Capítulo 6

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Estavam ali, no cômodo do grande quadro, haviam exatos cinco minutos. Cinco minutos de puro silêncio. Elas garantiam que as provas estavam todas presentes, que os três homens não haviam levado nada...

Um deles (no caso, o único que sobrara), algemado na cadeira, resmungava palavrões, indisposto a responder quaisquer questionamentos. Olhares conflituosos entre as duas mulheres eram recíprocos, e Verônica sabia que a situação de antes havia ferido o âmago da Berlinger. Pois, junto às jades, sentia certo pesar, uma pontada de tristeza lá no fundo e, por mais que também achasse formas para melhorar o clima, deixando-o mais leve, não deixou de notar que tudo: A violência de Lima, seguida por sua morte, afetaria a delegada. Porém, Torres já havia convivido com tal por tempo suficiente para saber que a loira disfarçaria seus pensamentos sempre que pudesse.

Enquanto isso, sentia aquela casca grossa quebrar-se aos poucos, dando espaço a uma pessoa um tanto diferente de sua antiga companheira de trabalho. Uma personalidade hesitante e desconfiada, mas disposta, tranquila. Irônica, como sempre, entretanto divertida. Não mais mostrava-se ácida com tanta facilidade e frequência. Anita abrira espaço para certa bondade. Sentia-se, querendo ou não, renovada. E seu novo modo de agir surpreendia a escrivã...

A Berlinger estava do jeito que sempre imaginou. Suas relações tornavam-se mais próximas a cada dia, e isso deixava Verônica feliz. Uma felicidade que nem ela mesma entendia, a qual não conseguia admitir nem mesmo para si.

Torres pegou-se pensando em suas trajetórias, imaginando um futuro incerto, onde a delegada ali presente, pudesse auxiliá-la em tudo, onde poderiam unir forças. Aquele definitivamente não era o momento para se perder em imaginação. Mas, assim que seus olhos encontraram os de Anita, em uma passada rápida, sentiu sua mente esvair, e sorriu ladina, atoa.

Esquecera-se dos barulhos das algemas contra os braços da cadeira, esquecera-se das situações dolorosas que havia presenciado nos últimos meses...

"Na minha casa em meia hora, escrivã."

"Vai baixar o nível mesmo? Isso é bem a sua cara."

"Agora se importar contigo é defender eles?"

"Eu vou me arrepender disso... Mas você é muito forte por ainda se manter esperançosa, de pé, depois de tudo o que passou."

Mordeu o lábio inferior e cerrou os olhos, tentando afastar aquelas frases gravadas em sua memória. Não sabia o porquê daquilo, e queria ignorar antes que tudo explodisse em completo caos.

— Verônica. — Tão absorta, pouco pudera perceber a presença daquela que invadia sua cabeça tão fortemente. Só fora recobrar-se ao desviar seus castanhos dos verdes que a consumiam por completo.

Por segundos, tivera vontade de se perder ali, neles.

— Oi... — Encarava qualquer outro ponto que não fosse Anita, e condenava-se pelo desconforto.

Love & Redemption - VeronitaOnde histórias criam vida. Descubra agora