Capítulo 37

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Arizona guiava Callie sobre o píer, enquanto sentia os dedos da médica acariciarem os seus, tão suavemente.

A médica gostava da forma como o toque dela era capaz de enviar correntes de energia por todo o seu corpo e a maneira como ela parecia flutuar sempre que Arizona lhe olhava, seus olhos azuis tão certa do que estava prestes a fazer.

Quando elas chegaram ao deck flutuante, a médica não conseguia pensar em muitas coisas a não ser se perguntar por onde Arizona esteve todo esse tempo que não veio depressa compor a sua vida.

Havia algo naquele momento que tornava tudo tão mais duradouro. Os olhares pareciam se segurar por muito mais tempo do que de fato era, os toques prolongados propositalmente, os sorrisos pareciam se desenhar em seus rostos lentamente e havia aquela cumplicidade no ar, a sensação de que elas se pertenciam e sempre seria assim.

Quando a loira lhe entregou um buquê de flores, colhidas mais cedo, quando o sol ainda se espreguiçava para aparecer, ela viu Callie levar uma das mãos ao coração e suspirar.

— Você não existe — a médica sussurrou. Por mais que ela se esforçasse com afinco para que seu coração parasse de bater tão rápido, ela sabia que ele não obedeceria, então deixou-o livre para acelerar ou pulsar mais lentamente da forma como quisesse.

As duas sentaram-se na borda do deck, com os pés na água, Arizona pegou a mão da médica, ao perceber que ela estava nervosa.

— Você não vai passar mal agora, não é?— brincou, tentando acalmá-la.

— Melhor passar mal depois? — perguntou, com um olhar tão apaixonado quanto o da loira

— Eu prefiro, assim consigo lhe dizer algumas coisas antes — Arizona beijou a mão de Callie e, por um segundo, a médica teve a impressão de a loira dizer, com os olhos, que iria começar, quase como se a tivesse alertando para o que se seguiria.

— Meu amor, — Arizona havia se virado de modo a conseguir olhar nos olhos de Callie, havia uma brisa leve que fazia com que as mechas escuras dela se agitassem suavemente — ninguém me conhece melhor do que você — a loira sorriu brevemente — você sabia e eu também que... de alguma maneira ou de outra isso aconteceria e do fundo do meu coração antes mesmo de você me querer eu sabia que, no instante em que eu fosse sua, eu não desejaria ser de mais ninguém.

Callie apertou carinhosamente a mão de Arizona, fazendo com que seus dedos se acomodassem entre os espaços nos dedos dela.

—... Havia esse sentimento de que você e eu seria inevitável. Você não precisava fazer muita coisa para me conquistar, mesmo tendo sido difícil no início, você me conquistou sem dizer nenhuma palavra — Arizona lembrou-se do instante em que entrou na sala de Callie, com o braço quebrado — A verdade é que você  sempre fez parecer e, quis que eu soubesse disso, que me queria por perto, que faria toda a diferença se eu estivesse ao seu lado, você dava importância para o que era importante pra mim.

Callie sentia tantas coisas naquele momento. Ela imaginou não ser possível amar Arizona mais do que ela já amava, mas naquele instante ela soube que a amaria um pouquinho mais que o dia anterior e sempre daria para amar mais que amanhã.

— ...Eu te amo tanto e não é porque você é boa pra mim, ou porque você sempre diz e faz as coisas certas ou porque você era o que eu estava procurando — Arizona sorriu — Eu te amo tanto porque você chegou quando eu não estava olhando, não estava esperando e muito menos procurando. Existe essa beleza em ganhar algo que não estamos esperando — Arizona respirou fundo, seus olhos brilhando, emocionados — Ter você soa como ouvir música em suas risadas espontâneas e poesia em tudo em que você me diz.

Calliope estava com o rosto molhado e mesmo que ela tentasse dizer alguma coisa, seria frustrada, porque em sua garganta havia um nó e seu coração, embora aquecido, parecia que iria saltar de seu peito a qualquer momento.

— Você me deixa instável, me faz sentir imprudente e fora de controle. Você consegue ser irritante sem me irritar —  Arizona não pôde conter o sorriso torcendo os cantinhos da sua boca —  e eu sou inexplicavelmente atraída por tudo o que você faz e diz e mesmo que não faça e nem diga nada, ainda assim, você consegue me atrair. Há algo doce em você, sua alma é tão gentil e generosa. Você não precisa me dizer o quanto me ama ou o quanto sou importante pra você, porque você deixa transparecer sem nenhuma barreira ou disfarce, ou medo.  Acho que esse é um dos motivos que me faz querer que você fique mais do que uma ou duas noites na minha casa e traga mais do que apenas os seus livros para a minha cabeceira ou mais que duas mudas de roupa para o meu guarda roupa. Quero todos os cafés da manhã ao seu lado e tudo bem, eu posso tentar me exercitar com você — Arizona, em meio às lágrimas, sorriu lembrando-se do que Callie havia dito que queria que ela se exercitasse para cuidar da saúde porque o plano era envelhecerem juntas e bem — quero almoços com nossos dois pequenos e... quem sabe mais alguns? — a loira perguntou retoricamente levantando uma sobrancelha e fazendo a médica rir — quero jantar com você e ter você como sobremesa sempre que eu tiver vontade — Arizona riu tanto e Callie a acompanhou, sentindo as maçãs de seu rosto doerem de tanto rir.

Depois de se recuperarem da crise de risos, Arizona se levantou e pegou uma caixinha de madeira tão delicada e bem finalizada que parecia brilhar. Havia o nome das duas em uma letra cursiva extremamente linda. 

Quando Callie viu o que era, ela percebeu seu coração parar naquele instante.

— Eu acho de verdade que a vida é muito curta pra adiar alguns momentos e guardar alguns sentimentos dentro do peito —  a loira abriu a caixinha —  Eu quero muito... e aí você casa? — Arizona tinha um sorriso gigantesco de orelha a orelha ao mesmo tempo que não conseguia se conter de emoção.

Callie, naquele momento, não soube fazer mais nada a não ser abraçá-la e esconder seu rosto na curva do pescoço da loira, sentindo o aroma do perfume dela e a apertando em seu abraço.

—  É claro que eu caso, meu amor — Callie sussurrou, ainda abraçada à Arizona — Eu te amo muito, e sempre...e tanto.

[...]

Deitadas na rede, Arizona apoiava a cabeça sobre o ombro de Callie e as duas tentavam, juntas,  se acostumar com a aliança em seus dedos. Vez ou outra Arizona pegava a mão da médica e olhava, bobona, não acreditando que estavam noivas, da mesma forma Callie fazia. Elas sorriam uma para a outra como se o olhar das duas dissesse tudo e o sentimento delas bastasse para saberem que a conexão que existia ali era real, quase palpável.




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Oláa espero que estejam todos bem! AAAAAAH 😍 que capítulo mais lindo 😍 AAHH!

Obrigada pelo carinho. Vocês têm um lugarzão no meu coração! Vi que tem uns leitores novos bem vindos 😘

Eu estou pensando sobre o capítulo do casamento, realmente não sei se terá! Eles são demorados e demandam toda a minha energia! Se vocês quiserem, eu faço, mas estejam cientes de que pode demorar um pouquinho para eu liberar!

Beijinhos e se cuidem ❤❤

Qualquer erro será arrumado em breve!


Moments - CALZONA - CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora