As histórias correm...

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Mesmo eu não tendo feito muito como gênio da lâmpada, as histórias corriam. Eu acredito que alguém possa ter escutado a Sara falando algo. A Bruna me parecia discreta demais pra deixar isso escapar, mas também não descarto a ideia de que pode ter sido por causa dela. De qualquer forma, corria uma história de uma deusa que realizava desejos. Eu acabei me tornando uma figura quase lendária. Achei curioso que isso tenha acontecido, me deu uma sensação gostosa na boca...

Com isso correndo por aí, um garoto meio aleatório da faculdade da Sara me 'descobriu'. Ele acabou entrando em contato com ela, perguntando se tinha como falar comigo. Ela não teve a sagacidade de negar que isso era real, mas pelo menos também não falou pra ele aparecer na nossa casa do nada. Respondeu dizendo que falaria comigo e, se eu quisesse, ia colocar nós dois em contato. Eu perguntei se era possível de eu me encontrar com ele lá pela área da faculdade mesmo. Ela disse que ia organizar e que me avisaria.

Em menos de dois dias, a Sara agilizou tudo e marcou da gente se encontrar na sexta daquela semana. Ele me esperou em uma lanchonete próxima ao prédio onde ele tinha aula. Eu cheguei um pouquinho atrasada, mas nada demais. Bati os olhos no garoto e fiquei animadinha com o que poderia acontecer dali. Ele era "padrão". Altura média, malhadinho, moreno, olhos castanhos... Mas achei fofo também que ele se preocupou em ir arrumadinho pra encontrar comigo. Tava com cabelo penteado, um perfume e uma roupa legal demais pra quem só ia assistir aula naquele dia.

Ele me levou pra jantar. A conversa fluiu bem, foi um papo leve e bem gostoso. As coisas estavam caminhando até que o assunto 'deusa' veio parar na mesa. Ele mudou o comportamento. Ele falava de forma quase idealizada sobre como ele queria servir uma deusa de verdade. Reclamou sobre como falsas deusas e falsas rainhas se colocavam no lugar de merecedoras de adoração... Ele estava bem empenhado no argumento e dava pra sentir que, lá no fundo, todo esse monólogo era só uma forma de ele implorar pra me servir. De tabela, ele estava me elogiando ao falar mal de falsas deusas.

Eu falei pra ele se acalmar e pra gente falar por partes. Admito que eu estava bem interessada em ter um gatinho daqueles no bolso, me venerando. Ele respirou e conseguiu voltar a falar de forma mais calma, mas ainda estava visivelmente animado com o fato de eu não ter me assustado com o turbilhão de coisas que ele tinha acabado de falar.

-Você quer me servir como deusa, então?

-Muito!

-E o que você pode me oferecer? O que eu ganho com isso?

-Eu estaria a sua disposição, a todo tempo, pra fazer o que você quiser! E você pode fazer o que quiser comigo, eu vou te servir!

-São palavras fortes, mas ainda muito vagas. Eu quero ver se você aguenta isso de verdade...

A gente saiu e foi pra um lugar mais reservado. Eu ainda estava longe de levar ele lá pra casa. Ele pagou umas horinhas de motel pra gente.

Chegando lá, ele pediu pra idolatrar meus pés. Eu já tinha ouvido falar em podolatria, mas nunca tinha feito nada. Deixei. Mesmo tendo sido um pedido, achei estranho que alguém que se propôs a servir comece pedindo alguma coisa. Mesmo assim, eu deixei. Sentei na cama e botei ele ajoelhado no chão, fazendo o que ele queria fazer.

Ele falava algumas coisas bonitas durante os momentos em que a língua dele não estava ocupada nem a boca estava chupando meus dedos. Era fofo, mas eram só palavras. Ele se repetia dizendo que nada podia ser comparado a mim, que eu era dona dele...

O problema começou quando, além de ele me elogiar, começou a pedir mais coisas. Eu tava quieta, curtindo a coisa que ele mesmo tinha pedido pra fazer. Tentando me manter relaxada, eu mandava ele calar a boca e continuar idolatrando meus pés. Ele insistia. Na repetição incansável de poucas frases, ele começou a se mostrar chato. Um sub mandão que não faz a menor ideia do que é ser submisso. Sem acordos, sem regras, sem limites... Sem nada, apenas com pedidos.

Se me lembro bem, ele não tinha pedido uma Domme, tinha pedido uma deusa. Era a deusa que ele ia ter...

