Ódio à primeira vista

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Todos os créditos da história à srta_gabi.

Lembrando que nessa fic a Sue é loira.

Boa leitura..

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POV EMILY

Atrasada, era isso que eu estava.

Super, mega, ultra atrasada e nada no mundo poderia mudar isso, a não ser que Deus resolvesse dar uma paradinha no tempo só para que eu pudesse chegar a tempo ao trabalho.

Mas isso jamais aconteceria, então eu não tinha escolha além de judiar das minhas pobres pernas com uma corrida muito longa do meu quarto até a garagem.

Meu celular tocava incansavelmente e não havia uma mísera possibilidade de atender com as mãos tão ocupadas carregando papéis completamente inúteis para mim, mas de extrema importância para o meu chefe.

Eu sabia que deveria ser a Abby, esposa dele, quem me ligava por conta do meu atraso, mas eram apenas vinte minutos, ninguém morreria. Não há necessidade de tanto alarde assim.

- Calma, mas que droga, já vou atender. - Resmunguei abrindo a porta do fusca enquanto jogava no banco de trás toda aquela papelada.  Peguei o aparelho e o coloquei no ouvido.

-Fala.

- Emily Dickinson!

"Inferno, mil vezes, inferno!"

-Onde você está?

- Bom dia, Sr. Henry. - Cumprimentei com a maior educação. - Estou indo para o trabalho.

- Está vindo para o trabalho no horário que você já deveria estar aqui! - Esbravejou me fazendo rolar os olhos. Com uma paciência que eu não tinha, respirei fundo e me concentrei em apenas tirar o carro da garagem sem arranhá-lo.

Escutei um barulho de caminhão e algumas conversas e quando olhei para a casa ao lado vi uma cena um tanto quanto cômica.

Uma mulher loira com pose de executiva gritava ordens a dois rapazes que pareciam estar descarregando uma mudança, eles pareciam muito assustados.

Ela estava de costas, com as mãos na cintura e eu pude perceber que a tal loira estava muito brava, os rapazes nem respiravam e eram o dobro do tamanho dela.

-Dickinson? Está me ouvindo? - A voz irritante do Henry me tirou do transe em que me encontrava olhando para aquela mulher.

- Estou senhor, apenas estava prestando atenção no trânsito. - Dei mais uma espiada na loira, que mesmo de costas parecia ser bonita, mas ela nem pareceu ver que eu estava saindo com o carro, mesmo estando à poucos metros de distância.

-Me dê um bom motivo para não a suspender por isso, Senhorita Dickinson.

-Eu sou a sua melhor funcionária e tive uma emergência. - Coloquei o celular entre o ouvido e meu ombro para usar ambas as mãos no volante e decidi sair dali logo, antes que o Henry viesse até a minha casa e me arrastasse pelos cabelos pessoalmente.

-Que emergência?

-Emergência feminina, não vai querer saber. - Não era uma verdade completa, eu estava atrasada porque dormi demais por não ter conseguido descansar à noite com cólicas horríveis.

Alguém estava disputando tiro ao alvo dentro de mim e o alvo era o meu útero.

-Esteja aqui em cinco minutos ou considere se desempregada - Escutei a queda da ligação e bufei, jogando o celular no banco do carona.

Eu sabia que ele não iria demitir, meu doutorado em psicologia me fazia ter certeza disso, não é todo dia que se encontra alguém em uma cidade minúscula dessa com um diploma lindo desses.

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