Obrigados A Casar {VHope}

47

Alguns minutos antes....

✓

O medo estava dentro de mim. Ainda mais vindo de uma pessoa que eu conhecia, pelo menos eu achava que conhecia. É lógico que eu queria uma explicação, tentar entender como ele se transformou nesse monstro, mas não tinha tempo. Eu precisava sobreviver a qualquer custo. Porém, diante da situação que eu estava, veio algo como alívio, pois de uma coisa tive certeza: Jimin não era aquele monstro.

Era estranho como em momentos de puro pânico e desespero, uma parte de nós se mantinha calma. Quando ele veio com tudo para cima de mim, seu rosto transformado em uma máscara mortal e animalesca, eu reagi, puxando uma faca que estava no bolso de dentro da minha jaqueta.

Meu celular estava gravando toda a nossa conversa, também estava sendo grampeado, mostrando nossa localização, com certeza a essa hora Hoseok já descobriu que eu sumi e está enviando ajuda. E se por acaso algo pior acontecer comigo, a voz do assassino ficará na gravação. Mas para isso eu precisaria gritar o nome desse monstro, revelar sua identidade para não restar nenhuma dúvida:

- Vou te matar, Namjoon!

Não sei se demorei demais ou se ele tinha reflexos de um tigre, pois também reagiu na hora. Tentei várias vezes acertar sua cara, ou qualquer parte do seu corpo, mas recebi uma cotovelada violenta no braço e a faca se perdeu dentro do carro. Gritei, pois parecia que tinha quebrado meu braço direito. Mas eu ouvir ele xingar e gritar.

- Seu desgraçado, você me furou!

Mas não tive tempo de olhar. Eu me abaixei, gemendo de dor, em busca da faca. Namjoon puxou meu cabelo violentamente, trazendo-me de volta ao banco e gritei, lutei, mas o braço doía horrores e eu mal podia movê-lo. Ele era muito mais forte que eu.

Golpeou meu rosto e bati com a cabeça na porta, sangue saindo da minha boca e espirrando no vidro.
Fiquei tonto, com dor, latejando. O pânico veio quando me puxou de volta, suas duas mãos grandes se fechando em meu pescoço, apertando. Fitei seus olhos escuros possuídos de chamas demoníacas e soube que ia morrer. Pensei em Hoseok, ele precisaria agir rápido, ou seria tarde demais. Até ajuda chegar, eu já estaria morto.

- Seu desgraçado, acha que pode contra mim? - Apertou com ódio e sufoquei. Tentei arranhá-lo, chutá-lo, mas meu braço direito estava mole e Namjoon se debruçava sobre mim no banco, não me dava opções de fuga.

De repente ouvi meu telefone tocando. Parou um pouco, arfante, olhando em meus olhos.

- É o toque do Hoseok. - Murmurou. - Isso é por tentar tirar meu irmão de mim, desgraçado! Vou livrar o mundo de sua sujeira!

E voltou a apertar. Tentei reagir, me debati, murmurei rouco, quase sem voz:

- Vão... pegar ... você... Deixei provas...

- Ah, é? Como, se nem sabia que era eu? - Riu e me sacudiu, batendo com minha cabeça no vidro do carro de novo.

Apertou tanto que me desesperei sem ar, cheio de dor e desespero, perdendo as forças.
Lágrimas desceram dos meus olhos e tive vontade de desistir.

A imagem de Hoseok veio nítida em minha mente. Vi seus olhos lindos e seu sorriso, me arrependi por não ter acreditado no sentimento profundo que ele despertava em mim e que fiz de tudo para não aceitar. Era tarde demais.

Tudo foi ficando escuro. Sabia que devia lutar até o final, mas me sentia muito cansado. Ouvi a voz de Namjoon ao longe, enquanto aliviava o aperto em meu pescoço e o ar passava ardente até meus pulmões:

- Não tão fácil assim, meu bem. Tenho planos melhores. Afinal, você merece. Você quase conseguiu. Quase. - E deu uma risada rouca, me largando mole no banco.