Lady In The Wall | Kenma Kozume

1.4

Havia se passado uma semana desde o acontecido na boate Ledz. Tudo o que Kenma tinha dito ainda rodava pela cabeça da garota.

Ele continuou, mesmo ela dizendo que não precisava, dando carona para a mesma até o hospital e depois a buscando quando o turno acabava. Quando estavam no carro, ainda era possível sentir a tensão entre os dois, principalmente quando flertavam discretamente.

De alguma maneira, ela não se sentia assustada por estar naquela situação em relação a vida dos meninos, apenas pensativa. Hana agora conectava todos os acontecidos relacionados ao Kuroo e seus amigos desde a primeira vez que se conheceram.

O moreno ensanguentado atrás de uma lixeira do hospital com um tiro na perna; Akaashi com uma faca em seu corpo; as desculpas mais estranhas que Kuroo dava toda vez que aparecia machucado.
Agora tudo fazia sentido.

Hana tinha todos os argumentos para se afastar dos meninos: medo, segurança, mentiras, serem fora da lei.
Mas ela não queria, ela gostava da amizade com eles e Kuroo havia prometido que, caso a garota não quisesse mais ter contato com eles sobre esses assuntos, ele não a chamaria mais para os ajudar.

O moreno conversou com a garota durante a semana que passou e ficou surpreso pela relação dos dois ainda estarem como de sempre. Ele também havia revelado os verdadeiros motivos pelos seus machucados que Hana havia cuidado.

A garota apreciou o fato de ele ter tentado proteger ela, mesmo que tenha sido mentindo, para mantê-la longe de sua realidade, mas agora ela só prezava pela verdade. Hana não queria mais as antigas desculpas caso algum deles apareçam machucados.
Eles já haviam revelado suas verdades, não teria porquê continuarem mentindo ou encobrindo as coisas.

Portanto, não era como se ela quisesse adentrar nessa parte da vida deles. Não havia problema algum em ajudá-los caso se machucassem, mas não queria descobrir além disso, talvez apenas em uma situação muito específica, mas gostaria de manter apenas o que já sabe sobre seu conhecimento.

Com toda a situação e revelações, era evidente o alívio dos meninos por não terem que ficar desmentindo as coisas. Eles também estavam mais à vontade com a garota por perto, o fato de agora eles saberem que o Kuroo e Kenma confiam tanto nela ao ponto de contarem praticamente tudo, os deixavam tranquilos.

Eram seis da tarde e Hana estava tirando uma travessa de doce da sua geladeira. Bokuto teve a ideia de fazerem um jantar entre amigos na casa deles para apenas jogarem conversa fora. Obviamente Kuroo chamou Hana, que acabou descobrindo que Oikawa havia chamado o Iwaizumi também.

O de cabelos espetados já estava na casa da amiga para irem juntos em seu carro, já que o da amiga ainda estava quebrado, ao local. O mesmo estava levando alguns fardos de cerveja.
Kuroo e os meninos haviam dito que não era para levarem nada, já que eles contrataram um serviço para preparar uma mesa cheia de sushi, mas não é como se Hana e Iwa fossem escutar.

Depois de alguns minutos dirigindo, os amigos já estavam andando em direção a grande porta de entrada da mansão. Um mesmo homem internado e de máscara de hospital preta abre a porta junto com um gesto para entrarem. Os dois nunca se acostumariam com isso.

Já era possível escutar uma música estar sendo tocada da sala, mas nada muito exuberante. Akaashi, que estava passando pelo hall de entrada, se depara com os amigos e loco abre um sorriso fechado, andando na direção dos mesmos.

— Nós dissemos que não precisava trazer nada— Nega com a cabeça enquanto ajuda Iwa com os cinco fardos de cerveja que o mesmo carregava.

— Não iriamos chegar aqui de mãos abanando— Hana responde com graça.

Os três começam a andar em direção a cozinha, sendo obrigados a passar pela sala de estar. Kenma estava sentado no sofá enquanto jogava algum jogo de guerra com seu console na televisão enorme da sala, Bokuto estava sentado ao seu lado e o assistia com uma feição confusa, sem entender as complexas informações do conteúdo. E por fim Kuroo, que estava de pé perto do sofá de braços cruzados.