Bruna, a modelo

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Teve um dia que eu estava sozinha em casa e eu recebi uma visita inesperada. Uma mulher chamada Bruna apareceu dizendo que queria minha ajuda. Ela se identificou como amiga da Sara e disse que sabia que eu tinha dado uma ajuda especial pra ela. Perguntou se podia entrar pra termos essa conversa mais discretamente. Deixei ela entrar, ofereci água... Era inesperada, mas não me parecia ser uma visita ruim nem perigosa. Ela era uns cinco ou seis anos mais velha que a Sara, era morena, com cabelos longos e levemente ondulados (bem levemente mesmo); altura um pouco abaixo da média (mas não muito); quadris e seios generosos, mas cintura fina; olhos castanhos, tão escuros quanto o cabelo; e uma boca capaz de abrir um sorriso largo, simpático e muito lindo (quando ela sorria sem estar sem graça ou nervosa). Sentamos na sala pra conversar:

-Vamos lá... O que está acontecendo?

-Eu conheço a Sara há muito tempo e ela me disse que tinha te pedido uma coisa surreal e você atendeu. Ela até me mostrou o que era. Me disse que vocês fizeram um ritual e que agora ela te deve uma. Eu vim te pedir uma coisa, queria saber se você pode me ajudar.

-Meu anjo, eu sinto muito, mas eu não posso sair dando superpoder pra todo mundo que bate na minha porta, mesmo você sendo amiga da Sara.

-Não, não.... Não foi isso que eu vim pedir, eu quero algo mais simples. Eu queria ajuda pra trabalhar e, se você não puder me ajudar, não tem problema, eu entendo.

-Diga o que você quer – Eu dei corda me sentindo um meio termo entre fada madrinha e gênio da lâmpada

-Eu sou modelo, mas ultimamente o mercado não tem estado muito fácil. Eu queria conseguir ser mais notada pra que eu conseguisse mais trabalhos. Eu vivo de avulsos e ninguém me procura pra nada há meses. Queria ser mais notada de alguma forma ou ter alguma oportunidade pra trabalhar nisso, eu amo o que eu faço. Não quero que faça nenhum milagre, só quero que me dê asas pra conseguir voar de novo

-Tá bom, mas só por garantias... - eu disse com um pouco de estranheza, mas só tirando a dúvida porque tem maluco pra tudo – estamos falando de asas simbólicas, né? Ou você realmente quer que eu te asas tipo as de um pombo ou de um morcego?

-Simbólicas! - ela riu - Só quero conseguir voltar a trabalhar.

Eu fiquei pensativa por alguns poucos segundos, tentando bolar um jeito de fazer isso. Parecia também ser uma questão de frequência, mas algo bem mais discreto dessa vez. Pensei em fazer alguma alteração bem leve, de forma que vissem algo diferente nela, algo irresistível e artístico. Isso chamaria atenção das pessoas certas e o tom de arte ia filtrar comentários desnecessários de pessoas inconvenientes. Parecia funcionar e, bom... Já não era minha primeira vez lidando com frequências. Ela continuou:

-E a Sara me contou sobre o ritual. Eu tô de boa com isso. Ela me contou que foi bem doce – ela deu uma risadinha discreta depois de dizer isso

-Sim foi – eu sorri porque foi gostoso até de lembrar – Mas aquilo foi uma coisa que eu montei pra ela. Eu não conheço você ao ponto de saber tão precisamente como fazer um ritual que combine com você. Cada caso é um caso e ela provavelmente não contou pra você que eu disse que não queria que o ritual fosse torturante pra ela. Não conheço suas habilidades, seus limites, seus gostos... Mas a gente consegue resolver isso. Só precisamos conversar um pouquinho

-Pelo que ela me descreveu, eu tava super de boa pra fazer isso. Ia estar 'alinhado' com minhas habilidades, limites e tal...

-Mas aí não tem graça, né, meu bem – eu disse com um sorrisinho safado no canto da boca – A gente consegue pensar em algo gostoso pra nós duas. Me conta... Consegue pensar em algum outro ritual que você esteja disposta a fazer? Até onde você toparia ir?

Os acordos de NayaOnde histórias criam vida. Descubra agora