- Você querem mesmo chamar atenção da empresa inteira? - Samanta reclamou.
- Olha o estado que você deixou a Vi, Samanta. - Apontei para Viviane. - Você tem todo direiro de me odiar, mas não desconta seu sentimento por mim nos seus amigo!
- Felipe, eu vou te pedir só uma vez, e na maior cordialidade do mundo. - Marcel disse ao entrar na sala. - Abaixa a voz pra falar com a minha namorada.
Não era possível.
Eu não estava ouvindo aquilo.
Era assim que ela me amava? Um mês depois e ja estava com outro?! Com meu primo?!!
Eu não era o único surpreso. Bruno e Vi olhavam para eles boquiabertos.
- Mas como assim? - Vi perguntou.
- Esses 20 dias, passamos juntos em Angra. Mas não queremos expor pro público, nem pra minha mãe.
O Semidouro ficou maior e mais forte. Sugava tudo que eu ouvia com volupia para dentro dele. Para dentro de um lugar sem luz, sem vida, sem esperança.
Eu estava perdido nos meus pensamentos. Não sei se me sentia mais traído pela Samanta ou pelo Marcel.
- Felipe? - Bruno me chamou me arrancando de meus pensamentos. - E ai?
- Hm? E ai o que?
- Como o quê? Posso continuar trabalhando ou vai me demitir? - Samanta perguntou de forma bem grosseira.
- Claro... Claro que pode...
Respondi pegava o celular pra mandar um áudio pro Wallace, meu motorista.
- Tá na empresa? To descendo. Vou pra casa.
Guardei o celular no bolso e saí do escritório sem me despedir de ninguém.
Encontrei o Wallace no salão, descemos para o estacionamento e fomos para casa.
Eu não conseguia ouvir mais nada nem ngm ao meu redor. Não ouvia nenhum som mesmo estando no trânsito louco do Rio de Janeiro.
Estava completamente sugado pelo Semidouro. Ele havia me sugado por inteiro para aquele lugar sem luz, sem vida, sem esperança.
Naquele mesmo dia minha mãe recebeu ameaças de políticos e precisei mandá-la para fora do país. Eu eatava extremamente preocupado com isso e as únicas pessoas que eu conversaria sobre seriam o Marcel e a Samanta.
Eu não tinha ninguém pra conversar sobre o pior pesadelo da minha vida, porque o segundo pior pesadelo acabara de começar.
Subi direto pro meu quarto sem nem ouvir o que a Aline falava comigo. Entrei e tranquei a porta.
Eu sei, eu errei com a Samanta. Pra caralho. Nós terminamos e ela tinha o direito d ficar com quem quisesse. Mas precisava mesmo ser com quem eu iria ver essa nova relação de perto?
E o Marcel? Porque diabos ele faria uma coisa dessa comigo?
Eu podia apenas estar ficando paranóico, mas comecei a pensar na possibilidade de que eles não estavam juntos de verdade. Havia mais alguma coisa ali.
Aquele não era o Marcel. Aquela não era a Samanta. Eles nunca fariam isso comigo, por mais que eu tenha errado.
Além de todas essa bagunça de sentimentos eu também me sentia culpado, porque tinha flashbacks com frequência daquela noite fatídica.
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A Talia me levando pro quarto.
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A Talia trancando a porta.
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A Talia tirando a roupa.
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Eu tinha esperanças de que era tudo um mal entendido, mas quando os flashbacks começaram eu soube que eu realmente havia sido um asno com a Samanta. Eu merecia o ódio dela e qualquer ato de vingança.
Mas o Marcel...
