Capítulo 5

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— O Rafa disse que ela tava de olho em um galpão, deve ser esse. — Verônica disse mostrando a Anita a localização em seu celular.

— É um pouco longe daqui, como ela ia se deslocar até lá?

— Isso eu não sei.

As duas estavam no estacionamento do hotel, pois, segundo Verônica, Glória tinha mandando um meio de transporte.

— Você só pode tá de brincadeira. — Anita reclamou quando pararam. — A gente vai nisso? Ela não podia ter mandado um carro?

— Carro? — Verônica perguntou segurando o riso. — A gente tem sorte que ela mandou trazer essa moto e você já viu o trânsito daqui? A gente vai conseguir chegar bem mais rápido assim do que de carro.

— Que seja.

Verônica passou os olhos pelo veículo enquanto arrumava os capacetes.

Porra Glória, mandou muito bem.

A morena pensou enquanto notava que o modelo era muito parecido com a sua antiga, porém esta era muito mais rápida. Verônica sentou primeiro aguardando Anita que ainda lutava para colocar seu capacete, a loira acabou se enfurecendo com a trava e Verônica decidiu parar de deixá-la se torturar.

— Me deixa te ajudar com isso.

— Eu consigo sozinha. — Anita recusou se atrapalhando mais ainda.

— Para de ser orgulhosa, a gente não tem tempo pra isso. — a ignorou se aproximando, colocou primeiro as mãos em cima das de Anita a parando, a contragosto Anita cedeu. Enquanto encaixava a trava os olhares das duas se cruzaram brevemente e Verônica sentiu uma necessidade enorme de olhar para outro lugar, tinha certeza que aquele olhar azul era o responsável por aquele calor que estava sentindo se espalhar dentro de si, fazendo transparecer em seu rosto. — Prontinho. — terminou se afastando e voltando a dar atenção à moto. — Sobe logo.

Anita obedeceu, passando as mãos pela cintura da outra e Verônica deixou escapar um sorriso de lado enquanto ligava o veículo.

— Acho que você vai ter que segurar um pouco mais firme, delegada.

— Por quê?

A resposta veio quando Verônica deu a partida, saindo com tanta força que Anita agarrou sua cintura como se sua vida dependesse disso (o que, de fato, poderia ser verdade no momento).

— Anita eu disse pra segurar firme, mas eu também preciso respirar. — Verônica comentou, após alguns minutos, tentando conter o tom de divertimento ao ver a delegada apavorada que a apertava tanto que dificultava sua respiração.

— Tá. — A loira respondeu sem graça suavizando o aperto. Verônica teve que lutar com seu estômago, o obrigando a parar de fazer aquela sensação. Ela não sabia o que era pior, as borboletas no estômago ou seu coração acelerado. Ela tentou se distrair puxando assunto. — Nunca andou de moto antes?

— Claro que já, mas é que você dirige feito uma doida, parece até que não tem amor à vida. — Anita respondeu na defensiva.

— Eu tive que me virar quando tava fugindo de uma organização e, particularmente, de uma delegada insistente. — comentou em tom de brincadeira, mas a outra não pareceu entender.

Anita ainda se sentia culpada por algumas coisas do passado, nem tudo que foi mandada fazer teve uma escolha e ela gostaria de explicar algumas, mas sinceramente? Do que adiantava agora? E não era como se Verônica fosse acreditar nela ou mesmo a quisesse ouvir de qualquer maneira.

Elas não falaram mais nada até chegarem ao seu destino, Anita ficou presa em seus próprios pensamentos e Verônica decidiu focar no caminho ou poderia facilmente se perder naquelas ruas.

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