CAPÍTULO 13 - e então sobrou só TRANSILVANA

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Transilvana está na porta, as roupas e o penteado extravagantes sombreados pela luz forte que vem do corredor atrás dela.

– Posso dar um jeito nisso – ela diz entrando na sala.

Espero ela se aproximar, mas ela caminha com dificuldade pois tem de passar por várias latas de cerveja agrupadas em embalagens de plástico.

Ela tropeça em uma delas e, quando recupera o equilíbrio, olha para mim e dá uma risadinha nervosa.

– Eu mandei eles colocarem isso na dispensa lá em cima, mas não sei por que os homens brancos deixaram seu fardo aqui!

Ela se desequilibra mais uma vez e eu estendo a mão para ajudá-la. Com minha ajuda e de Barbyken, Transilvana consegue levar seu vestido bufante e da época dos Brigessons até o centro da sala, onde não há latas de cerveja, apenas Tener se lamuriando no chão.

– Bruna – Transilvana se dirige a mim. – O que você faria se eu dissesse que seus amigos não estão mortos?

Uma chama incendeia meu peito.

– Como assim?

Transilvana sorri.

– O que você faria?

– Eu te faria.

– Como assim?

– Deixa pra lá. Eu... eu ficaria surpresa se você dissesse isso. Mas feliz. Extremamente feliz!

Transilvana desfaz sua expressão de confusão e volta a sorrir.

– Pois então fique feliz. Seus amigos não estão mortos! Só estão aprisionados.

– Aonde? – pergunto tão logo a moça para de falar.

– No anel de Tener! – Transilvana aponta para Tener, que nos olha com lágrimas nos olhos, rosto vermelho e tufos de cabelos grudados na pele úmida. – Mostre para ela amorzinho!

– Mas eu não uso anéis! – Tener levanta e mostra suas mãos, com um incrível total de zero anéis visíveis.

Transilvana pigarreia e arregala os olhos para Tener, transmitindo uma mensagem silenciosa.

Tener a encara com a testa franzida, mas depois entende tudo.

– Ah! – Ele coloca as mãos dentro da capa e as remexe, transformando sua expressão facial em uma de dificuldade e dor.

Barbyken se aproxima de mim para encararmos juntos e chocados a cena que se desenrola em nossa frente.

– A-ah – Tener se congratula e logo depois retira suas mãos da capa e levanta algo. – Aqui está.

Ele mostra orgulhoso sua rodela preta, adornada com alguns fiapos de cabelos levemente encaracolados, que demoro um leve momento para perceber que é um anel de coco.

– Produzido localmente... – diz Tener com um sorriso adornando seu rosto.

– Me dê – Transilvana pede e Tener lhe entrega o anel. Ela se vira para mim e Barby. – Olhem. Bem aqui.

Transilvana aponta para a cavidade interior do anel, e eu e Barbyken aproximamos nossos rostos da mão de Transilvana, sem pensar em nenhum momento que isso poderia ser uma armadilha. Como somos jovens e imprudentes! Tão ingênuos na frente de um assassino e sua conja...

Mas não é uma armadilha; pelo menos não para mim e Barbyken. Para nossos amigos... O anel foi uma armadilha!

Na parte interior do anel, logo acima da borda, vejo pessoas em tamanho diminuto. Mary, Manu, Justinho, Luiz Inássio, soja.militei acenam para mim e Barbyken, desesperados para chamar nossa atenção e felizes de nos ver. Jafui, Doslagos, Xanaína e Daniele estão indiferentes à nossa presença, porém rabugentos.

O Halloween de Bruna CardashianOnde histórias criam vida. Descubra agora