Lady In The Wall | Kenma Kozume

0.5

𝚃𝚛𝚎𝚜 𝚖𝚎𝚜𝚎𝚜 𝚊𝚝𝚛𝚊𝚜

Hana estava de plantão novamente, mas dessa vez Iwaizumi não estava junto, já que nem sempre seus períodos de trabalho na semana batiam. A garota havia acabado de sair de uma cirurgia. 

Apesar de dizerem que ser enfermeira é mais leve do que ser uma médica, não deixava de ser extremamente cansativo, pois vai ser você quem tem que sair de um lugar para ir pegar algum material no outro, e eles não se importavam se você teria que atravessar o hospital inteiro para isso. Claro, além de ter que conferir todos os internados e ajudá-los com seus medicamentos.

Hoje, por exemplo, apesar de seu turno ser a noite/madrugada e mais tranquilo, uma mulher deu entrada no hospital em trabalho de parto, e para o azar de Hana, um dos materiais necessários estava na ala A, e eles estavam na ala G, ou seja, ela teria que atravessar o hospital inteiro e de forma rápida.

Mesmo estando cansada depois de tudo, ela estava mais do que feliz, o bebê havia nascido saudável e a mãe estava bem, ela não conseguiu fazer o parto natural, então tiveram que fazer uma cesárea de forma apressada.

Como não havia mais nenhum atendimento por enquanto e em alguns minutos seu turno chegaria ao fim, Hana resolve ir para o lado de fora do hospital aproveitando um pouco a tranquilidade que tinha sobrado. No caminho ela passa pela cafeteria e escuta a televisão falar algo relacionado a tráfico e tiros, mas Hana não deu importância e continuou seu percurso.

Ela se apoia de lado em um dos pilares do enorme prédio e começa a encarar o estacionamento a sua frente, não estava chovendo, apesar de todos os carros terem pequenas gotículas de água sobre o capô, mas ainda havia um pequeno vento gélido.

Distraída com a visão e com seus próprios pensamentos, a garota não repara em um pequeno barulho vindo do lado direito do estacionamento, mas quando o som se intensifica, ela olha para o local. 

Os barulhos estavam vindo das caçambas de lixo, era como se algo tivesse remexendo as caixas de resíduos de materiais que estava jogada do lado da enorme caçamba preta. Poderia ser um animal como um gambá, ou até mesmo um cachorro a procura de comida.

Sendo consumida pela segunda opção, Hana começa a se aproximar do local enquanto abraçava os próprios braços, já que o vento começou a se intensificar.

Ela contava o dinheiro que havia em sua carteira mentalmente enquanto pensava no que poderia comprar da máquina de comida que havia na cafeteria para dar ao tal cachorro. Hana da a volta na caçamba e para de andar repentinamente.

Definitivamente não é um cachorro. Ela pensa levemente em choque.

Havia um homem de cabelos escuros, ele vestia um colete a prova de balas, e roupas pretas, seu rosto tinha alguns corte. Mas o que mais a espanta era uma enorme quantidade de sangue saindo de sua perna.

— Mas que porra...?— Ela diz baixo.

O homem estava sentado com as costas apoiadas da caçamba, ele apertava sua perna machucada enquanto resmungava de dor, nem havia reparado a garota se aproximar, mas quando ela começou a falar, ele se vira assustado para a mesma.

 — Que merda é essa?— Hana começa a se aproximar com cuidado— O que aconteceu? Eu vou chamar um médi...— Ela se vira, mas o homem a segura.

— Não!— A garota o olha assustada— Por favor, não chame ninguém!— Ele resmunga novamente de dor.

— O-ok— Ela começa a olhar pelo local ansiosa— O que houve?— O moreno não responde— Tudo bem, eu vou pegar alguns materiais para te ajudar e já volto.