A vontade

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Oh, e se você não quer ter

Algo substancial comigo;

Então por que você me dá mais?

Amor, eu sei que você quer isso.

ᕦ⁠⊙⁠෴⁠⊙⁠ᕤ

— Esquisito, não acha? Se ele tomou a iniciativa duas vezes, significa que uma certa atração ele sente por mim, né? — Sett se recostou calmamente na cadeira, olhando para o teto enquanto a expressão franzida não abandonava seu rosto. — Aquele maldito presidente de santo só tem a cara mesmo.

Um suspiro veio do outro lado, Sett baixou o olhar para Soraka, que suspirou uma segunda vez enquanto batia incessantemente a caneta contra o caderno. Os longos fios verdes estavam presos em um rabo de cavalo, e mechas encaracoladas escapavam para emoldurar o rosto fino e delicado da garota. Ela subiu o olhar.

— Podemos continuar?

— Estou desabafando.

— E precisa ser durante a monitoria? — Ela apontou para o caderno. — Preciso enfiar matemática na sua cabeça.

Sett revirou os olhos.

— Não acredita em mim?

— Acreditar? Que Aphelios beijou você duas vezes mesmo namorando? — Soraka pôs uma mecha rebelde para trás da orelha. — Eu não duvido.

— Mas é verd-… Quê? Você acredita em mim? — Surpreso, Sett se inclinou sobre a mesa.

Com uma expressão estranhamente calma, Soraka deu de ombros.

— Que motivos você teria para mentir sobre isso? — Com um terceiro suspiro, um verdadeiro recorde na concepção de Sett, ela continuou. — O que Aphelios faz ou deixa de fazer não é da minha conta, mas não consigo concordar com isso. Traição é traição.

— Mesmo quando a namorada é…

— Não importa. — Soraka levantou o olhar. — Traição é traição. Você não se sente nem um pouco mal?

Sett franziu o cenho. Não conhecia Seraphine direito, e não ligava muito para ela. Sett tem uma fama de ser muito simplista, e de fato ele nunca gostou de complicar demais as coisas. Ele quer Aphelios, ele sendo comprometido ou não. Ele apenas o quer e pronto.

— Em minha defesa, não estou forçando ele a nada. — Um sorriso nasceu nos lábios do meio-vastaya. — Então culpe o presidente.

Soraka revirou os olhos.

— Isso ainda vai dar uma baita encrenca. — Ela empurrou o caderno para Sett. — Exercício três está incorreto. E o quatro também. 

— Obrigado, Soraka, pelas palavras de confiança. — Sett ironizou enquanto passava os olhos pelos exercícios. — Onde que tá errado?

— Observe os sinais.

— Ele não demonstra nenhum sinal. Só me beija.

O silêncio mortal de Soraka foi o suficiente para Sett concentrar no que estava diante dele.

— Que sinal que tá errado?

— Você não fez a regra de sinais na divisão. 

Um minuto de silêncio.

— Então eu só errei a porcaria do sinal?

Um aceno lento.

— Você colocou 15. É -15.

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