai! – Dá um abraço apertado no pai.
- Também te amo filha, se cuida. – Ela assentiu. – Depois sua avó vem te buscar.
Ela assentiu e saltou para fora do carro, ele a observou entrando no colégio e sorriu sozinho, estava crescendo tão rápido que ele até se espantava, um dia desses era um bebê que só sabia chorar, comer e dormir.
Agora já era uma mocinha, e isso de certa forma o assustava, não queria nem imaginar quando ela viesse lhe apresentar namorados, ele iria enlouquecer!
Saiu de seus devaneios e ligou o carro, tinha que passar na casa de Natasha.
***
Sarah adentrou a sala e lá estavam suas amigas.
- Sarah! – Ana deu um gritinho. – Graças aos céus você voltou! – Foi até a amiga e a abraçou.
- Não estão com raiva de mim? – As encarou desconfiada.
- E porque estaríamos?
- Porque eu fui muito ignorante com vocês outro dia. – passou a mão na testa.
- Claro que não amiga, nós entendemos.... Você estava mal naquele dia e nós também exageramos. – Camila disse com um sorrisão.
- Ah suas lindas! – Ela sorriu. – Me desculpem sim?
Elas sorriram.
- Ei honey, eu encontrei! – Chamou as garotas com a mão.
O que estão fazendo com essa mini Paris Hilton morena? – Apontou Angel, sentada muito à vontade entre as cadeiras de seu grupo.
- Ah Sarah, a Angel é gente boa... – Mallu sorriu. – Está nos ajudando a responder o questionário de literatura.... É que como você faltou ontem e os grupos eram de cinco, a gente chamou ela...
- Ah que ótimo, já estou até sendo substituída por essa dai. – Com bico.
- Sarah, vocês são primas, podia ser mais amável com a Angel. – Camila sorriu. – Mas não se preocupe amiga, nós perguntamos a professora se podia fazer de seis e ela disse que sim.
- Ela não é minha prima... – disse entre dentes.
- PRIMA! – Angel veio pulando pra cima dela.
- É sim... – Camila concluiu rindo.
- Para de me chamar de “prima” quantas vezes eu vou dizer que eu NÃO SOU SUA PRIMA, nem sua parenta nem NADA SUA!
Angel a encarou minunciosamente a analisando com o dedo no queixo.
- É sim. – Disse outra vez, abrindo um sorriso. – Eu e a tia Nat vamos te levar ao salão de beleza, para você arrumar essa palha de aço que você chama de cabelo e...
- JÁ CHEGA! – Sentou, respirando fundo. – Meu cabelo é lindo, sua coisa, é Cacheado natural completamente diferente do seu, que tem que fazer chapinha todo santo dia para ficar no mínimo “apresentável”. – Fez aspas com o dedo.
- Isso não é verdade. – Angel disse. – Meu cabelo é liso sim, eu faço chapinha todo dia, mas é para ficar mais bonito... – com um bico.
Onw é claro que sim Angel... – Ana sorriu abraçando a nova amiga. – Para de implicar com ela Sarah.... Agora vamos fazer esse trabalho antes que a professora chegue.
- Tudo bem, o que tem que fazer? – Abrindo sua mochila e pegando o notebook.
- HELLO GIRLS! – Mel berrou da entrada.
– Chegou a diva das divas! – Avistou Sarah. – Sarah amiga! – A loira foi até ela e lhe deu um abraço, sentando no colo dela em seguida. – Que bom que está bem amiga, não sabe como ficamos preocupadas contigo.
- Desculpem. – Ela disse rindo da cara que Mel fazia. – Agora sai do meu colo que você pesa toneladas... – disse zombeteira.
- OMG, invejosa... – deu língua. – Estou pesando cinquenta, queridinha.
- Eu estou pesando quarenta e nove! – Sarah disse toda orgulhosa.
- Ai céus essa criatura é mais magra que eu... – disse com bico de choro. – Vou desmaiar.
Todas riram, a professora de matemática entrou na sala, acabando com as brincadeirinhas delas.
- Silencio todos! – Disse a mulher indo em direção à mesa.
- Bom dia é bem-vindo... – um dos alunos retrucou.
- CALADO! – Berrou. – Abram o livro na página 145!
- Af, a matéria já é podre, ainda mais com essa velha louca de mau humor...
– Sarah rolou os olhos impaciente, enquanto abria o livro na página indicada.
Ótimo, equações.... Que maravilha...
***
Enquanto isso, na casa de Natasha.
- Isso amor... – murmurou enquanto ele a penetrava com força. – AAAH! – Mordeu o lábio e apertou o lençol.
- Está gostoso...? – Ele sorriu enquanto apertava os seios dela com força.
Steve tinha chegado a pouco, Wanda não estava em casa e Angel estava na escola, o que era uma tentação para os dois, já fazia muito tempo que não faziam amor e precisavam daquilo mais do que nunca...
- Demais.... Não para! – Ao contrário do que ela pedira ele saiu de dentro dela... –Rogers! – Disse frustrada.
- Vem aqui... – sorrindo da cara dela. – Que namorada safada essa minha... – dando beijos no ombro dela enquanto ela levantava. – Calma meu amor só vamos trocar de posição... – ela sorriu enquanto ele a colocava de quatro, em cima do sofá que tinha ali no quarto dela.
- Anda Rogers... – bufou, estava muito excitada...
- Vem... – a penetrando outra vez fazendo-a sair da terra e gemer enquanto ele recomeçava os movimentos.
- Rogers...
Ele sorria enquanto a penetrava com movimentos precisos, ela gemia enquanto sentia cada centímetro daquele membro em sua intimidade, forçando-a, alargando-a, chegando fundo, ele puxou os cabelos dela enquanto dizia algumas sacanagens em seu ouvido, fazendo-a sorrir com os olhos fechados.
- Vai amor... – ela dizia, apertando a almofada. – Eu to quase... AAAH delicia!, - Ele acariciava o clitóris dela, deixando-a louca de tesão. - Isso meu amor, não para... Assim... – sentindo o orgasmo se aproximar cada vez mais...
Ele passava a língua nos lábios tentando raciocinar, Natasha era uma delícia na cama e ele enlouquecia quando estava transando com ela. Ela empurrava a
intimidade ao encontro do membro dele, tentando faze-lo afundar mais dentro de si. Franziu a testa ao sentir o orgasmo tomando conta de seu corpo, e gemeu alto.
Ele deu mais algumas estocadas e logo chegou ao seu também.
Ele saiu de dentro dela exausto, e ela caiu no sofá. Ele foi ao banheiro se desfazer do preservativo, depois voltou e catou sua cueca...
- Você vai que horas? – Observando ele vestir a cueca.
- Tenho que estar no aeroporto em uma hora... – sentando ao lado dela e apoiando sua cabeça nas costas do sofá, fechando os olhos em seguida.
- Não quer comer nada antes? – Disse sorrindo enquanto ele deitava no peito dela.
- Não, eu tomei café cedinho... Ainda não estou com fome. – Deu um beijo nela.
- Vou sentir sua falta. – Pegou a mão dele.
- Oh meu amor, é só até amanhã... – riu dela.
- Eu sei, mas mesmo assim, vou sentir saudades.... Um dia longe de você é uma tortura bebê. – Ele sorriu e lhe deu outro beijo.
- Vou ligar para você todo o tempo que eu puder. – Piscou e ela assentiu.
- Sarah vai acabar comigo... – arregalou os olhos e ele não pode evitar rir.
- Medrosa. – Apertou o nariz dela. – É claro que não. Ela gosta de implicar contigo, mas já está se acostumando.
- É eu espero que não demore... – sorriu de leve.
- Não vai demorar. – Ele sorriu. – Toma banho comigo? – Ela sorriu e assentiu.
Os dois tomaram um banho trocando beijinhos e amassos, não demorou em que fizessem amor outra vez. Saíram e ele se trocou, vestindo seu terno, e ela apenas um roupão com uma toalha nos cabelos.
- Então eu já vou meu amor. – Sorriu enquanto ela arrumava sua gravata. – Eu tenho que chegar ao aeroporto em vinte minutos...
- Ok meu amor. – Foi o acompanhando até a porta. – Boa sorte, boa viagem.... Espero que dê tudo certo! – Os dois sorriram e deram um selinho.
- Vai dar, você conseguiu me deixar relaxado... – ele disse e ela corou. – Linda... – a pegou e lhe deu um beijo sutil, e apaixonado. – Eu te amo.
- Também te amo. – Sorriu, dando outro selinho.
Ele foi, e ela ficou suspirando apaixonada.... Parou com seu momento Love quando sentiu seu estomago roncar, foi até a cozinha e preparou um sanduíche e um suco de laranja. Ligou a TV e ficou de olho enquanto comia. O telefone tocou e ela esticou a mão para atender, era Wanda.
- Fala Wanda. – Ela disse de boca cheia.
- E aí Nat? – A morena disse maliciosa. – Atrapalhei?
- Não. – Ela gargalhou. – Ele acabou de sair, se tivesse ligado mais cedo te matava. – Wanda riu do outro lado da linha.
- Claro que não Buck também acabou de sair daqui da empresa, acho que eles ficaram de se encontrar no aeroporto então já sabia que você estava sozinha.
- Espertinha. Despediu-se dele?
- Não né, patroinha, aqui na empresa não dá. – Disse a morena com voz chorosa. – Mas quando ele chegar vai ser outra história... – riu. – E também estamos com muito trabalho, graças a Deus as encomendas estão a todo vapor.
- Foi mal te deixar aí sozinha, mas sabe né.... Meu amor... – as duas riram.
Até parece amiga, você é a minha chefe esqueceu? Além do mais é muito mais que isso! Te amo!
- Também te amo... – sorriu. – Você consegue segurar por hoje? – Coçou a nuca. – Talvez eu vá ver a Sarah pela parte da tarde.
- Claro que sim amiga tudo sob controle.
- Vou buscar a Angel na escola.
- Tem certeza que não vai atrapalhar?
- Claro que não amiga, assim eu aproveito e falo com a Sarah.
- Então tudo bem, agora eu preciso desligar, depois a gente se fala. – As duas se despediram e desligaram.
Natasha ficou organizando as papeladas da empresa até dar a hora de buscar Angel, quando ia saindo o celular tocou, era a mãe de Steve.
- Oi Dona Sarah. – Sorriu. – Tudo bem?
- Tudo sim querida, eu estou presa no transito e não vou sair tão cedo... – Natasha podia ouvir os barulhos de buzina. – Está horrível querida e não sei se vai dar de buscar Sarah na escola, você poderia apanha-la para mim?
- Claro que sim, estou indo agora mesmo, não se preocupe.
- Obrigada querida, depois me retorna, um beijo! – Desligou.
Ela saiu apressada. As duas meninas já deveriam estar esperando.
***
Na escola, as meninas esperavam.
- É sério eu não sabia que salada de frutas com gelatina era tão gostoso... – Mallu dizia.
Aí cadê minha avó que não chega? – Dizia impaciente. – Eu estou com fome! – Comendo Doritos.
- Sabia que isso engorda? – Angel disse apontando o doce.
- E quem te perguntou? – A encarando.
- Grossa. – Cruzou os braços.
- Olha ali Sarah, não é sua mãe? – Apontando Natasha saindo do carro.
- Tia Nat! – Angel gritou chamando a atenção da tia.
Ela se aproximou das meninas com meio sorriso.
- Olá! – Recebendo um abraço de Angel, Sarah não estava nada satisfeita com aquela bruxinha em cima de sua mãe. – Vim buscar vocês!
- Vocês quem? – A encarou. – A bruxinha e quem mais? – Olhando ao redor.
- Como quem mais? – Disse pegando na mão de Angel. – Você meu amor.
Vamos?
- Minha avó vem me buscar. – Cruzou os braços.
- Sua avó está presa no engarrafamento, me ligou e me pediu para que viesse buscar você...
- Eu não vou para lugar nenhum com você! Quem me garante que não quer me raptar? – Natasha teve vontade de rir.
- E para que iria querer te raptar?
- Isso não é garantia. – Deu de ombros.
- Filha, é sério, mamãe está sem tempo, estou morrendo de fome.... Temos que passar no mercado. Então vamos ok?
- Com uma condição. – Ela disse sorrindo.
Que condição? – Disse respirando fundo.
- Dá uma carona para minhas amigas. – Apontou as outras três meninas.
Natasha sorriu falsamente ao ver que todas elas comiam salgadinhos, outra salada de frutas e outro refrigerante, simplesmente ODIAVA que comessem dentro de seu carro.
- Claro filha, depois que elas terminaram de comer.
- Não, agora, eu estou morrendo de fome mamãe... – Natasha sorriu de leve ao ver que ela tinha chamando-a de mamãe. – Vai levar ou vou ter que pegar um ônibus e me perder outra vez? – Natasha arregalou os olhos.
- Ok, claro, vamos meus amores... – todas se levantaram, Natasha ia à frente de mãos dadas com Angel e atrás Sarah com as amigas.
- Meninas, podem fazer a bagunça que quiserem no carro da minha mãe, eu adoro ver ela irritada. – Sorriu maliciosa.
- Sarah, sua mãe é gente fina, deixa a coitada. – Mel riu.
- Que nada, só vamos curtir um pouquinho com a cara dela.
- Ok então, mas só para brincar, depois ela pode limpar né? – Sarah assentiu.
Todas entraram no carro e Natasha deu partida, olhava no retrovisor e via que estavam fazendo a maior algazarra em seu carro, Sarah estava com os tênis me cima do banco enquanto as amigas sujavam seu carro que estava impecavelmente limpo, com farelos de salgadinho e doces... Droga!
- Então, onde vocês moram? – Perguntou encarando-as pelo retrovisor. As meninas deram o endereço morrendo de pena da ruiva, o carro dela era cheiroso e bem cuidado, típico de carro feminino.
- Mel, me dá um gole... – Sarah pediu e a menina entregou a Coca-Cola. Ela bebeu e em seguida fingiu derrubar a lata derramando o refrigerante no chão, ainda pode ver a cara de choro que Natasha fez pelo retrovisor e teve vontade de rir. Tadinha da sua mamãe.
Depois de um tempo Natasha deixa todas as meninas em suas respectivas casas.
- Olha o que Você fez – a olhando pelo retrovisor, levantando os óculos de sol. – Olhe só essa bagunça...
- O que eu fiz mamãe? – Tomando o resto do refrigerante, e jogando a lata por ali.
- Você sujou todo o carro da tia Nat. – Angel disse. – Olha isso... – pegando um saquinho vazio.
- Ela quis me trazer por que quis, eu não a obriguei. – Sarah deu de ombros. Enquanto deitava no banco.
- Ok, não tem problema... – Natasha sorriu de leve. – O que acham de parar para almoçar? Estou com muita fome...
- Tudo bem. – Sarah levantou.
- Eu também quero tia. – Angel sorriu.
- Ótimo, vamos deixar o carro no lava rápido, pra limpar toda essa bagunça... – olhou Sarah de canto de olho. – E depois vamos a um restaurante que tem ali perto.
As duas assentiram e foram deixar o carro em um lava-rápido. Depois seguiram a pé mesmo, até um restaurante que tinha ali por perto.
- Minha avó já deve ter ligado para a polícia, pensando que você me raptou.
– Disse olhando o cardápio.
- Tia Nat já ligou para dona Sarah. – Angel sorriu e Sarah arregalou os olhos.
– E também disse que você dormiria lá em casa! – Batendo palminhas. – Não é tia?
Natasha engoliu em seco ao ver o bico de Sarah.
- Bem, se não quiser dormir lá em casa eu te levo com a vovó. – Forçou um sorriso. – Eu pensei que seria legal a gente se conhecer um pouquinho, e passar um tempo juntas...
- Ok, tudo bem. – Disse voltando a olhar o cardápio. Natasha a encarou surpresa.
- É sério? – A ruiva perguntou.
- É sim... – rolou os olhos. – Não é você que está me implorando para que eu vá para sua casa? – Disse com um sorrisinho irônico. – Então? Mas eu só vou por que minha casa sem o papai fica triste e minha avó sempre me manda dormir cedo e me obriga a tomar gemada antes de dormir. – Fez cara de choro, Natasha e Angel riram. – Você não vai me obrigar a tomar gemada, né?
- Não meu amor... – sorriu.
- Vai ser muito legal Sarah! – Angel comemorava. – Nós duas podemos fazer uma festa do pijama, aí eu arrumo seu cabelo, faço um corte...
- Mas nem pensar garota! – A menina disse. – Prefiro saltar de bung jump com a corda roída do que entregar meu cabelo em suas mãos.
- Filha! – Arregalou os olhos dando três batidinhas na mesa. – Não fala besteira.
O garçom aparece e anota os pedidos. Não demorou em que chegasse a comida.
- A comida daqui é uma delícia! – Angel disse dando outra garfada.
- É uma delícia mesmo querida. – Sorriu. – E você filha? Está gostando da comida?
- Mais ou menos... – disse dando de ombros. – Não é bem o tipo de comida que eu estou acostumada a comer, mas a minha fome é tanta que eu nem ligo para isso.
- E quais são as comidas que você está acostumada a comer? – Natasha perguntou, tomando um gole de seu suco.
- Meu pai e eu só comemos comidas finas e leves. – Sorriu falsamente.
- Tia Nat, tem certeza que ela é sua filha? – Angel apontou para Sarah desgostosa.
- Tenho sim querida. – Cortando seu peito de frango. – Mas deixe-a, é o jeito dela. – Piscou e Angel assentiu sorrindo.
Natasha encarou a filha que comia distraída. Não conhecia os gostos, não conhecia os hobbies, não conhecia nada de sua filha... Era difícil agrada-la, Steve e Sarah eram muito ligados, e ela tinha que admitir que sentia uma pontada de inveja dele. Afinal ela o amava demais, e sabia que talvez a menina nunca gostasse dela como gostava do pai. Saiu de seus devaneios quando ouviu uma voz falando com ela.
- Natasha?
Natasha se virou para olhar e encarou com confusão o homem à sua frente. - Oi, perdão, nos conhecemos? – Perguntou sem graça.
- Não se lembra de mim? – perguntou com um sorriso. – Bruce Banner, nós nos conhecemos em Detroit.
- Oh céus... – abriu um sorriso. – Claro que sim, perdão, eu não sei onde estou com a cabeça. Como está Bruce?
- Vou muito bem e você? Como andam os negócios?
- Muito bem, obrigada.
Sarah observava toda a conversa com um bico, quem era aquele maluco? O que ele queria com sua mãe? Aliás Natasha já deveria ter dito que era comprometida com seu pai, não é?
- Essas mocinhas? São suas irmãs? – Disse sorridente.
- Oh não. – Natasha sorriu. – Essa é Angel, filha da minha melhor amiga Wanda, você chegou a conhecê-la, aquela morena.
- Ah claro, aquela diva.... Se parece muito com a mãe.
- Sim, se parece muito.
- E essa é Sarah, minha filha. – Apontou a menina que comia com um bico.
- Sua filha? – Bruce perguntou com espanto. Natasha assentiu sorrindo. – Foi mãe muito jovem, eu presumo.
- Sim, bastante jovem... – encarando a filha.
- Linda como a mãe. – Sarah sorriu falsamente para o rapaz.
- Obrigada querido. – Falou de boca cheia.
- Er, é melhor eu ir, estão me esperando... – apontou a porta. – Foi um prazer revê-la Natasha.
- Igualmente Bruce! – Bruce se despediu e saiu.
- Quem era esse sujeito Natasha? – Apontou Bruce saindo. – Meu pai conhece?
Natasha sorriu, ela estava com ciúmes? Não podia crer.
- Bruce Banner... Ele também Namora Com Uma garota chamada Beth. – Enfatizou fazendo Sarah relaxar os ombros.
Ela não estava com ciúmes de Natasha, apenas queria garantir que a ruiva jamais colocaria galho no seu pai. Que não merecia ser chifrudo de forma alguma! - Mas ele é estranho... – ela fez um bico e Natasha sorriu.
Elas terminaram de comer e foram até o lava rápida pegar o carro de Natasha, que já estava novinho em folha. Antes de ir para casa Natasha decidiu passar no mercado, comprar algumas coisas que estavam faltando.
- O que você gosta de comer, meu amor? – Perguntou enquanto passeavam pelas prateleiras do supermercado. – Doces? Salgadinhos?
- Para que quer saber? – Sarah perguntou invocada.
- Para eu comprar. – Abriu um sorriso meigo. – Sabe, eu gosto de comer salgadinho de milho com doce de leite. – Disse enquanto pegava vários salgadinhos.
- É sério? – Ergueu a sobrancelha e Natasha assentiu sorrindo. – Eu também.
- Jura? – Sarah assentiu. – Eu não achava que alguém além de mim comesse todo mundo acha nojento. – Fez careta.
- Eu gosto, desde pequenininha. – Franziu a testa.
- Eu também.
- Meu pai não me deixa comer muito doce, nem minha avó...
- Hoje podemos comer doce até não querer mais. – Piscou. – Mas é um segredo, não vai contar para o seu pai. – Sarah sorriu.
Era estranho para ela admitir que Natasha não era de todo mal, era até legalzinha quando não estava pendurada em Steve como um macaco e irritando-a, mesmo que sem querer, mas irritando-a.
- Já reparou que é a primeira vez que conversamos civilizadamente? – Ela disse olhando a mãe.
- Não é verdade, naquele sábado também conversamos civilizadamente, lembra? – Colocando várias balas e chicletes na cestinha.
- É verdade, eu tinha esquecido.
Natasha sorriu e voltaram a fazer as compras. Depois que saíram do mercado foram para casa. Angel e Sarah foram terminar o trabalho de literatura enquanto Natasha fazia alguns telefonemas.
***
À noite.
- Que filme quer ver primeiro? – A ruiva perguntou.
- Atividade Paranormal dois! – Sarah disse.
- Que horror! Vamos assistir ventos de outono... – Angel disse.
- Vamos assistir pânico cinco! – Natasha falou.
- Aí não, vamos assistir Titanic. – Wanda suspirou.
- Wanda, você já assistiu esse filme umas duzentas vezes... – Natasha riu.
- E o que tem Nat? – A morena cruzou os braços. – É lindo, e romântico!
Sarah riu, Wanda era ainda mais maluca que Angel, apesar de tê-la achado muito legal agora que a conheceu melhor.
- Terror! – Sarah disse. – Eu quero assistir terror! – Cruzou os braços.
- Só se for pânico cinco. – Natasha disse mostrando o filme que queria na TV.
A campainha tocou.
- Deve ser a pizza! – Angel disse.
- Vou lá buscar, vão colocando o filme aí... PÂNICO CINCO SARAH! – A ruiva disse de longe.
Sarah rolou os olhos, Natasha parecia não ligar em fazer as vontades dela como Steve, que sempre fazia tudo o que ela queria, mas enfim, pelo menos não era um filme chato.
- Melhor do que ventos de outono. – Deu língua para Angel enquanto colocava o filme.
Natasha volta com a pizza, uma Coca-Cola e quatro copos, vinha fazendo um verdadeiro malabarismo, mas conseguiu levar tudo até a mesinha de centro.
- Podem atacar... – disse abrindo a pizza e pegando uma fatia.
- Cadê o prato? – Sarah perguntou.
- Pega com a mão. – Natasha disse de boca cheia.
- O que foi Sarah? – Angel riu. – Estamos em casa.... Para que prato?
- É que lá em casa a gente sempre come no prato. – Olhando desconfiada.
Sua mãe era muito diferente do seu pai e muito parecida com ela em certas atitudes, sempre usava de sua falta de educação para afastar as mulheres de seu pai, mas sua mãe era super despojada, apesar de Natasha se mostrar elegante em lugares públicos em casa ela parecia não se importar em parecer educada. E ela gostava disso. Pegou uma fatia da pizza e deu uma dentada arrancando um sorriso de sua mãe.
O filme foi rodando, dando vários sustos nas quatro, sempre que alguém morria. Angel se agarrava em sua mãe, quando tomava um susto e Sarah ficava olhando, apesar de assustada jamais iria abraçar Natasha.
- Tem medo do pânico filha? – Natasha sorriu acariciando os cabelos Loiros da filha.
- Eu não. – Tirando a mão dela de seus cabelos. – Medo desse filme besta? – Engoliu o seco.
Natasha sorriu negando com a cabeça, não demorou para o filme acabar.
- Agora vamos assistir atividade... – Natasha trocou o filme, Sarah engoliu o seco, mais terror? Ela já estava morrendo de medo do Pânico, quanto mais aquele filme, maldita hora que deu a ideia de alugar ele. – Ainda vai querer assistir ele?
- Claro que vou. – Sarah disse tentando se mostrar indiferente.
- Então vamos lá, Wanda leva para o quarto, tadinha. – Apontou Angel dormindo.
- É vou levar mesmo e também vou dormir amiga, não sou muito fã desse Paranormal aí não. – Riu. – Filha, acorda! – Cutucando Angel que logo acordou. – Vamos para o quarto meu bem.
- Tá. – A menina coçou o olho. – Tchau tia! – Sorriu para a tia. – Tchau Sarah, já coloquei sua roupa na cama da tia Nat. – Sarah assentiu e deu tchauzinho para ela. – Boa noite! – Foi para o quarto.
Wanda também se despediu de Natasha e de Sarah e foi dormir também.
Natasha foi à cozinha buscar pipoca e Sarah deu play, não demorou em que estivesse morrendo de medo, enquanto Natasha olhava para a TV relaxada.
- Eu to com sono... – ela reclamou chorosa. – Quero dormir...
- Já filha? – Ela assentiu. – O filme não está nem na metade ainda...
- Mas eu quero.
- Ok então vamos. – Sorriu desligando a TV. – Vai para o quarto enquanto lavo essa loucinha, já eu vou. – piscou enquanto recolhia os copos.
- Ah não, vamos agora... – chorosa. – Eu não gosto de dormir sozinha...
Natasha já tinha sacado que ela estava com medo, afinal Sarah sempre dormiu sozinha, mas a menina era orgulhosa demais para admitir.
- Ok filha, então espera só enquanto eu levo para a pia, ok? – Ela assentiu.
Natasha recolheu tudo e levou para a cozinha, com Sarah em seu encalço, a menina não desgrudava. E não entendia o porquê de ela querer pagar de valentona assistindo terror... Depois de arrumar tudo as duas vão para o quarto de Natasha.
- Se importa de dormir comigo? – Natasha disse fechando a porta. – Se quiser eu posso dormir no sofá-cama. – Apontou o sofá.
- NÃO! Eu não ligo, pode dormir aqui! – Ela disse prontamente.
- Ok então. – Sorriu feliz. – Vai escovar os dentes, lá no banheiro tem uma escova nova e...
- Você vai ficar aqui né? Aqui no quarto?
- Vou filha. – Assentiu. – Não se preocupa, a mamãe não vai sair daqui. Está com medo de alguma coisa?
Sarah negou com a cabeça.
- Não, eu vou escovar os dentes. – Disse pegando a roupa que estava em cima da cama, Angel tinha emprestado para que ela dormisse. E entrou no banheiro, deixando a porta aberta.
Natasha sorria, olhando a porta do seu banheiro escancarada. Foi interrompida pelo toque de seu celular. Atendeu sorridente, pois era Steve.
- Oi amor. – Sorriu. – Enfim, eu pensei que estivesse esquecido de mim.
- Imagina princesa. – Ele riu do outro lado. – É que só agora eu consegui sossegar, aqui a situação ainda está pior do que aí.... Eu estou morrendo de saudades.
- Também amor.
Sarah colocou a cara na porta e saiu do banheiro.
- É verdade que a Sarah está contigo? – Ele perguntou.
- Sim, como sabe? – Ela riu.
- Mamãe falou. – Ele disse abismado. – Não acredito! – Sorriu.
- Pois pode acreditar. – Olhando a filha. – Fala aqui com ela. – Estendendo o celular para a filha. – É seu pai.
Sarah sorriu e pegou o telefone, atendendo prontamente.
- Papai! – Ela disse afobada.
- Hei, minha princesa! – Ele disse sorrindo, estava com muitas saudades da filha. – Tudo bem?
- Tudo, e você papai? Quando você vai voltar? – Com cara de choro, odiava quando o pai viajava.
- O papai está com saudades meu amor, mas é só até amanhã filhota, aguenta um pouquinho ok?
- Tá... Fazer o que né?
- E como está aí com a mamãe? Que milagre é esse hein? – Ele disse com os olhos brilhando.
- Tá legal... – olhando a mãe que roía a unha. – Ela não é tão chata...
- Claro que não meu amor... – sorriu. – A mamãe te ama, e o papai também.
- Também te amo papai.
Ficaram um tempo conversando com ele até que se despedem e desligam.
- Agora vamos dormir, que já é tarde, amanhã temos que acordar cedo. – Natasha disse e Sarah assentiu. – Dorme no escuro?
- Durmo.
Natasha assentiu e desligou as luzes.
- Boa noite querida. – Deu um beijo demorado na testa dela. – Sonhe com os anjos. – Sorriu.
- Boa noite... Mamãe. – Natasha sentiu os olhos marejarem de leve, era a primeira vez que Sarah lhe chamava de mãe sem ironias, e aquilo balançava seu coração de uma maneira incrível. Não demorou a que Sarah estivesse dormindo. Ela apenas olhava a menina, ligou o abajur para poder admirá-la melhor.
Era a sua cara. Em absolutamente tudo, até na teimosia.
Várias lembranças ecoaram em sua mente.
***
– O que é isso Nat? – Steve apontava a mamadeira que estava efervescendo. – VOCÊ QUER MATAR MINHA FILHA? – Ele dizia desesperado pegando a bebê do colo dela.
- Eu não fiz isso! – Ela apontou a mamadeira que agora estava no chão. – Eu não sei Steve... – Estava completamente drogada. – Me dá ela. – Tentando pegar a bebê que agora chorava.
- Não, eu não vou dar... – ele dizia com lagrimas. – Você está completamente drogada Natasha.... Olha para você. – A olhava e procurava encontrar o seu amor naquele frangalho humano em que Natasha tinha se tornado.
- ME DÁ MINHA BEBÊ, EU VOU TE DENUNCIAR POR SEQUESTRO! – Gritou. – ME DÁ MINHA FILHA! – Tentando bater nele, que apenas se virou para proteger a filha dos golpes. – EU VOU TE MATAR Steve! – Dizia batendo nas costas dele.
Depois que Natasha se cansou de bater nas costas do namorado deitou no chão mesmo e caiu em um sono profundo.
À noite quando acordou, já sóbria, olhou para o chão e viu a mamadeirinha jogada, e estava cheia alguma droga que ela não se lembrava, mas logo lembrou do que tinha feito, começou a chorar feito louca, não podia continuar daquele jeito, não podia.
Saiu do quarto e buscou Steve..., mas uma vez tinha o decepcionado, ela era uma burra mesmo. Foi até o quarto dele e abriu a porta, ele estava tomando banho, pois se ouvia o barulho do chuveiro e a bebê estava no centro da cama, cheia de travesseiros ao redor para que não caísse e dormia de bundinha para cima. Céus ela quase matara sua filha! Se tivesse o feito se mataria em seguida. Steve era tão cuidadoso, tão perfeito, completamente diferente dela. E foi aí que tomou uma decisão, talvez a pior decisão que pudesse ter tomado, mas ela era uma criança, mãe de outra criança, e estava com medo de prejudicar seu bebê.
Foi até seu quarto catou as poucas roupas que tinha, depois voltou ao quarto de Steve, ele ainda estava no banho, foi até a cômoda e buscou a carteira dele, logo achou e pegou uma boa quantia em dinheiro. Voltou o olhar para a cama e sorriu ao ver que a filha já tinha acordado e tentava virar. Sentiu as lagrimas descendo por seus olhos enquanto ia até a pequena e pegando-a no colo.
- Onw meu amor... – soluçando. – Você é coisinha mais linda que aconteceu na minha vida... A mamãe te ama demais filha e se eu estou fazendo isso, é por que te amo, e não quero que sofra por minha causa. Você é tudo para a mamãe, e espero que um dia me perdoe por isso. Seu papai vai cuidar bem de ti, eu tenho certeza. Um dia nós vamos nos reencontrar e tudo vai ser diferente, a mamãe promete para você. – Dando um beijinho demorado na cabecinha dela e sentindo o cheirinho. Não queria esquecer aquele cheirinho nunca. – A mamãe te ama. – Foi a última coisa que disse antes de pousa-la na cama, fez o sinal da cruz, pedindo para que deus guardasse sua pequena, e depois saiu com o coração massacrado. Era o melhor para todos.
***
Agora observava sua filha dormir, já era uma mocinha, mimadinha, e às vezes insuportáveis..., mas era sua filha, e ela a amava com todo o seu coração.
- Você é tudo para mim meu amor... – sussurrou depositando um demorado beijo nos cabelos dela. – A mamãe te ama.
O que a ruiva não imaginava é que a menina ainda estava levemente desperta e ouviu o que ela disse. Natasha desligou o abajur e se virou para dormir.
“Sabe que eu aprendi a te amar. ” Ela disse para si mesma.
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Nossa Filha Mimada
Fiksi PenggemarPrimeiramente Olá. Essa Fanfic não de minha autoria, li ela na época do orkut (sim, velha a esse ponto kkk) e resolvi adapta-la para o meu Casal Favorito. Não tenho créditos algum pela historia, só estou readaptando com personagens diferentes. Caso...