RED LINE - EMISUE

Feel something

Qualquer erro me avisem..

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POV EMILY

Estava sendo difícil não surtar a cada cinco segundos, mas eu precisava me conter para que o Thom não percebesse. Para que ninguém perceba na verdade.

Nem a presença da Susan, que geralmente me acalmava, estava fazendo efeito, ela me deixava bem, mas não o suficiente para que eu esquecesse os problemas que a infeliz da Zendaya estava me causando.

Eu sentia um medo absurdo, não conseguia perder o Thomas de vista, pois parecia que a qualquer momento iriam entrar em casa e arrancá-lo dos meus braços. Estava me sentindo impune.

Não havia o que eu pudesse fazer, Harriet e sua família estavam fazendo todo o trabalho enquanto eu ficava sentada no sofá vendo as coisas acontecerem. Eu queria acreditar que a mãe de Susan não permitiria que a Zendaya me tirasse Thomas, mas o medo surreal que estava instalado em meu peito era grande demais para ser ignorado.

-Querida, coma alguma coisa - minha mãe pediu colocando o prato com dois sanduíches na minha frente, mas eu simplesmente não conseguia engolir nada.

- Não estou com fome.

-Fátima, por favor, deixe comigo - escutei a voz suave de Susan falando com minha mãe e só pude ver ela concordando e se retirando logo em seguida - Emily, você precisa comer meu amor.

-Eu sei Sue. Mas não estou com fome.

- Ok. - Susan respirou fundo e sentou-se ao meu lado, em silêncio.

Já era sábado de noite, quase de madrugada e tanto Harriet, quanto os meus amigos já haviam ido dormir.

Estava tarde, mas eu não conseguia comer e muito menos dormir. Susan me ajudava um pouco, mas como eu disse, não era o suficiente. Eu a amava demais, muito mesmo, mas nem mesmo esse amor era capaz de ofuscar o medo de perder o Thomas. Isso não é um conto de fadas, é a vida real, o amor não apaga todos os nossos problemas. Ele ameniza, mas não apaga.

-Quer sorvete? - ela perguntou encarando a tela preta da televisão que se encontrava desligada.

- Quero.

Sorvete era bom. Eu sabia que dona Fátima iria reclamar, afinal, não estava jantando, mas iria comer porcaria. Não me importei, deixei que Susan buscasse o sorvete e continuamos ali, sentadas.

Por incrível que pareça, era o que eu precisava. Ela entendia que nem sempre as palavras ajudavam às vezes apenas o silêncio era suficiente.

-Sua mãe quer fazer um almoço amanhã. Ela vai convidar os seus amigos e alguns parentes eu acho - contou e eu apenas concordei com a cabeça - O que você acha?

-Quando minha mãe coloca alguma coisa na cabeça, não tem quem tire - falei dando de ombros e Susan soltou uma risada - Ela não convidando todos na escola, por mim está bom.

-Vem, vamos deitar - a loira disse com uma voz calma e esticou a mão para que eu a segurasse - Está muito tarde e provavelmente sua mãe vai querer ajuda na cozinha.

- Verdade - me levantei e segui junto com ela até meu quarto.

Era um acordo silencioso, nenhuma de nós havia combinado que dormiríamos juntas em meu quarto, mas nós duas sabíamos que não seria diferente.

Susan deitou-se do lado direito, outro acordo silencioso, o lado direito era dela e eu não podia dizer o contrário.

Não que eu me importasse com qual lado eu iria ficar, ela estando ali, era mais do que suficiente para me dar uma noite de sono muito melhor do que eu teria se ficasse sozinha.