Obrigados A Casar {VHope}

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A ligação de Jin me deixou completamente fora de mim. Eu dirigia como um louco, minha cabeça a mil, cheio de pensamentos perturbadores me deixando mais nervoso do que fiquei na vida.
Tentei ligar para Taehyung de novo. Não chamou mais. O medo me invadiu. Ele estava nas mãos de um louco. Eu precisava de uma luz, eu não sabia onde diabos ficava esse lago. Essa floresta era grande. Deveria ter escutado Eunwoo. Mas droga eu precisava salvar Taehyung.

Numa curva o carro derrapou e bateu contra uma árvore. Enfurecido, espragrejei mil palavrões e sair do carro. Não podia perder tempo. Taehyung precisava de mim. A chuva fina continuava caindo. Olhei para todos os lados, o farol do meu carro continuava aceso, e me deu a claridade que eu precisava. Meu olhar vagou por todos as partes daquela floresta atrás de alguma pista, algo que pudesse me ajudar, foi quando eu vi uma luz fraca entre as árvores, bem na minha frente, parecia farol de carro.

Peguei minha arma e engatilhei, guardei o celular no bolso e, em meio à chuva corri entre as árvores até aquela luz, desesperado, respiração descontrolada, terror, medo, desespero, raiva, tudo lutando dentro de mim. Rezei a Deus para não chegar tarde demais. O pavor tomando conta de mim. Minhas pernas iam mais rápido que tudo. E então eu os vi e parei, estarrecido com a cena.

Taehyung nu de bruços na beira do lago, de frente para mim, cheio de lama e sangue no rosto, seus olhos arregalados, sem poder acreditar que me via. Montado atrás dele, segurando-o pela garganta com uma das mãos e um canivete com outra. Era ele! Eu estava completamente em choque. Namjoon?

Ele se esfregava nele e dizia algo em seu ouvido, como um maldito sádico, louco, diabólico. Mas se deteve ao dar de cara comigo e empalideceu, paralisado, olhos imobilizados pela surpresa.

O tempo parou. Até meu coração falhou. Era surreal. Parecia uma cena de filme de terror, de algo inacreditável, fora da realidade. Mas a cena era bem real, assim como o meu pânico, a minha raiva e aquele medo voraz, que quase me prostrou.

Taehyung mal respirava. Namjoon estava em choque e piscou, tentando afastar minha visão da sua frente. Fui o primeiro a me recuperar e ergui a arma engatilhada, apontando direto para ele.
Isso o alertou.

- Solte-o. - Falei baixo. Por dentro eu tremia, sangrava, chorava. Mas minha mão estava firme no gatilho.

- Ou o quê? - Namjoon não se moveu, muito sério. - Vai me matar, Hobinho?

Como num flash, lembrei daquele apelido! Só uma pessoa me chamava desse apelido. E era RM!
Vi imagens nossas do passado, quando ainda éramos garotos, adolescentes e jogávamos bola, corríamos atrás de pipa, ríamos juntos. RM um ano mais velho que eu, sempre rindo, sempre ao meu lado. Mas todo aquele encantamento acabou quando algo horrível aconteceu. Por pouco ele não matou Jimin na minha frente, foi quando eu decidi me afastar dele. Desde então, nunca mais eu o vi. Vacilei por dentro, sem acreditar que aquilo estava acontecendo. Era ele mesmo? RM é Namjoon?

Então fitei Taehyung, nu e machucado, com sangue e lama no corpo, embaixo dele como um animal prestes a ser abatido. Olhei a lâmina em seu pescoço, marcando sua pele, e senti um medo enorme de que a matasse. Engolir em seco.

- Se for preciso, eu mato, RM. Agora, solte-o. - Falei frio, pelo nome que eu o conhecia, quando por dentro eu fervia.

Ele suspirou, mas não se moveu. Seus olhos me avaliaram, sem aquela alegria que lhe era tão peculiar. Estava sério como um estranho. O estranho que fizera parte da minha vida no passado, mas que não enxerguei. E hoje é completamente diferente daquele garoto que eu conheci.. Está irreconhecível.

- Eu não posso, Hobinho. Fui longe demais.

- Pare com isso. Você precisa de ajuda. Vamos, RM.

- Ajuda? Acha que sou louco? - Franziu o cenho, atento a mim.