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Elas seguiam um caminho perigoso. Um atalho. Anita tinha dado as dicas e Torres não hesitou em segui-las, por mais que o arrependimento estivesse aparecendo aos poucos após perceber que aquela quantidade de buracos no matagal faria com que sua moto fosse pro beleléu.
— Por ali. — As mãos da Berlinger em sua cintura pioravam sua concentração e foco. Quase capotaram umas três vezes pois Verônica simplesmente não viu os vãos de terra na estrada. — Meu Deus, uma anta paraplégica nesse negócio pilotaria melhor do que você. — A situação era tensa, a loira já estava ficando irritada com aqueles vacilos incomuns da mais nova.
— Ponha-se no meu lugar então, delegada. — Cerrou os olhos ao sentir um beliscão na costela. — Porra! Quer se acalmar?
— Eu tô tranquila! — Definitivamente a calmaria não fazia-se presente. Aquela era uma situação de vida ou morte.
Sentindo a poeira no capacete, imaginou que a visão de Verônica poderia estar afetada. Era incomum a garupa usar a proteção quando não se tinha mais alguma. A priori, a mulher em sua frente quis protegê-la. — Quer o capacete?
— Não. Pode ficar. — E quase não notou outro buraco, desviando abruptamente.
Um aperto forte no braço a fez parar a moto por um momento. Ouviu o click da trava do equipamento e observou enquanto Anita tirava a proteção.
— Pega. — Ao finalmente encarar o semblante da Torres, quis xingá-la por ser tão superprotetora. — Seus olhos estão um desastre. Muito vermelhos por causa da terra. Quero que coloque isso logo. — Essa simples frase fez a outra fechar a cara. — Isso não foi um pedido. Seu ritmo lento só tá atrapalhando a gente.
Bufando, a mais baixa aceitou. Sua vagarosidade naquele momento feria seu ego. Realmente, a visão estava bem ruim, quase machucada pelos grãos que insistiam em voar no seu rosto enquanto pilotava, além do seu descostume com os toques suaves da loira.
Engatou a marcha e, assim, continuaram.
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Enquanto isso, Glória não acreditava no que estava acontecendo. A imprudência de Verônica era incontrolável. Queria saber o que tinha levado aquelas duas doidas a bolarem um plano sem ajuda de terceiros. Se surpreendeu com a postura nada inteligente da loira. Pensou que a Berlinger daria um jeito na escrivã.
Era uma situação arriscada. Deixaram-se levar pela urgência daquele caso.
Por algum motivo, já imaginava que aquilo poderia acabar acontecendo.
— Quero que rastreiem o Matias Carneiro. Enviaremos reforços. — Dera a ordem. Seus companheiros de equipe confusos enquanto se entreolhavam. — Vamos! É pra hoje.
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Love & Redemption - Veronita
Fiksi Penggemar- Eu... - Ela tenta dizer algo, as palavras simplesmente travadas em sua boca enquanto terminava de processar seus pensamentos. - Você...? - Anita pergunta, e a resposta que estava imaginando a deixava tensa, como se nunca tivesse trocado olhares c...