CAPÍTULO 4 ♡ Pov Marcel

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Nós precisávamos convencer o Felipe a todo custo. E eu não sabia se já estava em condições para isso.

- Vai na frente, Samanta. - Falei, quando entrávamos na empresa.

- Não dá, Marcel. - Ela respondeu. - Não posso fazer isso sozinha.

- Eu ja vou. Só preciso respirar mai um pouco.

Samanta virou as costas pra mim e foi em direção da sala do Felipe.

Eu estava sozinho com meus pensamento e quase sendo absorvidos por eles. Faltavam poucos minutos para que eu machucasse o Felipe, e aquilo estava me sufocando.

Felipe não era só o meu primo, mas também o meu amigo de infância, m3u primeiro amigo da vida, com o qual eu tinha tantas lembranças importantes, em partes marcantes da minha vida. Eu não acredito que estava prestes a fazer aquilo.

Fui para a sala do Felipe, e ainda do corredor ouvir ele gritar com a Samanta sobre deixar todos preocupados. Ele devia estar se referindo aos últimos 20 dias.

Aquele era o momento perfeito para isso, se eu quisesse convencê-lo.

- Felipe, eu vou te pedir só uma vez, e na maior cordialidade do mundo. - Falei entrando na sala. - Abaixa a voz pra falar com a minha namorada.

Só depois de dizer que percebi que Bruno e Vi estavam na sala. Droga. Não queria que ele se sentisse ainda mais humilhado.

Eu realmente achei que ele pularia no meu pescoço. Mas foi exatamente o contrario. Parecia que ele desabaria a qualquer momenti

- Mas como assim? - Vi perguntou.

- Esses 20 dias, passamos juntos em Angra. Mas não queremos expor pro público, nem pra minha mãe. - Samanta respondeu.

Não haveria porque deixar os fãs e a família dela saberem algo que não era verdade. Convencer o Felipe era o combinado.

O Felipe estava em outra dimensão. Mal ouviu quando Samanta disse que poderia continuar trabalhando a não ser que ele quisesse demití-la.

Ela estava sendo tão ríspida e grossa. Acho que era a única forma para que conseguisse disfarçar.

- Felipe? - Bruno o chamou.- E ai?

- Hm? E ai o que? - Ele respondeu completamente sério.

- Como o quê? - Samanta tava quase gritando. - Posso continuar trabalhando ou vai me demitir?

- Claro... Claro que pode... - Ele respondeu. - Tá na empresa? To descendo. Vou pra casa. - Felipe mandou um áudio no celular. Provavelmente para seu motorista.

Em seguida, saiu do escritório sem dizer mais nada.

Não acredito que fui capaz de fazer isso com meu primo.

- Mas que merda é essa? - Bruno soava estridente.

- Não te devemos satisfação das nossas vidas, Bruno. - Samanta disse.

- Olha só,  eu nem comecei a falar com você. - Bruno a cortou e veio na minha direção. - Você tá ficando doido?

Se o Felipe não pulou no meu pescoço, Bruno faria isso. E aí eu estaria perdido.

- Mas que porra, Marcel. - Ele continuou. -  Eu juro que tudo que quero fazer agora é te matar.

Eu também, Bruno. Eu também. Só não posso te contar.

- Não vale a pena. - Vi falou com ele. - Ter terminamos pela Samanta e não valeu a pena. Já entregamos muito por eles que não valem a pena. Vamos embora.

Quando Bruno e Viviane saíram da sala, Samanta desabou, literalmente. E ajoelhou no chão, em prantos.

- Samanta, para. - Tentei levantá-la.

- Eles terminaram no meio do nosso passeio, Marcel. Como não posso me culpar por isso? Felipe fez merda, sim, mas eu não queria que ele me odiasse. Não queria que ele te odiasse. E agora meus amigos me odeiam e eu arrastei você pra tudo isso. - Ela dizia sem parar de chorar.

- Samanta, se eu não tivesse sido arrastado pra isso, você provavelmente estaria morta agora. Eu entendo você, entendo sua dor, mas você precisa parar ou vão nos ouvir.

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