Mandei ele levantar do chão e deixei ele acreditar que daríamos um próximo passo. Eu continuei sentada e, quando ele finalmente ficou de pé na minha frente, esperando que eu fizesse alguma das milhares de coisas que ele me pediu, eu simplesmente perguntei:

-Onde você quer chegar com isso?

-Como assim?

-Você me procurou me pedindo pra me servir, certo?

-Foi

-Mas você até agora só soube fazer isso: pedir. Você quer apanhar, quer decidir quando apanhar, onde apanhar; quer escolher as coisas das quais é privado... Você acha que é você quem decide algo aqui?

-Não é isso...

-Fala direito! Se quer me servir como deusa, fale comigo como se eu fosse uma!

-Desculpe

-Seus pedidos são graduais. Um mais avançado que o outro. Qual o seu objetivo? Onde você quer chegar no final da sua listinha de desejos?

-Eu devo responder?

-Deve!

-Eu quero te agradar e quero que você me faça sofrer

-Me agradar? Ou você quer fazer o que você acha que me agrada? Que na verdade são seus desejos... Acha que tá servindo alguém assim?

-Desculpe, eu só queria te obedecer e queria que você mandasse em mim como seu capacho. Queria que você fizesse inversão comigo, que me deixasse marcado... Quero que acabe comigo!

-Você acabou de falar mais coisas cheia de quero's - Eu levantei e olhei bem nos olhos dele – e você não faz a menor ideia do que está pedindo. Eu vou te mostrar...

Prendi o olhar dele no meu e fiz ele se perder ali. A mente dele mergulhou nos meus olhos e tudo que ele via, sentia e presenciava era controlado por mim. Alucinar está na moda. Continuávamos parados, de pé, um de frente pro outro, mas eu tinha coisas pra mostrar pra ele.

Sem enxergar nada ao redor, ele começou a ver cenas do que aconteceria se eu realmente fosse 'acabar' com ele. Eu fiz soar estranho, era pra assustar um pouquinho aquela mente invertida.

Logo de começo, ele se viu ajoelhado me chupando. Sentiu uma ardência na garganta e deduziu que eu teria fodido a boca dele bem fundo. Não dei essa visão linda pra ele, mostrei só o final. Eu segurava ele pelo cabelo e começava a gozar na boca dele. A boca ia ficar cheia. Ele tenta sair, forçar a cabeça pra trás, mas não é mais forte que eu. Engole sem eu pedir, ainda com o pau na boca. Eu continuo. A boca enche. Ele precisa de cada vez mais goles pra fazer descer. Eu começo a gozar mais rápido do que ele pode engolir. Ele finalmente experimenta uma amostra de grandiosidade: eu solto o cabelo dele e ele cai no chão com porra saindo pelo nariz e pela boca. Ele imaginou o que aconteceria se eu não soltasse.

A listinha dele também incluía marcas. Eu não precisava de agulhas pra fazer tatuagens. Ele se viu com minha assinatura tatuada no rosto, viu uma marca da minha mão na bunda que não saía nunca e viu os pulsos constantemente marcados de algemas. O que mais surpreendeu ele foi se ouvir soluçando meu nome. Não importava o lugar, não importava a inconveniência, ele ia soluçar meu nome sem conseguir se conter.

Por último eu mostrei a inversão. Ele se enxergou deitado de frente numa cama grande. De novo, essa era uma cena que não começava ali, onde ele via. A sensação de cansaço fez ele perceber que estávamos naquela cama havia um bom tempo. O pau estava dolorosamente sensível, de ter gozado incontáveis vezes, e isso não parecia significar muito pra mim, eu continuava fodendo. Por último, percebeu que eu tinha arrebentado aquele cu e que a coisa mais simpática que fiz foi reduzi-lo a um brinquedinho de foder: sem desejos, sem sensibilidades extremas, sem vontade, sem teimosia.

Depois disso, eu soltei ele e fiz ele colocar a cabeça no lugar. Ele não falou nada, ficou assustado. Mudou de ideia sobre tudo e quis ir embora. Eu ainda queria mais massagem, mas a cara dele ao se colocar no seu lugar era bem mais relaxante e gostosa do que qualquer adoração que aquele idiota conseguisse fazer.

Por fim, eu fui pra casa e não tive mais notícias dele. Não fez muita falta, e ainda tive que repetir essa lição mais algumas vezes com outras pessoas. 

Os acordos de NayaOnde histórias criam vida. Descubra agora