1- Orfanato.

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A noite estava morna e estrelada. Os olhos acinzentados de Wei Wuxian olhavam com atenção e alegria as luzes da cidade como sempre acontecia quando ele saía de carro com os pais. O garotinho de sete anos gostava muito de passear. Naquele dia ele iria visitar um teatro pela primeira vez, sua mãe lhe narrava como eram as peças e os cenários e sobre uma orquestra que proporcionava música ao vivo para cada ato e falava sobre a voz magnífica da mulher que iriam ouvir cantar. O menino estava ansioso depois de tudo o que ouviu de sua mãe que amava música, sempre repetindo para si mesmo que quando crescesse, iria tocar as mais variadas músicas para ela.

_Falta muito mamãe?

_Um pouco. – respondeu ela com um sorriso.

Seu pai o olhou pelo retrovisor com carinho e o menino sorriu para ele e foi naquele momento que tudo deu errado. Um outro carro avançou o semáforo e bateu em cheio no lado onde CangSe SanRen estava sentava, fazendo o carro rodar na pista e capotar. O vidro traseiro se espatifou e como Wei Wuxian estava sem o cinto, ele foi arremessado para fora.

O menino estava tonto, mas ouviu mais uma batida ao longe quando o carro dos pais parou dentro de uma loja e ele desmaiou em seguida.

❣️❣️❣️

Um ano depois...

Wei Wuxian era tirado da rua onde ele viveu desde a morte de seus pais, e levado pelo serviço social para um orfanato. O garoto de oito anos teve as piores experiências na rua. Passou fome, frio, medo e o pior, era perseguido por cães e por garotos maiores que batiam nele. Foi ao ajudar uma senhora na rua em troca de algumas moedas, que ela ligou para o serviço social para que o levassem.

“Um jovenzinho tão doce não pode ficar na rua sofrendo.”

Ele estava apreensivo, mas era melhor um orfanato do que os perigos da rua como a senhora bem dissera.

Wei Ying logo se adaptou e fez amigos no lugar. Seu jeito amável e falante cativava a todos ao seu redor. Depois de alguns meses ele até ajudava as assistentes sociais na adaptação de crianças recém chegadas e foi assim que ele conheceu a pessoinha mais diferente de sua vida.

O garoto era meses mais velho do que ele, mas tinha uma beleza quase divina para uma criança. Sua pele era muito alva, que ficava mais evidente ainda por causa dos seus cabelos muito pretos caídos na testa e seus olhos dourados claro que eram emoldurados por um óculos de armação azul escura. Se Buda ou Xie Lian descesse à terra, com certeza seria aquele garoto, Wei Wuxian pensou consigo.

_Wei Ying.

_Sim?

A assistente social se abaixou e indicou o recém chegado.

_Aquele menino foi encontrado perdido no aeroporto. Ele não fala... Pelo menos achamos que ele não fala, mas pode estar apenas traumatizado por não estar com sua família. Você nos ajudou antes, poderia ser amiguinho dele?

_Claro! Ele tem um nome?

A mulher olhou para a prancheta e o olhou em seguida.

_Lan Wangji. Lan Zhan. Era o que estava nas coisas dele. Estamos tentando encontrar a família.

Wei Wuxian se aproximou devagar do outro e se sentou ao lado dele.

_Oi. Me chamo Wei Ying. – os olhos dourados do garoto encontraram os dele – Não precisa ficar receoso sabe. – Lan Zhan ajeitou os óculos – Aqui as pessoas são boazinhas e as crianças são ótimos amigos... Menos um menino mais velho do outro pavilhão chamado Xue Yang, ele é causador de encrenca.

O outro apenas observava Wei Wuxian com um misto de curiosidade e admiração.

_A senhora San me disse que estão procurando sua família. Não deve demorar muito. Mas caso demore, seria interessante se você conhecesse tudo por aqui.

Acasos e Reencontros (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora