Capítulo 28

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— Você não ficará confortável dormindo em um saco de dormir no chão.

— Eu não vou para outro quarto, se precisar de mim?

— Não digo para ir para outro quarto, é só deitar aqui comigo. Há espaço suficiente para nós duas.

— Arizona — Callie disse, com a voz mais suave possível — você quase chorou quando eu precisei trocar os seus curativos, e se eu, acidentalmente, acertar os seus machucados?

— Isso é impossível, Calliope — disse Arizona, convencida — Eu sei como você dorme que, aliás, é a coisa mais lindinha, você não vai me machucar.

— Ainda acho perigoso, eu não me incomodo de ficar aqui.

— Mas eu sim, eu quero que durma comigo...por favor — implorou a loira.

Callie se arrastou para a cama, ao lado de Arizona.

— Bem melhor, não acha? — perguntou a loira, satisfeita. Ela se aproximou de Callie, e colocou seu braço por cima do corpo da médica, deixando sua cabeça descansar sobre seu ombro e a mão pousar sobre o peito dela — Eu já disse que acho a forma como cuida de mim inexplicavelmente única? — disse em um sussurro rouco.

— Não disse — Callie deixou o rosto descansar sobre a cabeça da loira, apoiada em seu ombro — mas é bom saber que não há ninguém no mundo todo que cuidaria tão bem de você quanto eu.

— Impossível achar alguém que tenha tamanha paciência para isso.

— Ah, não é tão difícil.

— Você é tão otimista.

Callie riu do comentário da loira — Você não é difícil de cuidar, para mim fica fácil porque eu a amo — Callie fez uma pausa — Eu não consigo me imaginar em uma sala com várias crianças, eu enlouqueceria — ela riu — Mas você ama o que faz e tudo fica fácil, de alguma maneira as coisas se reorganizam sem você fazer tanto esforço, embora às vezes acredito que tenha dias em que você deseje trancar todas dentro do armário — Callie riu do próprio comentário e sentiu Arizona apertar um pouquinho o seu braço.

Arizona sorriu, ela sabia que ninguém a conhecia tão bem quanto Calliope. A loira poderia falar sem evitar o olhar da médica, sem cruzar os dedos atrás das costas ou fazer qualquer outra coisa que a entregue quando está mentindo, ela poderia afirmar sem qualquer medo que estava feliz depois de muito tempo.

Ela estava apreciando sem qualquer pressa a novidade que era sentir que pertencia a algum lugar.

Callie a deixava instável e inadequada. A fazia questionar tudo o que sempre acreditou sobre o amor. A loira era inexplicavelmente atraída por tudo o que a médica fazia ou dizia.

— Eu te amo, meu amor — sussurrou, sorrindo com seus lindos olhos azuis.

[...]

Arizona havia sido encaminhada para a sala de cirurgia às pressas.

Havia correria, medo e preocupação. Callie tentava fazer com que seu coração parasse de bater forte, mas pensar em acalmá-lo a fazia se questionar por que ele estava acelerado e sem que se esforçasse para pensar o porquê, a imagem de Arizona invadia sua memória.

Callie não sabia dizer o que estava acontecendo, era como se já tivesse passado por isso antes e seu receio era que dessa vez não tivesse sequer a chance de se despedir do amor da sua vida.

A médica havia discutido com Lauren enquanto a mesma a proibia de invadir a sala de cirurgia.

— Você não pode entrar lá, Dra. Bailey irá fazer o que precisa ser feito — a pediatra havia se posicionado de modo a bloquear a passagem da médica.

Moments - CALZONA - CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora