10. Cada vez mais próximos

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P.O.V: Anya

Estávamos a um bom tempo juntos no terraço da cafeteria do Chung-ho conversando sobre coisas aleatórias em nossas vidas.

Como sempre, eu me sentia muito confortável perto do Taehyung e ele me passava uma confiança que eu nunca havia conseguido sentir antes com ninguém, realmente espero que isso que nós temos possa durar.

Eu o observava atentamente enquanto ele falava sobre as coisas que gostava, sobre seus pais, sobre sua infância e sobre Yeontan, o que me fez rir com todas as histórias que aquele cachorrinho fofo já aprontou e agora me questiono se aquele anjinho lindo é mesmo um anjinho.

- E o seu trabalho? - pergunto gentilmente quando ele está terminando mais uma história sobre Yeontan - Você gosta muito de falar sobre coisas da sua vida mas ainda não falou nada sobre o que você faz na Hybe.

- Hummm... - ele faz um som anasalado pensando na pergunta que fiz.

- Você não gosta de trabalhar lá?

- Não é isso... eu adoro trabalhar na Hybe... adoro todas as coisas que ela me proporcionou e amo as pessoas que conheci por causa da empresa - ele me responde com um olhar cabisbaixo me fazendo pensar se ele realmente gosta de lá.

- Mas... - puxo um porém em seu desabafo.

- Mas? - ele pergunta com uma expressão confusa.

- Sempre tem um mas e ao ver sua expressão enquanto fala da Hybe, acredito que seja um mas, mas, mas, mas, mas e mais um mas - respondo o fazendo rir um pouco.

- Acho que não tem necessariamente um "mas" - ele responde calmamente - existe apenas os resultados do meu trabalho, eu posso escolher ficar triste pelas coisas que acontecem e eu não queria que fossem daquela forma ou eu posso ficar feliz por todas as coisas boas que me aconteceram por trabalhar lá - seu rosto carrega uma expressão nostálgica e ele esboça um leve sorriso mantendo seu olhar baixo em um ponto fixo em nossa mesa.

- Eu acho que você parece infeliz...

Digo sem pensar e me arrependo quase que instantaneamente ao sentir seu olhar pesado que antes estava fixado na mesa subir lentamente até seus olhos encontrarem com os meus.

Consigo sentir a tristeza que havia dentro dele naquele momento e me odiei por ter trazido isso à tona quando a poucos minutos atrás ele parecia estar tão feliz.

- Eu... eu me sinto infeliz - ele falou com a voz fraca mantendo seu olhar fixo no meu - mas esses dias eu não tenho me sentindo assim - ele sorri fechando os olhos e não consigo fazer nada além de sorrir de volta.

Ficamos mais um tempo conversando novamente sobre coisas que não fossem trabalho ou tristeza, apenas sobre as coisas que gostávamos de fazer, contei histórias sobre a minha vida no Brasil e percebi sua luz voltando para ele novamente a cada sorriso que dava.

-.... aí o meu amigo começou a gritar comigo e com a minha amiga Helena por estarmos comendo cheetos na barraca dele e tudo o que conseguíamos fazer na hora era rir da cara dele, né - me cobri com a minha jaqueta imitando um lençol e me esparramei na cadeira como se estivesse deitada - "vocês vão lavar o lençol da minha tia, mano!!!" - falei com a voz grossa imitando o meu amigo enquanto balançava as pernas encenando a sua birra.

Taehyung ria alto fechando os olhos com força ao segurar a sua barriga o que me deixava cada vez mais animada para continuar a história entre os risos que eu tentava segurar mas somos interrompidos pelo seu celular tocando e ele atende enquanto limpa as lágrimas do rosto que havia derramado ao sorrir.

A sua expressão vai ficando séria aos poucos e ele não fala nada, apenas faz sons confirmando o que quer que fosse que ele estivesse ouvindo, então desliga o telefone e olha para mim.

akai ito (kim taehyung)Onde histórias criam vida. Descubra agora