Métodos de fuga

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Eu sei que você me quer também

Mesmo que você não seja meu,

Você tem aquele olhar em seus olhos.

ᕦ⁠⊙⁠෴⁠⊙⁠ᕤ


Você sabe qual a sensação de deitar na cama após um longo dia, fechar os olhos e imaginar situações que você gostaria que acontecesse com você? Controlar cada detalhe, cada fala e, então, se proteger naquele mundo só seu até finalmente adormecer.

Sett, neste instante, pensava nisso quando acordou e notou que Aphelios ainda estava adormecido, mas completamente aninhado ao meio-vastaya. Essa cena já havia passado pelo consciente dele em algumas noites, o que havia lhe causado estranheza: queria transar com Aphelios, e não dormir agarradinhos, cara a cara.

Não fazia ideia de que horas eram, apenas sabia que era cedo. Mesmo assim, não teve a coragem necessária de mover-se para olhar o celular e perder a visão do rosto de Aphelios sereno, sem linhas irritadas com seu típico mau-humor. 

Sett perguntou-se como era o seu sorriso. O seu sorriso de verdade, sem ser de escárnio ou provocação, mas um sorriso de felicidade genuína. Seraphine deveria saber como era, e essa simples constatação o fez sentir o ciúmes apertar seu peito.

E isso o assustou.

Nunca havia chegado a sentir ciúmes de Seraphine, ele apenas queria se deitar com o namorado dela e nada mais. Automaticamente o ciúmes perdia o sentido, certo? Certo.

Sett subiu a mão que segurava a cintura de Aphelios até sua testa, aproveitando para acariciar levemente os fios negros no processo. Novamente deixou sua mente vagar enquanto seus olhos exploravam cada mínimo detalhe daquele rosto. Aphelios era tão bonito que chegava a lhe irritar, com a pele delicada contrastando com os olhos de um negro e uma intensidade invejável. 

Como diabos ele conseguia ficar bonito até dormindo?!

— O que está fazendo? — Sussurrou Aphelios, grogue, abrindo os olhos lentamente. Apesar de ter sido pego no flagra, Sett não afastou a mão e o presidente sequer fez menção de afastar-se.

— Vendo se está com febre.

— E precisa de tanto tempo para isso?

Uma leve queimação tomou as bochechas de Sett quando ele voltou a descer a mão, apenas deixando-a apoiada sobre a cintura de Aphelios.

— Você está melhor. — Concluiu ele.

— Obrigado.

Sett piscou.

— Hã?

— Por ontem. 

Não fora um agradecimento muito específico, mas Sett havia entendido. E, além disso, ele sabia que aquilo era o máximo de gratidão que Aphelios iria demonstrar assim, tão facilmente. De qualquer forma, vê-lo tão próximo dizendo aquilo o fez sentir um frio no estômago, ao mesmo tempo em que franzia as sobrancelhas, confuso.

— Não foi nada.

Queria perguntar mais. Queria perguntar o que ocasionou o ataque de pânico, porque morava sozinho em um lugar como aquele, porque ainda estava com Seraphine se era nítido que ele não gostava dela de forma romântica. Mas, ao mesmo tempo que queria tanto respostas, tinha medo delas.

Porque Sett já estava viciado em Aphelios, e temia que, caso descobrisse mais, seria difícil largar o vício.

— Porra, você realmente vira outra pessoa quando acorda. — O meio-vastaya riu, quebrando o silêncio. — Está tão perto e ainda não se afastou por vontade própria.

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