5- Tarde na Colina

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A hora do almoço chegou e Lan Zhan pediu que Wei Wuxian o acompanhasse até o carro dele e o levou num restaurante ali perto onde os dois comeram juntos. Lan Zhan reparando sempre em como Wei Ying era amante de pimenta, já que em todo prato ele colocava uma quantidade considerável do condimento antes de comer.

_Então você pretende trabalhar com música, mas voltado para parte histórica. Tipo um arqueólogo de partituras.

_Quase isso. – admitiu Lan Zhan. – Nosso tio lida com muitas relíquias e coisas raras, algumas delas são partituras e instrumentos. Quero poder ser útil no futuro.

_Uma boa... – ele olhou a volta – Você sempre almoça aqui?

_As vezes. Quando Hua pode vir, ela também almoçar comigo.

_É bem tranquilo. Acho que vou vir aqui todos os dias com você. – comentou Wei Wuxian tomando um gole do suco – Pois desde o meu primeiro dia de aula eu tenho um dejavu do ensino médio com as garotas me convidando pra almoçar...

_Não gosta de almoçar com garotas?

Wei Wuxian engasgou por ter falado demais e foi ajudado por Lan Zhan.

_Obrigado. – agradeceu quando o outro lhe deu um lenço de papel. – Você alguma vez já gostou de alguém? O suficiente para que todas as outras pessoas meio que incomodassem você por não estar na companhia de quem gosta?

Lan Zhan fez que sim de modo triste. Entendia bem o sentimento e sentiu um certo vazio no coração ao saber que Wei Wuxian gostava de alguém daquela forma.

_Eu gosto de uma pessoa há anos. Desde que eu era criança. – Wei Wuxian estendeu a mão sobre a mesa e tocou a ponta do indicador nas costas da mão esquerda de Lan Zhan. Ele se surpreendeu com o gesto. – Ele teve que me deixar, mas não foi culpa dele... Vi no olhar dele que ele não queria se afastar de mim – Wangji segurou a mão dele no mesmo instante compreendendo algo – Eu jamais o esqueci, sempre o quis perto de mim. Talvez... Talvez ele não sinta o mesmo e me odeie pelo que eu estou falando. – Uma lágrima desceu pelo rosto de Wei Wuxian mas o sorriso dele era radiante – Mas eu tinha que falar, tinha que falar o quanto eu gosto de você e eu gosto desde que era apenas um menininho.

Lan Zhan ergueu a mão dele e beijou de leve os dedos de Wei Wuxian o surpreendo. Ele sempre achou linda a capacidade que o Lan tinha de sorrir com o olhar.

_É recíproco. Eu também gosto de você desde aquela época.

O sorriso de Wei Wuxian se alargou ainda mais e ele sentiu Lan Zhan lhe apertar os dedos e os dois ficaram se olhando por um tempo, até Wei soltar a mão de Wangji de repente ao perceber que a garçonete vinha na direção deles.

O Lan pediu a conta e quando eles saíram, ele olhou para Wuxian.

_Se importaria de faltar as aulas da tarde e ir à um lugar comigo?

_Vou mandar uma mensagem pra minha mãe pra que ela não se preocupe – disse ele já tirando o celular do bolso e começando a digitar – e podemos ir quando você quiser.

Wei leu o que apareceu na tela do telefone e riu, digitando outra coisa e gargalhou dessa vez quando a resposta veio, ele digitou de novo, esperou a resposta e guardou o celular sob o olhar de Lan Zhan.

_A mãe estava falando pra gente não aprontar nada que envolva polícia e eu disse que estava com você e não com Shun, daí ela disse pra eu não aprontar nada que envolva você em encrenca e pra você me dar cinco por cento do seu juízo.

Wangji esboçou um sorriso. Os dois entraram no carro e ele dirigiu até um parque florestal. O caminho quase todo os dois foram em silêncio e Lan Zhan apresentou a identidade dele quando chegaram a uma cancela e subiu pela estrada de terra até uma colina que tinha vista para a cidade abaixo deles e saiu do carro.

Acasos e Reencontros (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora